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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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evolução”, mas são condiciona<strong>do</strong>s pelos sistemas ecológicos e sociais em que estão<br />

implanta<strong>do</strong>s. Para que sejam satisfatoriamente interpreta<strong>do</strong>s e analisa<strong>do</strong>s, os sistemas<br />

econômicos necessitam de “uma estrutura conceitual que seja também capaz de mudar e<br />

de se adaptar continuamente a novas situações. A maioria <strong>do</strong>s economistas<br />

contemporâneos lamentavelmente despreza tal estrutura, pois ainda estão fascina<strong>do</strong>s pelo<br />

absoluto rigor <strong>do</strong> paradigma cartesiano e pela elegância <strong>do</strong>s modelos newtonianos; assim,<br />

estão cada vez mais distancia<strong>do</strong>s das realidades econômicas atuais”. 82 Desta forma,<br />

atrela<strong>do</strong>s a paradigmas que já não plenamente aptos a explicarem a realidade<br />

sócioambiental vigente, os pressupostos da análises econômica tornam-se falhos por sua<br />

parcialidade e fragmentariedade.<br />

Salienta-se, entretanto, que o posicionamento acima exposto não é uma<br />

crítica inconseqüente à ciência econômica, visto que se aplica a outras ciências sociais,<br />

entre elas, o próprio Direito. A fundamentação é utilizada, no contexto, para refutar a<br />

idéia vigente e promulgada como única, de que os OGMs seriam, indubitavelmente, em<br />

qualquer caso, mais lucrativos ou, economicamente viáveis, <strong>do</strong> que as cultivares<br />

tradicionais ou os alimentos orgânicos, por exemplo. Tal “verdade”, propalada como<br />

irrefutável, não é a única. As diversas interações (sociais e ambientais) devem ser levadas<br />

em conta na formação <strong>do</strong> preço <strong>do</strong>s produtos agrícolas.<br />

Dissertan<strong>do</strong> acerca <strong>do</strong>s critérios utiliza<strong>do</strong>s pela ciência econômica<br />

tradicional para a formação <strong>do</strong>s preços, Fritjof Capra afirma que ”os únicos valores que<br />

figuram nos modelos econômicos atuais são aqueles que podem ser quantifica<strong>do</strong>s<br />

mediante a atribuição de pesos monetários. Essa ênfase dada à quantificação confere à<br />

economia a aparência de uma ciência exata. Ao mesmo tempo, contu<strong>do</strong>, ela restringe<br />

severamente o âmbito das teorias econômicas na media em que exclui distinções<br />

qualitativas que são fundamentais para o entendimento das dimensões ecológicas, sociais<br />

e psicológicas da atividade econômica”. Para exemplificar esta tendência à quantificação<br />

e monetarização utilizada pela ciência econômica, o autor utiliza-a energia, que “é<br />

medida apenas em quilowatts, independentemente de sua origem; nenhuma distinção é<br />

feita entre bens renováveis e os não renováveis; e os custos sociais da produção são<br />

adiciona<strong>do</strong>s, incompreensivelmente, como contribuições positivas para o Produto<br />

82 CAPRA, Fritjof. Idem, p. 182.<br />

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