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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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eneficiada pelos aspectos positivos e, atingida, pelas efeitos negativos advin<strong>do</strong>s de uma<br />

introdução descriteriosa de OGMs no meio natural.<br />

O autor também polemiza acerca da situação <strong>do</strong>s pesquisa<strong>do</strong>res e<br />

cientistas, que têm o seu poder de investigação e de utilização das descobertas limita<strong>do</strong><br />

em virtude das decisões políticas e econômicas que permeiam a ciência hodierna, visto<br />

que as aplicações das descobertas científicas não mais estão em poder <strong>do</strong>s próprios<br />

cientistas, subordinan<strong>do</strong>-se às vontades de Esta<strong>do</strong>s e de conglomera<strong>do</strong>s financeiros. Para<br />

tanto, Edgar Morin afirma que, “De certo mo<strong>do</strong>, os cientistas produzem um poder sobre o<br />

qual não têm poder, mas que enfatiza instâncias já to<strong>do</strong>-poderosas, capazes de utilizar<br />

completamente as possibilidades de manipulação e de destruição provenientes <strong>do</strong> próprio<br />

desenvolvimento da ciência”. 12<br />

Ciência e poder, no mun<strong>do</strong> globaliza<strong>do</strong> geopoliticamente, estão<br />

estreitamente relaciona<strong>do</strong>s. Essa situação também é observada no desenvolvimento da<br />

pesquisa científica biotecnológica, que tem as suas diretrizes pautadas no interesse das<br />

indústrias transnacionais sementeiras, o que implica na pre<strong>do</strong>minância de variedades<br />

destinadas ao agronegócio e não em cultivares que podem beneficiar a agricultura<br />

familiar ou o meio ambiente, visto que os lucros proporciona<strong>do</strong>s por uma utilização<br />

global desta técnica dependem da subserviência <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s-nação e na exponenciação<br />

<strong>do</strong>s montantes financeiros por estes arrecada<strong>do</strong>s em virtude da nova tecnologia.<br />

A partir destas premissas, ao dissertar sobre as mútuas relações<br />

existentes entre ciência, técnica, sociedade e Esta<strong>do</strong>, Edgar Morin apregoa a<br />

pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s interesses econômicos sobre os demais, sem, no entanto, descartar a<br />

influência que a técnica e a ciência exercem sobre a sociedade e vice-versa, além de<br />

salientar a relativa independência das instituições científicas que, embora submetidas a<br />

diversas formas de manifestação <strong>do</strong> poder, ainda mantém certo grau de autonomia: O<br />

autor afirma que “a técnica produzida pela ciência transforma a sociedade, mas também,<br />

retroativamente, a sociedade tecnologizada transforma a própria ciência. Os interesses<br />

econômicos, capitalistas, o interesse <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> desempenham seu papel ativo nesse<br />

circuito de acor<strong>do</strong> com suas finalidades, seus programas, suas subvenções. A instituição<br />

12 MORIN, Edgar. Idem, p. 18.<br />

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