17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

a<br />

beca<br />

e<br />

Batiste<br />

— 66 — Be<strong>de</strong>lho<br />

BATISTE — De Baptistc, que vivcu em<br />

Cambrai no século XIII c inventou esta fazenda.<br />

, .....<br />

,<br />

BATISTSRIO — Do gr. baptisterion, pelo<br />

lat. baptisteriu.<br />

B ATIZAR — Do gr. baptizo, mergulhar,<br />

pelo íat. baptizare. Are. bautizar: e bautizou-a<br />

s pos-lhe nume Artiga (Livro <strong>de</strong> Linhagens,<br />

apud Nunes, Crestomatía Arcaica, 22).<br />

BATO Do hebr. bath, atraves do gr.<br />

batos e fio lat. batu (III, Reís, 7, 26).<br />

BATOLOGTA — Do gr. battologia, gaguea<br />

(<strong>de</strong>leito do reí Bato, da Caria), pelo lat.<br />

battoloqia.<br />

BATOMETRÍA — Do gr. butilos, profundida<strong>de</strong>,<br />

e metr, raíz <strong>de</strong> metréo, medir, e suf.<br />

xa.<br />

BATONIANO — Do ingl. bathonian, do<br />

Bath, cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Inglaterra (Bonnaffé).<br />

BATOQUE — De bater ? (Figuciredo).<br />

Cortesáo tira do esp. bitoque, <strong>de</strong>rivado do<br />

bita, do ingl. bits, segundo a Aca<strong>de</strong>mia Esparcióla.<br />

BATRACOFAGO — Do gr. bátrachos, rá,<br />

e pharj, raiz <strong>de</strong> phagein, comer.<br />

BÁTRACOSIOPDASTIA — Do gr. bátrachos,<br />

rá, ránula, e plast, <strong>de</strong> plastas, <strong>de</strong> plásso,<br />

mo<strong>de</strong>lar, e suf. ¡a.<br />

BATRACOSPKRMEA — Do gr. .<br />

bátrachos,<br />

rá, spérma, sementé, o suf. ca.<br />

BATRAQUIO — Do gr. bátrachos, rá, c<br />

suf. io.<br />

BATRAQUITO — Do gr. bátrachos, rá,<br />

e~ suf. ito; a cor se assemelha a. dos ovos<br />

da<br />

rá.<br />

BATUCAR — Do tema <strong>de</strong> bater com o<br />

suf. dim. iic e a <strong>de</strong>sinencia ar (Leite <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

Opúsculos, II, 233). Cuervo, Apuntaciones,<br />

192, também julga o esp. um dim.<br />

do batir. V. Batuque.<br />

BATUQUE — K danca dos negros do Congo<br />

e <strong>de</strong> Angola. O cardial Saraiva dá como<br />

africano. Diz Cannecattim na Introducáo ao<br />

Dicionário da Línrjua Blinda, 112: "E os bailes<br />

que chamam (abundos e congueses) lundus,<br />

batuques e outros (usos) menos abomináveis".<br />

<strong>Da</strong>lgado acha que venha do landim batchuque,<br />

tambor, baile. Macedo Soares (Revista Brasílcira,<br />

15-5-1880, Dic. Bras.) diz que nao encontrou<br />

em nenhuma lingua africana; no angolense<br />

bater é cubanda, no congués-bunda<br />

é bumba. Acha, porém, que o termo veio<br />

da África e quo o étimo parece portugués<br />

{bater ?). Se é port., o sufixo ó esporádico.<br />

BATUTA — Do it. battuta, que alias significa<br />

compasso ; varinha do maestro é<br />

em italiano bucchclta. A batuta marca os<br />

compassos da música; dai a transferencia do<br />

sentido. O esp. tem a mesma origem.<br />

BAO — Esp. baúl, it. baule, ir. bahut.<br />

M. Lübke, REW, 1008, acha <strong>de</strong> origem inteiramento<br />

<strong>de</strong>sconheciíía: Diez, Dic, 47, lat.<br />

baiulu (v. Bajular) e al. ant. behút sao fonéticamente<br />

impossíveis. Lokotsch pensa que<br />

vcrossimilmente so liga ao ¡ir. tabut, ataú<strong>de</strong>,<br />

<strong>de</strong> origemegípcia. Stappers, com dúvida, apela<br />

para o celt. bahu. Are: baúl.<br />

Do esp. vainilla, dim. <strong>de</strong><br />

BAUNILHA<br />

—•<br />

vaina, bainha, vagan. O it. vaniglia, o e fr.<br />

vanille tém a mesma origem. 11. Lübke,<br />

REW, 9123, da como ponto <strong>de</strong> partida o lat.<br />

vaginella. A forma antiga era bainilha, mais<br />

chégada. ao étimo. "Quais foram, pergunta<br />

G. Viana, Palestras, 29, as causas da mudanca<br />

anormal do ditongo al em au? Nenhuma lei<br />

fonética, nenhum caso similar existe que <strong>de</strong>terminasse,<br />

quer por analogía, quer por mera<br />

operacáo fisiológica, esta mudanca inopinada,<br />

que nao tem prece<strong>de</strong>nte em portugués, a nao<br />

ser em aito, popular, a par <strong>de</strong> auto, do lat.<br />

actum qualquer déles em sílaba tónica porém".<br />

Diz o mesmo autor que há urna trepa<strong>de</strong>ira<br />

chamada baunilha, voéábulo cuja origem ele<br />

<strong>de</strong>sconhece, e pensa ser possível que por semelhanca<br />

<strong>de</strong> pronuncia éste nome ha.ia influido<br />

para alterar a antiga <strong>de</strong>nominagáo boini-<br />

Iha.<br />

BAUXITA — De Baucc (Franga), on<strong>de</strong><br />

foi <strong>de</strong>scoberto éste mineral <strong>de</strong> aluminio, e<br />

suf. ita.<br />

BAXA — Forma arábica do persa paxá<br />

(G. Viana, Apost., II, 206, <strong>Da</strong>lgado, Glos.) ;<br />

em ár. nao há o fonema p.<br />

BAZAR — Do persa bazar, mercado permanente<br />

ou rúa <strong>de</strong> lojas. O voc. veio á Europa<br />

no séc. XVII por indo <strong>de</strong> viajantes e<br />

espalhou-se gracas as il/¡¿ c urna nortes (Lokotsch).<br />

<strong>Da</strong>lgado nao aceita o intermedio<br />

que muitos vocábulos se intro-<br />

do ár. ; alega<br />

duziram na lingua nos séculos XVI e XVII<br />

por vía da India, on<strong>de</strong> o persa era lingua<br />

da corte e oficial dos reís mugulmanos, que<br />

nele exaravam os scus tratados com as autorida<strong>de</strong>s<br />

portuguesas.<br />

BAZOFIA — O esp. tem bazofia, restos<br />

do comida, quo a Aca<strong>de</strong>mia Espanhola <strong>de</strong>riva<br />

do it. Petrocchi <strong>de</strong>riva o it. bazzoffia,<br />

sopa abundanto o grosseira, <strong>de</strong> zuffa, o mesmo<br />

que suppa_ (sopa). M. Lübke, REW, 8464,<br />

rejeita a ligacao do osp. o do it. com a forma<br />

lombarda supfa. Em port. vive hoje com o<br />

sentido <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong>.<br />

BAZULAQUE — A. Coelho, Macedo Soares<br />

comparan! com badulaque.<br />

BDeLEO — Do gr. bdélla, sanguessuga,<br />

o suf. eo.<br />

BDliLIO — Do gr. bdcllion, pelo lat. b<strong>de</strong>lliu.<br />

o metr. raiz do metréo, medir.<br />

BDELOMETRO — Do gr. bdéllo, sugar,<br />

BEATIFICAR — Do lat. beatificare, tornar<br />

feliz.<br />

BEATILHA — A. Coelho, repelindo a <strong>de</strong>rivacáo<br />

do beata, julga que está por baetilha,<br />

do bacta. A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola <strong>de</strong>riva o esp.<br />

beatilla do fr. bétillc.<br />

BEATO — Do lat. beatu, feliz. Os cristáos<br />

assim chamavam aos que gozavam em<br />

paz, no céu, da gloria eterna; com o tempo<br />

o termo se tornou pejorativo.<br />

BfiBADO — De bebedo. Enten<strong>de</strong> G. Viana,<br />

RTj, XI, 240 que para evitar a contracáo violenta<br />

se substituiu o e pela vogal mais dura<br />

a (cfr. cavado o o pop. cornado). Sá Nogueira<br />

(A lingua P •rtugxiesa, vol. I, 291), ve um caso<br />

do<br />

dissimilacáo.<br />

BEBÉ — (em Portugal bebé) — Do ingl.<br />

baby através do fr. bebé (Silva Correia, Influencia<br />

do ingles no portugués, pg. 8).<br />

BEBEDOURO — Do lat. "•bibitoriu (Diez<br />

Gram., I, 170).<br />

BEBER — Do lat. bibere; esp. beber, it.<br />

bcre, fr. boire. O are. foi bever: ...nem<br />

por Ihe dar <strong>de</strong> comer nc <strong>de</strong> bever, (A dona pee<br />

<strong>de</strong> cabra, apud Nunes, Crestomatía Arcaica,<br />

19). Cornu, Port. Spr., § 180, ve formal assimilacáo<br />

no b inicial ou restauracáo do & original.<br />

Nunes, Grave. Hist., 98, vé em bever<br />

dissimilacáo, <strong>de</strong> acordó com C. Michaelis<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, Sá <strong>de</strong> Miranda, 897.<br />

BEBERÁ — Do lat. bífera scilicet ficus,<br />

figucira que produz duas vezes (ao ano) (RL,<br />

I, 298, Romanía, XXIX, 340); esp. bevra, breva,<br />

gal. hebra. O / <strong>de</strong>u v e este <strong>de</strong>u b (Cornu,<br />

"Porf. Spr., § 185), por assimilacao ao b<br />

inicial (Nunes, Gram. ITist., 100).<br />

Beberá.<br />

BEBRA — V.<br />

BECA — Em esp. existe '<br />

becca. Barcia filia ao lat. beceus.<br />

.<br />

em it.<br />

BECHAMEL — Este mólho foi assim chamado<br />

em honra do Sr. Béchamel, gastrónomo<br />

francés do séc. XVII.<br />

BECO — C. Michaelis <strong>de</strong> Vasconcelos propós,<br />

RE, III, 179, com dúvida, o lat. *vicculu,<br />

aceito por A. Coelho. O it. tem viccolo. Leite<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, RE, XVIII, 307, reproduzido<br />

em Opúsculos, I, 502, e M. Lübke, REW, 9318,<br />

nao aceitam o étimo proposto. Nao está justificada<br />

a duplicida<strong>de</strong> do c (Georges, Grandgent).<br />

Korting aceita vicus, que daria vigo como no<br />

nome da cida<strong>de</strong> galega (Vigo), e viculu, que<br />

daria um voéábulo em llio ou are. do. Para<br />

Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, como beco significa rúa<br />

pequeña, talvez venha <strong>de</strong> vía, don<strong>de</strong>, com o<br />

suf. eco, podia ter saído "vieco — íveeco—<br />

"véco. Excmplos <strong>de</strong> b por v náo_ faltam.<br />

Por outro lado há, em semelhante círculo <strong>de</strong><br />

idéias, sinonimias varias entre feminino e masculino,<br />

como quellia e quelho, caleja e calejo,<br />

BECORTOPNEIA — Do gr. béx, hechos,<br />

tosse, e ortopncia.<br />

BEDAME — Do fr. bcc-d'dne (A. Coelho).<br />

BEDEL — Do prov. be<strong>de</strong>l (assim como<br />

o esp.), <strong>de</strong> origem franca (M. Lübke, REW,<br />

1086) c significando oficial <strong>de</strong> justiga, alguazil,<br />

arauto.<br />

BEDELHO — A A. Coelho parece forma<br />

paralela <strong>de</strong> be<strong>de</strong>l. Significa homem <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!