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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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por eles canonizada. Não há pesquisa<strong>do</strong>r sem o primeiro decreto; sem o segun<strong>do</strong>, não há<br />

conhecimento”.<br />

Diante deste decreto e desta eleição “o processo <strong>do</strong> conhecimento passa<br />

de processo a causas, de decretos a eleições e, portanto, jamais deixa a área jurídica. As<br />

ciências funcionam por contratos. A certeza, a verdade científica dependem, na verdade,<br />

tanto desses julgamentos, quanto estes daqueles.”Assim, ten<strong>do</strong> em vista a proximidade <strong>do</strong><br />

desenvolvimento tecno-científico com a evolução <strong>do</strong> direito material da sociedade, Edgar<br />

Morin anuncia o significa<strong>do</strong> da palavra epistemodicéia, que designa “o conjunto das<br />

relações da ciência e <strong>do</strong> direito, da razão e <strong>do</strong> justo.” 15<br />

Relatan<strong>do</strong> a transitoriedade no tempo e no espaço das teorias científicas,<br />

basea<strong>do</strong> nos posicionamentos de Thomas Kuhn, com sua “assertabilidade justificada” e<br />

de Karl Popper, por meio da análise de verificação e “falseabilidade” Edgar Morin<br />

levanta questionamento acerca <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> conhecimento científico, ao<br />

afirmar que “a evolução <strong>do</strong> conhecimento científico não é unicamente de crescimento e<br />

de extensão <strong>do</strong> saber, mas também de transformações, de rupturas, de passagem de uma<br />

teoria para outra. As teorias científicas são mortais e são mortais por serem científicas”.<br />

Além disso, ressalta que “a visão que Popper registra com relação à<br />

evolução da ciência vem a ser a de uma seleção natural em que as teorias resistem<br />

durante algum tempo não por serem verdadeiras, mas por serem as mais bem adaptadas<br />

ao esta<strong>do</strong> contemporâneo <strong>do</strong>s conhecimentos”. Acerca da obra de T. Kuhn, Edgar Morin<br />

elucida o conceito de paradigma científico, no qual “se produzem transformações<br />

revolucionárias na evolução científica, em que um paradigma, princípio maior que<br />

controla as visões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, desaba para dar lugar a um novo paradigma”. 16<br />

Diante destas constatações, a visão mundialmente propalada pela mídia<br />

de que a biotecnologia é o último passo na evolução da engenharia genética não é de to<strong>do</strong><br />

verdadeira, pois não há evidências de que novas tecnologias não se desenvolverão. Os<br />

15 SERRES, Michel. O contrato natural. Tradução de Beatriz Si<strong>do</strong>ux. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,<br />

1991, p. 32.<br />

16 MORIN, Edgar. Obra citada., p. 22.<br />

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