17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

I .<br />

,<br />

Cornu,<br />

'<br />

.<br />

.<br />

fr.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

I<br />

Valáo 519 — Varasse]<br />

pren<strong>de</strong> com dúvida ao csp. baladí. V. RL,<br />

TTT<br />

1S9<br />

'VALÁO — Do fr. ivallou- V. Stappors, 72S.<br />

VALDEIRO —De valdo, o mesmo que val<strong>de</strong>vinos<br />

(Figuciredo)<br />

VALDENSE — 1 (do cantao <strong>de</strong> Vaud) .<br />

Do b. lat. val<strong>de</strong>nse. — 2 (hercge) : De Valdo,<br />

sobrenome do hcresiarca fundador <strong>de</strong>sta seita<br />

no sáculo XII, e suf. ensc. V. Laroussc, s. v.<br />

vaudois. _ , , .<br />

VALDEVINOS — Corruptela <strong>de</strong> Balautno;<br />

nome que figura nos romances cavalheirescos,<br />

através <strong>de</strong> urna forma -Valdovinos (A. Coelho,<br />

Pori. Spr., § 1G9) .<br />

VALE — 1 (terreno): Do lat .<br />

valle; csp.,<br />

it. valle, fr. val. Era feminino era latino, como<br />

aínda hoje em italiano; a transfoimacáo se <strong>de</strong>u<br />

por influencia <strong>de</strong> monte, que aparece com vale<br />

na locucao 2¡or montes e ve<strong>de</strong>s. No onomástico<br />

e na toponimia portugueses aínda restam vestigios<br />

do feminino: Valboa, Valpequeua (sec.<br />

XII), Valmediana (séc. XIII), Balescuru (Leito<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, Licoes <strong>de</strong> Filología <strong>Portuguesa</strong>,<br />

473, Opúsculos, III, 443, Nunes, Gram._ Jiist.,<br />

220, RL, XXI, G3, M. LUbke, Gram. , J.I, 471).<br />

Otoniel Mota, O meu idioma, 3 69, dá dois exemplos<br />

em Sá' <strong>de</strong> Miranda: "Bem vejo porque<br />

o da Valle Corren tanto ao meu gallego". "Nao<br />

corre o da Valle assi?". — 2 (documento): De<br />

vale terceira pessoa do singular do presente do<br />

indicativo <strong>de</strong> valer, palavra inicial déstes documentos.<br />

— 3 (governador árabe): V. Váli.<br />

VALÉCÜLA — De vale e suí. cilla.<br />

VALEDIO — De valer.<br />

VALENCIANA — 1 (renda) : De<br />

Valenciennes',<br />

cida<strong>de</strong> francesa on<strong>de</strong> se fabricava originariamente<br />

esta renda. — 2 (armacao <strong>de</strong><br />

pesca) : De Valencia, nome próprio (Fígueiredo).<br />

VALENCIANITO — De Valencia, n <strong>de</strong> ligagáo<br />

e suf. ito.<br />

VALENCIANO — De Valencia (Fígueiredo)<br />

e suf. ano.<br />

VALENTE — Do lat. valcnie, que passa<br />

bem <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que é forte. Como os fortes<br />

sao mais ousados que os traeos, o sentido so<br />

alterou para bravo.<br />

VALENTINIANO — De Valcniim, heresiarca<br />

do segundo sáculo, e suf. -laño.<br />

VALER — Do lat. valere, ter saú<strong>de</strong> ;<br />

esp.<br />

.valer, it. valore, fr. va.loir. O l intervocálico<br />

conse'rvou-se por influencia do pretérito (Leite<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, Ligóos <strong>de</strong> Fiollogia <strong>Portuguesa</strong>,<br />

29G, Rh, II, 372, Cortesáo, Nunes, Gram.<br />

Bist.,<br />

10G).<br />

VALERIANA — Uns <strong>de</strong>rivam do latim<br />

'<br />

valere, ter saú<strong>de</strong>, por alusác as proprieda<strong>de</strong>s<br />

medicináis da planta (Aca<strong>de</strong>mia Espanhola,<br />

Stappsrs) ; outros, <strong>de</strong> Valerio, nome próprio<br />

(Clédat).<br />

VALiSRICO — Por valeriánico, qualificativo<br />

<strong>de</strong> um ácido encontrado na raíz da valeriana.<br />

VÁLETE — Do fr. valet (A. Coelho).<br />

VALETUDINARIO — Do lat. valetudinariu,<br />

que tem saú<strong>de</strong> precavía.<br />

VÁLGIO Do lat. valghi.<br />

VALGO — Do lat. valgu.<br />

VALHACOUTO — De valer e couto.<br />

VALÍ — Do ár. wali, governador, pronun-<br />

ciado uáli nesta língua e váli em turco (G.<br />

Viana, Apost., II, 521-2, Lokotsch). <strong>Da</strong>vid Lopes,<br />

apéndice do Eurico, <strong>de</strong> A. Herculano, pg.<br />

325, pretere as grafías uale ou uáli <strong>de</strong> acordó<br />

com o árabe; G. Viana aceita vale ou váli, com<br />

o uau consonantizado como em vizir. <strong>Da</strong>lgado<br />

tira do ár. através do malaiala bali. G. Viana<br />

através do inglés wall.<br />

VALIDÉ — Do ár. walida, em turco wali<strong>de</strong>,<br />

parturiente (Devie, G. Viana, Apost., II,<br />

523).<br />

VALIDO — Do lat. validu.<br />

A^ALISNÉRIA — De Vallisnieri, nome <strong>de</strong><br />

um botánico italiano (1601-1730), c suf. m.<br />

VALO — Do lat. vallu, estacado, trincheira;<br />

it. vallo. Há outro voc, que significa re<strong>de</strong>,<br />

e que Figuciredo, em dúvida, relaciona com<br />

éste.<br />

VALOR — Do lat. valore.<br />

VALQUIRIA — Do escandinavo<br />

(Stappers),<br />

ou do ant. al. wo.lkyrien, <strong>de</strong> vjal, matanca, e<br />

küren, eleger (Acad. Espanhola).<br />

VALSA — Do al. V/alzer, <strong>de</strong> walzen, dar<br />

voltas (A. Coelho).<br />

VALVA — Do lat. valva, batente <strong>de</strong> porta.<br />

VALVERDE — Do fr. belve<strong>de</strong>re, do it.<br />

bello, belo, e vedare, ver.<br />

VÁLVULA — Do lat. valva, batente do<br />

porta, e sut. ula.<br />

VAMPIRO — Do esclavonio ou servio upir,<br />

sanguessuga, através do al. Wampir (Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola, Larousse, Stappers, Moreau)<br />

A. Coelho tirou do al., que íeconheceu alias<br />

<strong>de</strong> origem nao germánic;;<br />

<strong>de</strong>struid gran<strong>de</strong><br />

número <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> arte, e suf. isme.<br />

VANADIO — De /anadus, nome <strong>de</strong> urna<br />

<strong>de</strong>usa da mitología, escandinavo., e suf. ¡o; foi<br />

estudado em 1930 por Lefstrcem, que o retirou<br />

<strong>de</strong> um ferro proveniente <strong>de</strong> Taberg, na Suécia<br />

(Acad. Esp., Larousse, Alvaro <strong>de</strong> Óliveira, Química,<br />

400).<br />

VANDALISMO — De Vándalo, povo bárbaro<br />

que em 455 saqueou Roma e<br />

VANGLoRIA — De va e gloria.<br />

VANGUARDA — Do ingl. vanguard (Said<br />

Ali, Dificuldadcs da lingua portuguesa, 2.' ed.,<br />

pg. 312). A. Coelho tirou <strong>de</strong> van por avante<br />

e guarda, pelo tipo do avantgar<strong>de</strong><br />

.<br />

suf.<br />

VANILINA — Do fr. vanile, baunüha, e.<br />

ina.<br />

VANiLOQUO — Do lat. vaniloquu, mentiroso.<br />

VANTAGEM — Do fr. avantage, com <strong>de</strong>glutinacáo<br />

(M. Lübke Gram-, I, 49, REW ,<br />

4,<br />

Nunes," Gram.. I-Iist., 259). Are. avantagem-<br />

(Fernao d'Oliveira. Gramática <strong>de</strong> linguagem<br />

portuauesa, 2.» ed., pg. 8).<br />

VANTE — De avante por aférese.<br />

VAO — Do lat. vanu, inútil; esp., it. vano,<br />

fr. vain.<br />

VAPIDO — Do lat. vo^pidu, estragado (vinho)<br />

VAPOR — Do lat. vapore.<br />

VAPORÍFERO — Do lat. vaporiferu.<br />

VAPORÍMETRO — Do lat. vapore, vapor,<br />

e meir. raíz do gr. vidrio, medir.<br />

VAPULAR — Do lat. vapulare.<br />

VAQUETA — 1 (couro) : De<br />

vaca e sufijo<br />

cid (A. Coelho, Figueiredo). — 2 (vara):<br />

Alíeraoao <strong>de</strong> baqueta (A. Coelho, Figueiredo).<br />

VARA — Do lat. vara, pau que sustenta<br />

tábua ou andaime, travessa; esp. vara.<br />

VARANDA — G. Viana, Ortografía Nacional,<br />

222, 436. Apos* , 11, 524-G, julga o voc.<br />

conexo com vara e varáo. Diz que o vocábulo,.<br />

que milito tempo passou como da origem indiana,<br />

foi talvez levado para' as Indias pelos<br />

portugueses, visto já pertencer ao'tesouro das<br />

línguás románicas da Península Hispánica_ antes<br />

<strong>de</strong> "Oles chegarern as Indias por mar. Figura<br />

já no Ilotciro dá viagem <strong>de</strong> Vasco da Gama<br />

(1493) e Pedro <strong>de</strong> Alcalá (1505) se serviu déle<br />

para tradu-ir um termo arábico. Fóra absurdo<br />

supór que" os portugueses o houvessem aprendido<br />

na indi?, em fins do sáculo XV e iao<br />

dcp'-essa o transmitissem, quando as suas relacóes<br />

primeiras com os habitantes da vasta<br />

península se limitaram ao trato com os povos<br />

dravídicos do sul, on<strong>de</strong> rráo é natural que o<br />

vocábulo fosse vernáculo entáo. O Roteiro,<br />

com efe ; to, rematando com urna lista <strong>de</strong> palavras,<br />

frases e nomes próprios malabares, nao<br />

o incluí, empregando-o no texto portugués sem<br />

o explicar. Gil" Vicente, na Farsa do juiz da<br />

Belra, póe na boca <strong>de</strong> um escu<strong>de</strong>íro estes versos<br />

"Agora ver-me em <strong>de</strong>manda Acbo-me<br />

• I<br />

táo salteado 1 Como gato na varanda". Ora, e<br />

¡mpossível que a palavra. se fósse asiática, se<br />

houvesse tornado 'já táo popular que o dramaturgo<br />

portugués a empregasse em estilo jocoso,<br />

numa frase que tem todo o jeito <strong>de</strong> proverbial<br />

e vulgar e conseguintemente arcaica, cerno o<br />

é a íingúagem dos rifoes. Todavía, por outra<br />

parte, parece também cer*o que o vocábulo existiu,<br />

ou existe em sánscrito, pelo menos na pena<br />

dos doutos asiáticos que artificialmente escreveram,<br />

ou escrevem neste idioma, extinto ver-,<br />

nacularmente há tantos e tantos sáculos ;<br />

havendo<br />

esse vocábulo hoaranda) passado aos<br />

prácritos mo<strong>de</strong>rnos, e nao sendo presumível <strong>de</strong><br />

certo que do portugués o tirassem estes, pois<br />

na India a língua <strong>de</strong> comunicacao com os<br />

europeus era o árabe. A existencia, portanto,<br />

<strong>de</strong>sta dicáo na India e em línguas románicas<br />

é fortuita, como semejantemente o <strong>de</strong>ve ser<br />

a do tanaue e <strong>de</strong> chava em portugués e naqueles<br />

vernáculos índicos. <strong>Da</strong>lgado, Infhíeuaa<br />

do vocabulario portugués em linguas asiáticas,<br />

Glossário Luso-Asiático, nao aceita origem asiática.<br />

Diz que Yule e Burton foram os primei-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!