19.04.2017 Views

NCPC - Anotado - Tucci e outros

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Eduardo Talamini<br />

Art. 503<br />

razão. Não se pode olvidar, todavia, que numa sociedade de homens livres, a Justiça tem de estar<br />

acima da segurança, porque sem Justiça não há liberdade’” (STJ, 4ª T., REsp nº 226.436/PR, Rel.<br />

Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 4/2/2002, p. 370).<br />

“AÇÃO DE NEGATIVA DE PATERNIDADE. EXAME PELO DNA POSTERIOR AO PRO-<br />

CESSO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. COISA JULGADA. 1. Seria terrificante<br />

para o exercício da jurisdição que fosse abandonada a regra absoluta da coisa julgada que<br />

confere ao processo judicial força para garantir a convivência social, dirimindo os conflitos<br />

existentes. Se, fora dos casos nos quais a própria lei retira a força da coisa julgada, pudesse o<br />

magistrado abrir as comportas dos feitos já julgados para rever as decisões não haveria como<br />

vencer o caos social que se instalaria. A regra do art. 468 do Código de Processo Civil é libertadora.<br />

Ela assegura que o exercício da jurisdição completa-se com o último julgado, que se<br />

torna inatingível, insuscetível de modificação. E a sabedoria do Código é revelada pelas amplas<br />

possibilidades recursais e, até mesmo, pela abertura da via rescisória naqueles casos precisos<br />

que estão elencados no art. 485. 2. Assim, a existência de um exame pelo DNA posterior ao feito<br />

já julgado, com decisão transitada em julgado, reconhecendo a paternidade, não tem o condão<br />

de reabrir a questão com uma declaratória para negar a paternidade, sendo certo que o julgado<br />

está coberto pela certeza jurídica conferida pela coisa julgada. 3. Recurso especial conhecido<br />

e provido” (STJ, 3ª T., REsp nº 107.248/GO, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, DJ de<br />

29/6/1998, p. 160).<br />

TJPR<br />

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECLARATÓRIA. COISA JULGADA. RELATIVIZA-<br />

ÇÃO. FATO NOVO POSTERIOR. PONDERAÇÃO PRINCIPIOLÓGICA. SEGURANÇA JU-<br />

RÍDICA. PROPORCIONALIDADE. FORMAS TÍPICAS. PREPONDERÂNCIA DA SEGU-<br />

RANÇA JURÍDICA. 1. É possível a relativização da coisa julgada desde que fique assegurado o<br />

respeito ao Princípio da Segurança Jurídica. 2. Para a relativização é necessário o esgotamento<br />

de todas as vias típicas para sanar os possíveis conflitos principiológicos do caso concreto”<br />

(TJPR, 11ª CC, AI nº 938953-5, Rel. Des. Vilma Régia Ramos de Rezende, DJe de 19/2/2013).<br />

“EMBARGOS À EXECUÇÃO DE SENTENÇA – ALEGAÇÃO PELA NECESSIDADE DE<br />

RELATIVIZAÇÃO DA COISA JULGADA – AFASTADO – RELATIVIZAÇÃO QUE DEVE<br />

OCORRER SOMENTE EM SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS – VALOR DEVIDO A TÍTULO DE<br />

INDENIZAÇÃO QUE FOI AMPLAMENTE ANALISADO PELO PODER JUDICIÁRIO, COM<br />

O RESPEITO DA AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO DAS PARTES – PERÍCIA QUE<br />

DEVIDAMENTE OBSERVOU A DECISÃO PROLATADA – AUTORES QUE OBTIVERAM<br />

O TÍTULO DE DOMÍNIO DAS TERRAS MEDIANTE FRAUDE À LEI – INOCORRÊNCIA”<br />

(TJPR, 3ª CC, AC nº 1005039-2, Rel. Des. Dimas Ortêncio de Mello, DJe de 21/6/2013).<br />

Art. 503 - A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força<br />

de lei nos limites da questão principal expressamente decidida.<br />

§ 1º - O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial,<br />

decidida expressa e incidentemente no processo, se:<br />

I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;<br />

II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se<br />

aplicando no caso de revelia;<br />

814

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!