Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

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A
título
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Marpésio
— 319 —
de um b. lat. morando. Cita a forma moralizo
era Dlpiomata, pg. 94-A. 9SG, e pg. 216-A. 1347.
Lieoni," Ganio da Lingua Portuguesa, I, 138, filia
a mar (levantado)
MARPÉSIO — Do lat. marpesiu.
MARQUES — Do lat. markeuse, gobernador
de marca (provincia íronteiriga) ;
através do
prov. marques (M. Jjübke, Gram. II, 5G3, REW,
5364), Brachet dá um lat. medieval márchense
Perdeu o sentido etimológico para designar sirnplesmente
um nobiiiárquico inferior ao
•
de ducue.
MARQUESITA — V. Marcasita (Constáncío)
MARQUESOTA Do esp. marquesota (Figueiredo,
Cortesáo)
MARRA — Do lat. marra (A. Coelho), voc.
do origem assíria (Waide) ; esp. it. marra, fr.
marre
MARRA — Do ár. maharrana, coisa proíbida
(M. Lübke, REW, 5638). A. Coelho e Cortesáo
tiraram do esp. marrana.
MARRACÓ' — De marra (Figueiredo)
MARRADA — De marrar e suí. aüa (A.
Coelho) . Cortesáo, com dúvida, tira, do esp
morrada, pancada dada com a .cabeca, especialmente
quando se encontra urna com outra.
MARRAFA — De Maraffi, nome de um
bailarino italiano, que viveu em Lisboa no
sáculo XVIII (Figueiredo). Eguilaz apelou para
um ár. marafa, lugar em que nascem os
cábelos.
MARRADHEIRO — Do esp. marrullero. (A.
Cortesáo)
MARRANO-— Do esp. marrano (A. Coelho,
Coelho,
Cortesáo) . Academia Espanhola admite tres
vocábulos idénticos. Um, pega de madeira, o
quál está fora de consideragáo. Outro, significando
pessoa maldita e excomungada, que é
o étimo do portugués e que ela deriva do anatema
maranathá, Nosso Senhor vem, usado por
S. Paulo na primeira Epístola aos Corintios,
XVI , 22 (Zeitschrift fiir rom. Phil, XIX, 271),
o que M. Lübke, REW, 5636, rejeita fonética
e semánticamente. O terceiro é sinónimo de
porco. e figuradamente significa homem sujo e
desasseado, o que procede mal ou baixamente,
derivando ela talvez de maharrana,, na Andaluzia
toicinho fresco, do ár. moharrama, coisa
proíbida (v. Marrao). O port. se deriva do segundo,
com o étimo aíastado indicado para o
terceiro. Era urna denominagáo injuriosa que
se dava aos mouros e judeus por nao comerem
carne de pc.rco. Et qui cu>m ungulam dividat,
non mminat. JBorum carnibus 'non vescimini,
neo cadavera contingelis, guia immunda sunt
vobis (Levítico, XI, 7-8) . "Os animáis mortos,
o sangue, a carne de porco . . ; ludo isto vos é
proíbido (Córelo, V. 4). V.
.
Joáo Ribeira, Frases
Feitas, II, 99. Lokotsch, 1412, tirou do hebr.
mar'e, ápar_éneia, por serení eristáos os marranos
apenas aparentemente ; cita outra derivacáo
na Zeitschrift der deuischen Morgenlandischen
Gesellschaft, XXIII, 637.
MAERAO — 1 (porco) : do ár. moharrama,
-coisa proíbida, part. pass. de harama, proibir