Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

.
. (Boosco
Cortesáo
tron,
io;
.
.
^1
;
Mesáfrion — 329 Metafonia
MESCFRION — Do gr. mesóplwyon, espaco
entre as sobrancelhas.
MESOGASTRO — Do gr. mésos, meio, e
gastér, gasirós, ventre, estómago.
MESAGLBIA — Do gr. mésos, meio, e gloiá
por glía, grude, cola.
MESOLABIO — Do gr. mésos, meio, lab,
raiz de lambáno, tomar, e suf.
'
pelo lat.
mesolabiu.
MESÓEITO — Do gr. mésos, meio, e hthos,
Dedra.
.
MESOLÓBIO — Do gr. mésos, meio, lobos,
lobo, e suf. io.
.
de
MESOLÓBULO — Do gr. mésos, meio, e
lóbulo.
MESOLOGARITMO — Do gr. mesos, meio,
e de logaritmo, q. v.
MESOLOGIA — Do gr. mésos, meio, logos,
tratado, e. suf. ia.
MESÓMACRO — Do gr. mesos, meio, e
maleros, longo, pelo lat. mesomacros.
_
MESOMERIA — Do gr. mesomena, o intervalo
das c.oxas.
, ,
MESOMSTRIO — Do gr. mesos, meio, mí-
ira, útero, e suf. io
MESONEFRO — Do
rim.
. MESONEVRITE
nevrite.
MESOROPTRO — Do
gr.
mésos,
meio,
sieplirós,
Do gr. mésos, meio,
de
jr. mésoros, que
serve de limite, e optron, formado de óssomai
(raiz op) com o suf. . á semelhanca de
liátoptron.
,
. . , .
MÉSÓRQUIO — Do gr. mesos, meio, orclus,
testículo, e suf. io.
MESORRETO Do gr. mésos, meio, e
reto
ṀESORRINO^ — Do gr mésos, meio, e
?*7iís, rhinós, nariz.
MESOSSEMO — Do gr mésos, meio, e
sema, sinal, índice.
Do gr. mésos, meio,
MESOSSISTÓLICO
e de. slstólico.
MESOSTERMO — Do gr. mésos, meio,
a stémon, estenio
MESOSTÓMIDA — Do gr. mésos, meio,
stóma, boca, e suf. ida.
MESOTENAR — Do gr. siesos, meio, e
de tenar, q. v.
MESOTÉRIO — Do gr. «lesos, meio, e
theríon, animal.
MESOTERMICO — Do ;r. mésos, meio,
tliérme, calor, e suf. ico.
MBSOTIPO — Do gr. mésos, meio, e
typos, tipo; é nm tipo intermediario.
MESOTÓRAX — Do gr. mesos, meio, e
thórax, tórax.
MESOTORIO — Do gr. mésos, meio, e de
torio.
MESOZEUGMA — Do gr. mésos, meio, e
zeugma, ligacáo, zeugma.
MESOZOICO — Do gr. mésos, meio, e
noikós, relativo á vida.
MESQUINHO — Do ár. mishín, pobre, proveniente
do assírio através do aramaico CLojkotsch).
Are. mezquinho: Eu, seendo pecador
e muy mezquinlio. . delleytoso,. solitario,
apud Nunes, Crest. Ara-, 215). V. Nunes,
Gram. Hist-, 169, G. Viana, Apost. II,
335. Cortesáo deriva do esp. mezquino. Bourciez,
IÁng. Rom-, § 190, o cita cita numa glosa
do sáculo IX: Saraceni miselyinum mendicum
vocant (Glos. Eeiehenau anh. I, 20).
MESQUITA — Do ár.-mesjid, própriamente
lugar onde a gente se prosterna; formado por
-¡na, prefixo de lugar, e verbo sajada, prosternarle
(Lokotsch) . derivou do esp.
mezquita. Are. 'mezquita, mizquita : Auia grao
vontade, de destruir a mizquita de Mafcmede
(Crónica dos Vicentes, séc. XIV, i?i Bcriptores,
pg. 407). V. Leite de Vasconcelos, Eigoes
de Filología Poriugues'a, 269-70, G. Viana, RL,
VIi.1, 13. Larousse explica a gutural do fr.
'mosquee pela pronuncia mesguid do árabe do
.Egito. David Lopes, na memoria apresentada
.ao 'XVI Congresso dos Orientalistas de 1906,
-intitulada Trois faits de phonéiique historique,
•v.' RFP, VIII-IX, pg. 141-50, tratou exaustivamente
do assunto. Achando raros os casos
de transformaeáo do j árabe em g portugués
(almogama, galanga, moganga), admite que
o vocábulo veio através- do grego bizantino, 'a
•custa de quem os árabes comecaram a fundar
o seu imperio na Siria e no Egito. A forma
.direta é almagid, que aparece hum documento
castelhano cío principio do sáculo XIV. Os
reconquistadores cristáos deixavam aos mudejares
sua religiáo, seus usos e costumes. Mais
tarde os mudejares foram esquecendo a sua
língua e tiveram de traduzir para o castelhano
as suas leis. Num tratado de 1462 já aparecem
as formas mesquida, mezquida, mais próxima
da forma erudita mezquita. O documento
mais antigo em que o vocábulo aparece na
Península Ibérica é de 986 e relativo a concessao
ao mosteiro de Celanova de um "villar e'
subtus Sa'ficto Petro de Mesquita".
MESSALINA — De Messalina, nome da
dissoluta mulher do imperador romano Claudio.
V. Suetónio, Claudio, XXVI, Juvenal, VI,
114-32.
MESSE — Do lat. tnesse; esp. mies, it.
messe, fr. ant. mes.
MESSIAS — Do hebr. hashiah, ungido,
pelo lat. messias (Lokotsch, Saraiva)
MESSÓRIO — Do lat. messoriu.
.MESTER — Do lat. ministeriu, servico
esp. menester, it. mestiere, fr. métier. Are.
mesteiro (Nunes, Gram. Hist., 59).
MESTICO — Do lat. "mixticiu, de mixtus,
misturado; esp. mestizo, fr. mutis.
MESTO — Do lat. maestu; esp. it. mesto.
MESTRE — Do lat. magistru; esp. maestre,
it. maestro, fr. maíére. Are. maestre,
meestre: Eu Pedro Aluitis pela graga de deus,
Maestre do templo... (Leges, pg. 586 — Séc.
XIV). Meestre meendo físico dEIRei test. (Leges,
pg. 485 — Séc. XIV). Cortesáo dá um lat.
magistre, de terceira declinacáo. V. Nunes,
Gram. Hist-, 62, 70; para éste autor o e
indica origem francesa ou provengal, que é
também a indicada por Leite de Vasconcelos,
Ligóos d.e Filología Portuguesa, 94, e Otoniel
Mota, O meu idioma, .179. Pida!, Gram. Hist.
Esp-, § 74, prefere ver o nominativo magister,
gracas ao emprego desta palavra na chancelaria
latina.
MESURA — Do lat. mensura, medida;
esp. mesura, it. misura, fr. mesure.
META — Do lat. meta, V. Meda.
MtiTABOLE — Do gr. metabolé, mudanga,
troca.
METABOLOGIA — Do gr. metabolé, mudanga,
lugos, tratado, e suf. ia.
METABOLISMO — Do gr. ¡metabolé, mudanca,
troca, ^ suf. ismo.
METÁBOLO — Do gr. metabolé, mudanga,
e desin. o.
METACARPO — Do gr. meta, depois de,
e carpo, q. v.
METACENTRO — Do gr. meta, além de,
e centro, q. v.
METACINESE — Do gr. meta, com ídeia
de muüanca, e ¡cínesis, movimenLO.
METACRONISMO — Do gr. meta, depois
de, e ch.ronismós, duragáo de tempo.
METADE — Do lat. medietate; esp. mitad,
it. 'meta, fr. moitié. O are. meiadade é o representante
direto de medietate pela síncope do
d e alteracáo do e átono para a. Oorn sincope
do d e do segundo e, ficou meitade, onde o ditongo
impediu o abrandamento do primeiro í
, e daí o are. meetade (Nunes, Gram. Hist., 213,
Cornu, Port. Spr., §§ 192 e 256). Et de alia mediatate
non cabiam in illa filios de alia mulier
(Diplomata, pg. 456-A. 1091). Dez moyos de
pam meyadacle de centeno e meyadade de milo
(Legesí. pg. 653-A. 1255). . . .fémderom meetade
dos carpos (IV Livro das Linhagens apud Nunes,
Crest. Are, 36). Pidal, Gram. Hist. Esp.,
§§ 47 e 60, aclia que a semivogal i impediu a
sonorizacáo do primeiro í ou talvez se *ratede
um cultismo.
METAFÍSICA — Do gr. meta ta physiká.
depois dos tratados de física. Os quatorze H-
vros, cujo verdadeiro nome é próie pliLtusophía,
filosofía primeira, na obra de Aristóteles, foram
assim chamados porque Andronico de Rodes os
coíocou depois dos tratados físicos. Como ésses
livros tratavam de questóes de ordem mais elevada
que a física, o objetivo metafísico passou
a significar sutil, abstrato (Moreau, Racines
Grecques, 200, Leonel Franca, Historia da Filosofía,
pg. 36, Larousse, Laurand, Manuel des
études grecques et latines, I, 212, Rabier, Précis
de philosophie, 284). Já aparece metaphy.iicu
em Boecio.
METAFONIA — Do gr. meta, com idéia
de mudanga, phoné, voz, som, e suf. io.