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BRUNO GASPARINI CURITIBA 2005 - Universidade Federal do ...

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Entretanto, a justificativa utilizada pelas transnacionais <strong>do</strong> agronegócio<br />

mundial, de que as sementes híbridas ou transgênicas combatem a fome, é uma das<br />

formas mais utilizadas pelas grandes empresas para <strong>do</strong>minarem o merca<strong>do</strong> de sementes e<br />

convencerem governos a se submeter a seus planos. Desde a década de 1950, justamente<br />

no início da Revolução Verde, que se afirma que é necessário aumentar a produtividade<br />

agrícola para combater a fome no mun<strong>do</strong>. A Organização para a Alimentação e a<br />

Agricultura - FAO, órgão pertencente à Organização das Nações Unidas, foi uma das<br />

instituições multilaterais que estimulou a introdução de sementes híbridas no mun<strong>do</strong> com<br />

essa finalidade.<br />

As palavras de Fritjof Capra corroboram o posionamento de que esta<br />

falácia vem sen<strong>do</strong> repetida a cada novo ciclo de desenvolvimento tecnológico, além de<br />

enfatizarem os reais problemas que causam o flagelo mundial da fome. O autor afirma<br />

que “Uma das principais justificações para a Revolução Verde foi o argumento de que a nova<br />

tecnologia agrícola era imprescindível para alimentar os povos famintos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”. Desta feita,<br />

num perío<strong>do</strong> alarmista, de conjecturas que enfatizavam o crescimento exponencial da população<br />

em detrimento da crescente diminuição das áreas cultiváveis, “só um aumento substancial da<br />

produção resolveria o problema da fome, e só as agrocompanhias de porte estariam aptas a<br />

produzir mais alimento”. Inobstante as pesquisas tenham concluí<strong>do</strong> que o problema da fome é<br />

social e politico e não técnico, tal argumentação continuou sen<strong>do</strong> utilizada para que nova<br />

tecnologias fossem aceitas sem contestação.<br />

Segun<strong>do</strong> Capra, “Uma das mais lúcidas análises da relação entre as<br />

agrocompanhias e a fome mundial pode ser encontrada na obra de Frances Moore Lappé<br />

e Joseph Collins, funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Institute for Food na Development Policy, em São<br />

Francisco”. As pesquisas destes autores chegaram à conclusão de que “a escassez de<br />

alimentos é um mito e que as agrocompanhias não resolvem o problema da fome: pelo<br />

contrário, elas o perpetuam e até o agravam”. Suas pesquisas salientam que a<br />

problemática reside em conhecer o que se planta e quem se alimenta desta produção e<br />

não, necessariamente, o fato de saber como a produção pode ser aumentada.<br />

Ademais, afirmam “que as respostas são formuladas por aqueles que<br />

controlam os recursos para a produção de alimentos”. Assim, concluem que a mera<br />

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