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Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

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.<br />

"Os<br />

,<br />

.<br />

.<br />

A<br />

.<br />

Parienogenese 3S3 - Passionário<br />

PAETENOGSNESE — Do gr. várthenos,<br />

virgem (sera íecundacáo) e génesis, geracáo.<br />

PARTENOLOGIA — Do gr. párthenos,<br />

yirgem, lagos, tratado, e suf. ia.<br />

PAETÉNOMANCIA — Do gr. párthenos,<br />

virgem, e manteía, adivinhagáo<br />

PARTENOPEU — Do gr. parthenopaios<br />

<strong>de</strong> Parténope, a cida<strong>de</strong> que é hoje Ñapóles,<br />

pe!o lat. parthenopaeu.<br />

PARTICIPE — Do lat. participe.<br />

PARTICIPIO — Do lat. participiu, participacáo.<br />

"<br />

PARTICULAR — Do lat. particular^.<br />

PARTILHA — Do lat. partícula, pequeña<br />

parte; esp. partíja.<br />

PARTIR — Do lat. 'partiré por partin,<br />

dividir, que <strong>de</strong>pois passou a significar partirse<br />

<strong>de</strong> um lugar, separar-se; esp. fr. partir,<br />

it. partiré.<br />

PARTITIVO — Do lat. "partitívu.<br />

PARTITURA — Do it. partitura (G. Viana,<br />

Apost., II, 328).<br />

PARTO — 1 (subst) : do lat. partu; esp.,<br />

it.<br />

parto.<br />

2 (adj.) : do lat. parthu.<br />

PARÜLIDE — Do gr. paroulís, parouhdos,<br />

tumor ñas gengivas. G-. Viana grata parúlida.<br />

PARVA. — E' o adj. fem. parva substantivado.<br />

PARVAJOLA — De parvo eom sufixo arbitrario.<br />

PARVO — Do lat. parvu, pequeño, ou<br />

melhotv <strong>de</strong> parvulu, dim. <strong>de</strong> parvus (C. Michaelis,<br />

RL, III, 178, Cornu, Port. Spr., §§<br />

130 e 236. M. Lübke, REW, 6262) ; it. pargolo.<br />

O are. era parvoo, cuja forma aparece aínda<br />

em parvoice e ou.tros <strong>de</strong>rivados. A significacao<br />

mudou por causa da ingenuida<strong>de</strong> natural<br />

as enancas. V. G. Viana, Apost., II, 238, Leite<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, Licoes <strong>de</strong> Filología <strong>Portuguesa</strong>,<br />

158. Senhor Deus, eu som muco parvoo...<br />

(Inéditos <strong>de</strong> Alcobaca, 3., pg. 10).<br />

PARVOA — Do lat. 'párvula, dim. <strong>de</strong> parva,<br />

pequeña. V. Parvo.<br />

PASCÁCIO — Do esp. pascasio .<br />

espanhóis<br />

chamavam pascasios (do lat. piascha)<br />

aos estudantes das universida<strong>de</strong>s que, por estarem<br />

perto <strong>de</strong> suas térras, iam la passar as<br />

festas da páscoa. Aos pedantes que imitavam<br />

estes estudantes chamou-se-lhes, provavelmente,<br />

também pascasios. <strong>Da</strong>i — tolo,<br />

idiota, lorpa, etc.". — (Cortesáo).<br />

PASCALINA — De Pascal, sobrenome <strong>de</strong><br />

um célebre matemático francés (1623-62), inventor<br />

<strong>de</strong>sta máquina, e suf. ina.<br />

PASCER — Do lat. pascere; esp. pacer,<br />

it. pascere, fr. paitre.<br />

PASIGRAPIA — Do gr. pás, todo, i <strong>de</strong> h-<br />

gacáo, graph, raíz <strong>de</strong> grúpho, escrever, e<br />

suf. ia.<br />

•<br />

PASMO — Do gr. spasmós, puxáo, pelo<br />

!at spasmus, pop. "pasmu (Lindsay, The<br />

Latín language, 107, M. Lübke, REW, 8127,<br />

A. Coelho). A aférese do i- impuro é insólita,<br />

como observa Brachet.'<br />

PASPALHaO — A. Coelho <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong><br />

paspalho, <strong>de</strong> que nao <strong>de</strong>u étimo. "Na Galiza,<br />

diz Julio Moreira, Estudos, II, 276, chamapi<br />

á codorniz paspalliás e em alguns lugares <strong>de</strong><br />

Trás-os-Montes paspalhós. Este home é urna<br />

imitacáo do canto da codorniz, como já notaram<br />

Saco Arce e Cuveiro Pinhol. De pasimlhás<br />

e paspalhós, vocábulos masculinos que<br />

seriara tomados como aumentativos,' em virtu<strong>de</strong><br />

das suas terminaeoes, passar-se-ia fácilmente<br />

para outra" forma com aspecto <strong>de</strong> aumentativo,<br />

paspalhño, po<strong>de</strong>ndo esta haver sido<br />

tarnbém diretamente sugerida pela voz da codorniz.<br />

E que paspalhao é o nome da codorniz<br />

em' alguma das nossas provincias, dí-lo<br />

também o Novo Dicienárío, sem precisar a regiáo<br />

a que pertence. O canto estrepitoso da<br />

pequeña ave, irónicamente interpretado, <strong>de</strong>u-<br />

Ihe ares <strong>de</strong> jatancia, <strong>de</strong> vaida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> estólida<br />

pretensáo. <strong>Da</strong>í resultou que o seu nome passou<br />

também a aplicar-se, zombeteiramente, a<br />

Dessoas em que "avultam estas qualida<strong>de</strong>s.<br />

Ésta evolucáo <strong>de</strong> sentido tem um caso análogo<br />

na palavra grulha, com que <strong>de</strong>signamos<br />

urna pessoa excesivamente taladora, tagarela,<br />

e que em castelhano exprime a <strong>de</strong>nominacáo<br />

<strong>de</strong> urna ave, o grou". Silvio <strong>de</strong> Almeida tirou<br />

<strong>de</strong> urna expressáo latina spasmus paleus,<br />

sspaníalho <strong>de</strong> palha; spasmu <strong>de</strong>u pasmo, que<br />

na composicao se reduziu á primeh-a sílaba.,<br />

<strong>de</strong> acordó com outros exemplos, tais como fidalga.<br />

Joao Ribeiro, Fabordao, 197, criticando<br />

éste étimo, observa que em latim spasmus é<br />

convulsáo ou caimbra e nao espantalho ; o adjetivo<br />

paleus é mera invencáo <strong>de</strong> Silvio <strong>de</strong><br />

Almeida. Pacheco e Lameira, Gram. Port.,<br />

59, <strong>de</strong>ram como brasileirismo.<br />

PASQUIM — De Pasquino, nome dado<br />

pelo povo romano ao torso informe <strong>de</strong> urna<br />

estatua mutilada, achado no subsolo do lugar<br />

on<strong>de</strong> houve a oficina <strong>de</strong> um sapateiro assim<br />

chamado. Remonta ao sáculo XV o hábito<br />

<strong>de</strong> colar nessa estatua epigramas contra os<br />

personagens da época. Murtas vezes, outra<br />

estatua, chamada Marforio, que f icava fronteira<br />

á <strong>de</strong> Pasquino, dava a réplica (Larousse).<br />

PASSA — Do lat. pansa ou passa, scilicet<br />

uva, uva estendida (A. Coelho, M. Lübke,<br />

REW, 6270).<br />

PASSACALE — Do esp. pasacalle. Larousse<br />

reconhece o mesmo étimo para o fr.<br />

passacaille e Petrocchi, s. v. passagallo.<br />

PASSA-CULPAS — De passar no sentido<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpar e culpek.<br />

PASSA-DEZ — Jñgo <strong>de</strong> dados em que<br />

per<strong>de</strong> quem tira ponto superior a <strong>de</strong>z.<br />

PASSAMANES — Do fr. passements (M.<br />

.<br />

Lübke, REW, 6267, A. Coelho). Figueiredo tirou<br />

do it passamano<br />

.<br />

PASSAPORTE — Do fr. passe-port (A.<br />

Coelho, M. Lübke, REW, 6267); era primitivamente<br />

documento que permitía a um viajante<br />

Aca<strong>de</strong>mia<br />

passar por um porto (passagem) .<br />

Espanhola reconhece a mesma origem para o<br />

esp. pasaporte.<br />

PASSAR — Do lat. *passare, freqüentativo<br />

<strong>de</strong> pan<strong>de</strong>ro, abrir, afastar; esp. pasar, it. passare,<br />

fr. passer (M. Lübke, REW, 6267, (Figueiredo)<br />

. Teria significado a principio abrir,<br />

dar passagem, <strong>de</strong>ixar ou mandar passar, transformando-se<br />

<strong>de</strong>pois em ir através (Stappers).<br />

A. Coelho <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong> passo, lat. passu, etimología<br />

repelida por Diez. Cortesáo cita; Be totis<br />

aliis terris, in indicio et in iuraanento passent<br />

super illos... ÍLeges, pg. 454-A. 1186).<br />

PÁSSARO — Do lat. "passaru em vez <strong>de</strong><br />

passere, pardal ; esp. pájaro, it. passero, fr.<br />

passe (mocl. passereau, com sufixo). Jriouve generalizacáo<br />

<strong>de</strong> sentido. O Appendis Probi, 163,<br />

apresenta passer non passar; sao numerosos<br />

os exemplos: Corpus Inscriptionwm Latmarum,<br />

VI, 2698, Inscriptíones Regni Nea-politani, 7160,<br />

Apuleu, Metamjrfoses, Vj.II, 20 e X, ¿% em<br />

Floridas, Not. Tir., III, 40, Corims Glossariorum<br />

hatinorum, II, 143, 1. Seelmann, Aussprache<br />

<strong>de</strong>s Latein, 186, vé no a influencia da vizinhanca'do<br />

r; Nunes, Gram. Hisi., 59, o mesmo<br />

ou assímilacáo. O vocábulo latino passou da<br />

terceira <strong>de</strong>clinagáo para a segunda.<br />

PASSAVANTE — De passar e avante; pela<br />

posicáo que tomava no <strong>de</strong>sempenho das cerimónías<br />

do seu cargo.<br />

PASSEAR — Leoni, Genio da língua portuguesa,<br />

I, 309, A. Coelho, <strong>de</strong>rivaram <strong>de</strong> passo;<br />

passear seria andar a passo, <strong>de</strong>vagar. Leite <strong>de</strong><br />

Vasconcelos, Ligoes <strong>de</strong> Filología <strong>Portuguesa</strong>,<br />

169, admite o mesmo. O esp. tem pasear, que a<br />

Aca<strong>de</strong>mia Espanhola- <strong>de</strong>riva d

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