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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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de merca<strong>do</strong> sem maiores questionamentos ou regulamentações, de mo<strong>do</strong> a aceitar<br />

incondicionalmente as posições das empresas globais alimentares: A autora afirma que<br />

no “perío<strong>do</strong> atual, redefine-se a trama de relações entre superfície, calendário e<br />

produtividade. Verifica-se, assim, uma tendência de crescimento da produtividade pela<br />

incorporação de da<strong>do</strong>s que aumentam o rendimento da terra e, em outros casos, pela<br />

reorganização <strong>do</strong> calendário. Ambas as situações acompanham-se amiúde da diminuição<br />

da área de cultivo e da utilização de novos ritmos. É aquilo a que Marx se referia com o<br />

alargamento da área de produção e a redução de sua arena (M. Santos, 1996, pp. 221-<br />

222)”.<br />

Com esta atuação, “as firmas globais alimentares Cargill, Continental,<br />

Dreyfus, Bunge e Born impõem, nos lugares, as espécies valorizadas e as formas de<br />

produção e comercialização, desafian<strong>do</strong>-os a uma guerra cadenciada por cotas de<br />

importação e preços internacionais oscilantes. Desse mo<strong>do</strong>, enquanto os cereais<br />

tradicionais marcam a permanência da vocação histórica e da coerência funcional <strong>do</strong>s<br />

pampas, a hierarquização global de outras espécies, como a soja, redesenha no campo<br />

como num pergaminho, o novo mapa da divisão territorial <strong>do</strong> trabalho”. 97 O que as<br />

transnacionais objetivam, portanto, é a a<strong>do</strong>ção, em escala global, de suas novas<br />

tecnologias, bem como a divisão, entre elas, <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s produtores e consumi<strong>do</strong>res.<br />

A excessiva preocupação <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s detentores da tecnologia de ponta<br />

em matéria de biotecnologia, demasiadamente tendentes a protegerem suas<br />

transnacionais, mantêm os países em desenvolvimento atrela<strong>do</strong>s a uma economia de<br />

merca<strong>do</strong> que desprivilegia a autosuficiência tecnológica, técnica e financeira destes, de<br />

mo<strong>do</strong> a desestabilizar suas políticas agrícolas, tornan<strong>do</strong>-os eternos dependentes da<br />

indústria agrobiotecnológica, que monopoliza os merca<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res, dividin<strong>do</strong>-os<br />

em fatias satisfatórias a to<strong>do</strong>s os integrantes <strong>do</strong> conglomera<strong>do</strong>.<br />

A diferença da atuação das transnacionais <strong>do</strong> agronegócio mundial frente<br />

a países desenvolvi<strong>do</strong>s e subdesenvolvi<strong>do</strong>s, bem como a própria postura <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s,<br />

pode ser observada nas palavras de Sebastião Pinheiro, que assevera: “as empresas<br />

97 SILVEIRA, Maria Laura. Obra citada, p. 149.<br />

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