17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

'<br />

QUERELA<br />

. .<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

Qtielicério 427 — Quicio<br />

107, IOS); esp. canaleja. G. Viana, Apost., I,<br />

320, apresenta a serie: canalilha, eunalelha,<br />

cüale.lha, cüelha, caelha, quelha.<br />

QUELICBRIO — Do gr. chele, pinga; keras,<br />

chifre, o suf. io.<br />

QUfiLIDA — Do gr. cliélys, tartaruga, e<br />

suf. ida.<br />

QUELIDOXANTINA — Do gr. chelidónion,<br />

celidonia, e xantina, q. v.<br />

QUELIFORO — Do gr. chelo, pinca, o pilaros,<br />

portador. Ramiz prefere éste vocábulo a<br />

quelifero, <strong>de</strong> formacáo híbrida. Esta é <strong>de</strong> formacáo<br />

também bárbara, pois falta o o <strong>de</strong> ligacao<br />

dos eompostos grecos.<br />

QUELODONTE — Do gr. chele, piuca, e<br />

odoús. odóntos, <strong>de</strong>nte.<br />

QUELOIDE — Do gr. chele, pinga, e cidos,<br />

forma<br />

QUELONIO — Do gr. chclóne, tartaruga,<br />

e suf. io.<br />

QUELONITE — Do gr. chclóne, tartaruga,<br />

e suf. lie.<br />

QUELONOFAGO — Do gr. chclóne, tartaruga,<br />

e phatj, raiz <strong>de</strong> phaqcin, come.<br />

QUELCNOGRAFO — Do gr. chclóne, iartarusra.<br />

e graph., raiz <strong>de</strong> grápho, <strong>de</strong>screver.<br />

QUEM' — Do lat. quem, acusativo singular<br />

masculino <strong>de</strong> qui; esp. quien. V. Bourciez,<br />

Ling. Rom., 5 221, M. Lübkc, REW, 0953, Nunes,<br />

Gram. Hist., 91, 260.<br />

QUEMÓSE — Do gr. chémosis, afundamento,<br />

pelo lat. chamóse. A córnea incha-se e a<br />

pupila'parece afundada e cava (Alexandre).<br />

QUENOCOLEICO — Do gr. chén, chenós,<br />

pato, cholo, bilis, e suf. ico.<br />

QUENOPoDIO — Do gr. chenópous, chenápodos,<br />

pé <strong>de</strong> pato, anserina, e suf. io.<br />

GUENTE — Do lat. calente; esp. callente.<br />

Cornu, Port. Spr., 55 130 e 2S4, da as formas<br />

intermedias casnte e queente.<br />

QUENTURA — De um lat. calentura (Cortesáo),<br />

calcado em calente, quente. A. Coelho<br />

tirou <strong>de</strong> quente e suf. ura. Are. cacntura,<br />

queuntura: In todo tempo assi da caentura<br />

(Inéditos <strong>de</strong> Alcobaca, I o , pg. 271). Per muy<br />

gran<strong>de</strong>s queemturas que fazia (Scriptores, pg.<br />

263). A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola <strong>de</strong>riva o esp. calentura<br />

<strong>de</strong> calentar.<br />

QUÉPI — Do ir. Icépi, <strong>de</strong> origem alema.<br />

Figueiredo <strong>de</strong>riva do al. Kappe.<br />

QUEQUE — Do ingl. calce, bolo (G. Viana,<br />

Vocabulario, Figueiredo)<br />

QUER (con'j. disyuntiva) — De quer, terceira<br />

pessoa do singular do presente do indicativo<br />

do verbo querer.<br />

QUERARGITA — Do gr. /ceras, chifre, arg,<br />

raiz <strong>de</strong> árgyros, prata, e suf. lia.<br />

QÜERCINA — Do lat. quercu, carvalho, e<br />

suf. ina. Esta substancia se extrai do carvalho.<br />

QÜERCINIA — Do lat. quercu, carvalho,<br />

e suf. ínia. i^.<br />

suf.<br />

QÜERCITE — Do lat. quercu, carvalho, e<br />

ite.<br />

QÜERCITRINA — Le querciir, do ir. quercitron<br />

(Ouercus tinctorius), e sufixo ina.<br />

QUERCO — Do lat. quercu, carvaiho.<br />

— Do lat. querela, queixa.<br />

QUERENA - Do it. carena (M. Lübke,<br />

Gram. I, 67, REW, 1693). O ponto <strong>de</strong> partida<br />

<strong>de</strong>via ter sido Genova ou a costa ligure, on<strong>de</strong><br />

-in- regularmente dá -en-. Cornu, Port. Spr.,<br />

§ 125, A. Coelho, <strong>de</strong>rivaram do lat. carina.<br />

Seelmann, Aussprache, 203, aceita urna forma<br />

carena. Ribeiro <strong>de</strong> "Vasconcelos explica a forma<br />

sincopada crena por meio <strong>de</strong> carina (Gram.<br />

Hist., 42).<br />

QUERENCA — De querer e suf. enea.<br />

QUERER — Do lat. quaerere, procurar;<br />

esp. querer, it. chie<strong>de</strong>re (pedir), ir. ant.<br />

querré, mod. quérir (ir buscar). A mudanca<br />

<strong>de</strong> sentido explica-se: só se procura aquilo que<br />

so quer."<br />

QUERMES — Do sánscrito krmija, produzido<br />

por um verme (a cochonilha alias é um<br />

insento), através do ár. kirmizi, carmesim (Lokotsch,<br />

Dozy, Dcvic, Eguilaz) . A. Coelho tirou<br />

do ár.<br />

QUERMESITA — De quermes e suf. ita;<br />

é da cor do quermes dos farmacéuticos (Lapparent)<br />

QUERMESSE — Do flamengo kerlcmssse,<br />

missa, festa <strong>de</strong> igreja, através do fr. (G. Viana,<br />

Apost., II, 47). Primitivamente era a missa<br />

celebrada em comemoraeao da inauguraeáo <strong>de</strong><br />

urna igreja (Stappers).<br />

QUERNÉTIDA — Do gr. chernes, chernctos,<br />

rniscrável, pobre, e suf. ida.<br />

QUERNITE — Do gr. chemitcs, certo<br />

mirmorc semelhante ao maríim, pelo lat. cheruilc<br />

(Figueiredo).<br />

QUjoROUERA — Do lat. querquera.<br />

QUiiRSIDA — Do gr. chársus, térra firme,<br />

e suf. ida. Sao terrestres estes quelónios (Larousse)<br />

QUERUBIM — Do hobr. kerubim, plural<br />

<strong>de</strong> kerub (Lokotsch)<br />

QUÍiRULO Do lat. querulu.<br />

QUESITO — Do lat. quacsitu, procurado.<br />

QUESTAO<br />

—• Do lat. quassiione, procura,<br />

interrogatorio.<br />

QUESTOR — Do lat. quacsiore, procurador.<br />

A principio eram encarregados <strong>de</strong> prepáralos<br />

elementos das acusacoes públicas e gerir os<br />

contas do Tesouro (Gow e Reinach, Minerva,<br />

1S2).<br />

CUESTURA — Do lat. quacstura.<br />

QUETODOSTE — Do gr. challe, crina, o<br />

odoús, odóntos, <strong>de</strong>nte. Os <strong>de</strong>ntes sao finos o<br />

soltos como crinas.<br />

QUETOFOREA -- Do gr. chaite, cabeleira,<br />

phorós. portador, o suf. era.<br />

QUETüGNATO — Do gr. challe, cabeleira,<br />

e qndthos, maxila, mandíbula.<br />

QUETÓPODO — Do gr. challe, cabeleira,<br />

e poiís, podas', pé.<br />

QUETÓPTERO — Do gr. chaite, cabeleira,<br />

e pterón, asa.<br />

QUE2ÍILA — Do origem africana, quimbundo<br />

qui jila, preceito (Figueiredo, Macedo Soares,<br />

Revista Brasileira <strong>de</strong> 15-5-1SS0, Eduardo<br />

Carlos Pereira, Gram. Hist., 244, Ama<strong>de</strong>u Amaral,<br />

O dialeto caipira, 43). Era a dieta s jeium<br />

<strong>de</strong> certas práticas religiosas dos negros (JoSo<br />

Ribeiro, A <strong>Lingua</strong> Nacional, 122). G. Viana<br />

apresenta as variantes quczília, quijila, quizila,<br />

quizilia, consi<strong>de</strong>rando mais correta a segunda<br />

(Apost., II, 313)<br />

QUIÁLTERA — Do lat. sesquiáltera, urna<br />

e meia. Houve confusáo da primeira silaba<br />

com o numeral seis, daí as outras palavras tresquiúllcra,<br />

etc., das quais <strong>de</strong>pois se <strong>de</strong>stacou o<br />

em forma da letra grega qui (X), cruzamanío.<br />

numeral. V. Julio Moreira, Estilaos, II, 144.<br />

QUIA-QUIA-QUIÁ ! — Onomatopéia da gargalhada.<br />

QUIASMA — Do gr. chíasma, dísposicao<br />

QUIASTOL1FERO — De qitiastoü, abreviacao<br />

<strong>de</strong> quiastólita, e fer, raiz do latim ferré,<br />

trazer, produzir.<br />

QUIASTÓLITA — Do gr. chiastós, cruzado,<br />

e lithos, podra. E' análogo ao X grego pelas<br />

manchas pretas que apresenta (Lapparent)<br />

QUIASTRO — Do gr. clúazo, cruzar. E'<br />

urna ligadura em forma <strong>de</strong> X.<br />

QUIAZ — O mesrao que o are. oquiá, do<br />

ár. alguaquia, do lat. uncía através do gr.<br />

ouglcía (Eguilaz).<br />

QUIBÚMBO — "Parece ser, um vocábulo<br />

híbrido, o porturgués vulgar bumbo, com o<br />

prefixo aumentativo quimbumdo qui, e é possível<br />

.que füssem pretos <strong>de</strong> Angola que o iormassem<br />

e o difundissem». (G. Viana, Apost.,<br />

II, 312).<br />

QUICÁ — Do lat. quid sapit, quem sabe<br />

(Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Licóes <strong>de</strong> Filológica, 359,<br />

Nunes, Gram. Hist., 359). Aquele autor,' em RL,<br />

VI, 191, citando o esp. ant. quicab, <strong>de</strong>u qui<br />

sapit, mas pon<strong>de</strong>rou <strong>de</strong>pois que nao so po<strong>de</strong>rá<br />

explicar por qui sapit pois o s nao daria" c em<br />

port., nem o c antigo e z atual do esp.ftem<br />

<strong>de</strong> se admitir quid sapit, on<strong>de</strong> ds davam regularmente<br />

ésses sons, como em Goncalo o Gonzalo,<br />

<strong>de</strong> Gund'salvu. A. Coelho tirou do it.<br />

chi sa. Pacheco e Lameira, Gram. Port., 463,<br />

<strong>de</strong> qui sabe, qui sab. Pidal, Gram. Hist. Esp.,<br />

§ 63, apelou para quis sapit. Otoniel Mota, O<br />

meu idioma, 222, abandona o. étimo <strong>de</strong> A. Coelho<br />

em face do c e da forma espanhola arcaica.<br />

V. ainda Engelmann, VIII.<br />

QUICHUA — Do quichua k'eshua, a regiáo<br />

temperada da serra (Mid<strong>de</strong>ndorf, i_,enz, Lokotsch)<br />

. Foi esta a <strong>de</strong>nominagáo dada pelos<br />

espanhóis ao idioma geral dos indios do Perú,<br />

ao passo que estes chamam sua lingua runa<br />

simi (lingua da gente, linguagem do povo)<br />

Lenz prefere a forma quechua.<br />

QUICIO — A. Coelho tirou do esp. quicio.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!