17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

.<br />

.<br />

'.<br />

.<br />

.<br />

gr.<br />

Fanfarra 209 Farmacocalcita<br />

FANFARRA — Do fr. fanfare (A. Coelho),<br />

<strong>de</strong>r <strong>de</strong> urna onomatopéia imitativa do toque<br />

<strong>de</strong> trombeta (M. Lübke, REW, 31S3, Stappers,<br />

Clédat, Julio Mo reirá, Estudos, II, 232, Diez,<br />

Dic, 133, Zeitschrift rom. Phil., XXX, 676).<br />

Segundo J. Moreira, Storm propós um étimo<br />

grego, menos aceitável, v. ainda Korting, Eat.<br />

Rom., 3620, c Dict. Gcnér. Chai-lies Nodier achava<br />

que a letra /, produzida pela, emissáo do ar<br />

expulso por entre os <strong>de</strong>ntes, é a expressáo<br />

do assobio (FTD, Língua <strong>Portuguesa</strong>, curso<br />

complementar, pg. 103)<br />

FANFARRAO — De fanfarra (A. Coelho).<br />

M. Lübke, REW, 3194, <strong>de</strong>riva do 'it. farfaro,<br />

do ár. farfar, leviano. Eguilaz cita Moura e<br />

Sousa, coni seus étimos árabes fankhara, vangl'oriar-sc,<br />

¡arfar, falador. Cortesáo tira do esp.<br />

fanfarrón, como íazem Larousse e Brachet para<br />

o fr. fanfarrón. Lokotsch pren<strong>de</strong> diretamente<br />

ao ár. ¡arfara, tagarolar.<br />

FANFARREAR — De fanfarra e suf. ear<br />

(A. Coelho). Cortesa tira do esp. fanfarríar.<br />

FANFRELUCHE — Do gr. pomphólyx,<br />

através <strong>de</strong> um<br />

bolha que se forma num liquido,<br />

b lat. fanfaluca e do fr. fan) reluche (M. Lübke,<br />

Gram., II, 501, REW, 6613, Larousse, Julio<br />

Moreira, Estudos, II, 232). De .bolha passou a<br />

significar coisa leve, sem consistencia.<br />

FANGA — Do ár. fanka por ¡amka, saco<br />

gran<strong>de</strong> (Lokotsch). ,.<br />

FANHA — Termo onomatopeico (Figueiredo),<br />

reoresentativo <strong>de</strong> nasalida<strong>de</strong>.<br />

FAÑHOSO — De fanha (Figueiredo) .<br />

Leoni<br />

Genio da <strong>Lingua</strong> <strong>Portuguesa</strong>, I, 39, tirou<br />

do lat. fans naso, falante pelo nariz, o que e<br />

fonéticamente impossivel. ._<br />

FÁNIA — De Fánio, nomo do cónsul que<br />

rnulgou esta lei. ,„„;„<br />

PÁNICO — Figueiredo diz que <strong>de</strong>ve relacionar-se<br />

com o esp. añicos, cacos, pedagos, que<br />

a Aca<strong>de</strong>mia Espanhola tira do ár. annied, o<br />

<strong>de</strong>sfeito, o Barcia liga a añil (grao miudo)<br />

FANIQUITO — Figueiredo <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> fuñico<br />

o <strong>de</strong>fine como um ataque <strong>de</strong> pouca monta.<br />

F"lNQUEIRO — Contracáo <strong>de</strong> famqueiroi<br />

(Figueiredo). Do are. ¡aianqueiroí (Cortesáo).<br />

FANTASCÓPIO — De ¡anta, abreviacao do<br />

gr. phántasma, visáo, skop, raiz <strong>de</strong> skopeo,<br />

olhar, e suf. io.<br />

FANTASÍA — Do gr.<br />

,<br />

phantasia, aparencia,<br />

- „•„<br />

imagem, capricho, ilusáo; pelo lat. phantas-ia.<br />

Are. fantesia: Engañosas fa.ntesyas sam domynyos,<br />

rrgquezas (García <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, Gane.<br />

Geral I 272)<br />

FANTASMA — Do gr. phántasma, visáo,<br />

aparícáo, espectro; pelo lat. phántasma. V.<br />

Abantesma.<br />

FANTASMAGORÍA — Do gr. phántasma,<br />

aparicao, agoreúo, anunciar, e suf. ia; propriam'ente,<br />

evocacáo <strong>de</strong> visees.<br />

_<br />

FANTÁSTICO — Do gr. phantastikos; visionario.<br />

FAQUI — V.<br />

Alfaqui.<br />

FAQUINETA — Por 'faquinheta, <strong>de</strong> ¡aqwinha,<br />

dim. <strong>de</strong> ¡acá (Figueiredo).<br />

FAQUINO — Do it. ¡acchino, carregador.<br />

FAQUIR — Do ár. fakir, pobre; passou a<br />

<strong>de</strong>signar o mongo mendicante hindú.<br />

FARADIO — De Faraday, célebre físico inglés<br />

que se <strong>de</strong>dicou aos fenómenos elétricos,<br />

e suf. io.<br />

FARADIZAR — De Faraday, celebre físico<br />

inglés que se <strong>de</strong>dicou aos fenómenos elétricos,<br />

e suf. izar.<br />

FARÁNDULA — Do al. fahren<strong>de</strong> Lcutc,<br />

pessoas que passam (Ai. Lübke, REW, 3149,<br />

Diez, TJ'.c, 450). Espalhou-se esta danga por<br />

meio da guerra dos trinta anos ou pela da sucessao<br />

da Espanha. A. Coelho, Larousse, Brachet,<br />

Clédat sao partidarios da origem provencal.<br />

De fato, a tarándola é típicamente da Provenga;<br />

Bizet escreveu urna célebre, na Arlcsienne.<br />

FARÁó — Do egipcio per-a'a, casa gran<strong>de</strong><br />

(v. Micado, cfr. a expressáo turca Sublime<br />

Porta), aplicado aos reis do antigo Egito, através<br />

do gr. pharaon (Lokotsch, 1468, 1650). Saraiva<br />

tira o lat. pharao do hebr. pharoh, forma<br />

hebi-aizada do egipcio puro e i>haro, reí. Larousse<br />

diz que pharaon é forma grecizada do<br />

titulo paraohula, o duplo gran<strong>de</strong> palacio. "Em<br />

sinal <strong>de</strong> respeito, os egipcios nao <strong>de</strong>signavam<br />

o nome do reí ; falavam da — Gran<strong>de</strong> Casa ou<br />

Palacio, que na língua nacional é Faraó. <strong>Da</strong>í,<br />

o uso déste vocábulo que <strong>de</strong>signa a resi<strong>de</strong>ncia<br />

real, e, por metáfora, o rei (Joiio Ribeíro, Historia<br />

Universal, 6.' ed., pg. 20).<br />

FARDA — Do ár. fard. paño, vestimenta<br />

(Eguilaz, Lokotsch, M. Lübke, REW, 3193).<br />

FARDEL — Do prov. far<strong>de</strong>l, dim. <strong>de</strong> um<br />

vocábulo pi'oveniente do ár. fard no sentido<br />

<strong>de</strong> embrulho (fardo) (M. Lübke, REW, 3193,<br />

Lokotsch, 588).<br />

FARDO — Do ár. fard, paño, tomado no<br />

sentido <strong>de</strong> trouxa (M. Lübke, REW, 3193, Lokotsch,<br />

588)<br />

FARELHAO — Provavelmento do it. do<br />

sul faraglioni, <strong>de</strong>rivado do gr. pharús, farol.<br />

M. Lübke, REW, 6463, só dá o esp. farellón<br />

como originario do voc. it. Ao sul <strong>de</strong> Capri<br />

há uns célebres rochedos conhocidos por éste<br />

nome. C. Michaelis <strong>de</strong> Vasconcelos, RE, III, 162,<br />

dá duas <strong>de</strong>rivagóes: ¡aro, por serem ilhotas era<br />

que se punham faróis (}aro-\-ilha) ; ou faro,<br />

"farilho, farühao.<br />

FARELO — Para Cornu,- Port. Spr., § 5,<br />

e A. Coelho é um dim. do lat. ¡ar, trigo. Para<br />

M. Lübke, REW, 3197, vem do lat. ¡urina, farinha<br />

<strong>de</strong> trigo, com troca <strong>de</strong> sufixo. García<br />

<strong>de</strong> Diego, Contr., 241, nao eré que o gal. ¡arelo<br />

seja redutível a ¡arina; pren<strong>de</strong>, como Cornu,<br />

a Jar.<br />

FARETRA — Do gr. pharótra, aljava, carcas,<br />

pelo lat. pharetra.<br />

FARFA — Cortesáo tira do esp. ¡arfan,<br />

que <strong>de</strong>riva do al.<br />

Pferd Fahn, esquadrao <strong>de</strong> cavalaria.<br />

A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola tira do ár.<br />

¡arkhan, plur. <strong>de</strong> ¡arakh, homem vil.<br />

FARFALHAR — A. Coelho cita o esp.<br />

¡ar¡allar, parolar, que nao se acha na Dicionário<br />

da Aca<strong>de</strong>mia. Cortesáo tira do esp. farfullar<br />

falar atropeladamente, <strong>de</strong> fundo onomatopéico<br />

segundo a Aca<strong>de</strong>mia. Cornu, Port. Sjrr.,<br />

§ 137, dá um lat. foris ¡abalare, falar tolamente<br />

e compara com o esp. farfalloso, gago.<br />

FARFANTE — Cortesáo tira do esp. farfante<br />

ou farfatón (reduplicagáo do lat. fari,<br />

falar). M. Lübke, REW, 3194, prendo o esp.<br />

ao "siciliano ¡ar¡anti, mentiroso, do ar. ¡ar¡ar,<br />

leviano.<br />

FÁRFARA — Do lat. ¡arjaru, tussilagem.<br />

FARINÁCEO<br />

—- Do lat. ¡arinaceu.<br />

FARINGE — Do gr. phárygx (fem.).<br />

FARINGECTOMIA — Do<br />

. phárygx, faringe,<br />

ek, fora, tom, raiz alterada <strong>de</strong> témno,<br />

cortar, e suf. ia.<br />

FARINGOCBDE — Do gr. phárigx, faringe,<br />

e kéle, tumor.<br />

FARINGOGRAFIA — Do gr. phárygx, faringe,<br />

graph, raiz <strong>de</strong> grápho, <strong>de</strong>screver, é sufixo<br />

ia. .<br />

FARINGOLOGIA — Do gr. j)hárygx, laringe,<br />

lógos, tratado, e suf. ia.<br />

FARINGOPLEGIA — Do gr. phárygx, faringe,<br />

pleg, raiz <strong>de</strong> plésso, ferir, e suf. ia.<br />

phárygx,<br />

FARINGO-SÁLPINGITE — Do gr.<br />

faringe, sálpigx, sálpiggos, trompa (<strong>de</strong> Eustaquio),<br />

e suf. ite.<br />

FARINGOSCOPIO — Do gr. phárygx, faringe,<br />

skop, raiz <strong>de</strong> skopeo, olhar, e suf. io.<br />

FARINGOSTAFILINO — Do gr. phárygx,<br />

faringe, staphylc, úvula, e suf. ino.<br />

FARINGOTOMIA — Do gr. phárygx, faringe,<br />

tom, raiz alterada <strong>de</strong> témno, cortar, e<br />

suf. ia.<br />

FAFvINIIA — Do lat. ¡arina, íarinha <strong>de</strong><br />

trigo; esp. harina,., it. ¡arina, fr. ¡arine. Generalizou<br />

<strong>de</strong>pois o sentido para graos <strong>de</strong> qualquer<br />

cereal reduzído a pó, mas em Portugal<br />

quando empregado ¡solado enten<strong>de</strong>-se que se<br />

trata <strong>de</strong> íarinha do trigo. No Brasil, o vocábulo<br />

isolado <strong>de</strong>signa a íarinha <strong>de</strong> mandioca.<br />

FARISCAR — De ¡aro e suf. iscar.<br />

FAR1SEU — Do hebr. pharush ou parush,<br />

separado, através do gr. pharisaios, lat. phari<br />

sacu. Na volta do cativeiro <strong>de</strong> Babilonia doi=r<br />

partidos se formaram no povo ju<strong>de</strong>u. Um contentava-se<br />

com a observancia, pura e simples da<br />

lei; o outro a isso ajuntava <strong>de</strong>masiado fervor<br />

e, como seus sequazes se aplicavam a evitar<br />

todo contato com os pagaos, receberam o nome<br />

<strong>de</strong> perqushim-, em arameu pharisch, separados,<br />

distintos.<br />

FARMACIA — Do gr. phaxmakcía, arte <strong>de</strong><br />

preparar beberagens mágicas, medicamentos,<br />

pelo lat. pharmacia. .<br />

FARMACOCALCITA — Do gr. pharmakon,<br />

veneno, chalkós, cobre, e suf. ita. Alusao ao arsénico,<br />

substancia venenosa, que ela contem.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!