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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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paradigma freqüentemente nem são vistos”. A busca <strong>do</strong>s cientistas não é motivada pela<br />

descoberta constante de novas aplicações; e até mesmo, com muita freqüência,<br />

“mostram-se intolerantes com aquelas inventadas por outros. Em vez disso, a pesquisa<br />

científica normal está dirigida para a articulação daqueles fenômenos e teorias já<br />

forneci<strong>do</strong>s pelo paradigma. 25<br />

Ao mesmo tempo, este paradigma transforma o mun<strong>do</strong> científico, pois o<br />

conhecimento passa a ter novas aplicações e significações. Só a mudança, a substituição<br />

<strong>do</strong> modelo anteriormente vigente, já proporciona um momento de ebulição e de novas<br />

utilizações. T. Künh afirma: “(..) Guia<strong>do</strong>s por um novo paradigma, os cientistas a<strong>do</strong>tam<br />

novos instrumentos e orientam seu olhar em novas direções. E o que ainda é mais<br />

importante: durante as revoluções, os cientistas vêem coisa novas e diferentes quan<strong>do</strong>,<br />

empregan<strong>do</strong> instrumentos familiares, olham para os mesmos pontos já examina<strong>do</strong>s<br />

anteriormente.” 26<br />

Assim, o novo paradigma não é posto em xeque, as externalidades e<br />

conseqüências não são o objeto primordial <strong>do</strong>s praticantes da ciência sob o pressuposto<br />

<strong>do</strong> novo paradigma. Apenas as utilidades e aplicações são objeto de trabalho e<br />

preocupação. Tal fato pode revelar a fragilidade e falibilidade <strong>do</strong> pressuposto da atual<br />

revolução biotecnológica, que, por isso mesmo, merece cautela e discernimento quanto às<br />

possibilidades que apresenta. T Künh disserta sobre a problemática, asseguran<strong>do</strong> que<br />

quanto mais se envolve com a “ciência normal”, os pesquisa<strong>do</strong>r torna-se um<br />

“soluciona<strong>do</strong>r de quebra-cabeças”, mas não alguém que põem o paradigma em xeque.<br />

Portanto, embora possa, “durante a busca da solução para um problema determina<strong>do</strong>,<br />

testar diversas abordagens alternativas, rejeitan<strong>do</strong> as que não produzem o resulta<strong>do</strong><br />

deseja<strong>do</strong>, ao fazer isso ele não está testan<strong>do</strong> o paradigma.” Com isso, a problemática<br />

formulada pelo cientista testa as adequações, mas não “as regras <strong>do</strong> jogo”. O paradigma<br />

já se encontra estabeleci<strong>do</strong> 27<br />

25 KUHN, Thomas S. Idem, p. 45.<br />

26 KUHN, Thomas S. Idem, p. 145.<br />

27 KUHN, Thomas S. Idem, p. 184.<br />

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