Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

. teñir.
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MANTISSA
,
MANTIMENTO
-
.
.
MARAFONA
.
.
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.
..
Mansuetude 316 Maranata
explica o esp-. por urna lingua pré-romanica
do rético. O aragonés conser'/a o ns, mas
Pidal, Gram. Hist. Esp., § 47, prefere ver
urna voz tardía.
MANSUBTUDE — Do lat. mansuetudine
MANTA — De manto.
MANTEIGA — Conforme Julio Cornu, provém
éste vocábulo de nattatica-natta (Grundriss
der romanischen Pliilologie, I, 763) . De
todos os étimos propostos é éste o mais aceitável,
nao obstante a troca de n inicial em
Til, a qual nao é muito explicável, podendo
dizer-se rarissima (G. Viana, Apest. II, 111).
M. Liübke, Gram. I, 47, 93, da como ibérico
o esp. manteca, e estranha o i em portugués;
em REW, 5327, aceita o étimo de Diez, Dio.,
4G0, o lat. mantica, alforge, primitivamente o
recipiente em que a manteiga era preoarada
(Zeitschrift rom. Phil., XXÍX, 554). Acha morfológicamente
incompreensível a derivaeáo de
mantus (Romanía, XXIX, 35-8) e a de malta
(.Zeitschrift rom. Phil., VI, 121). Nao julga
históricamente fundamentada a ligacáo com o
eslavo ment-(Zeitschrift rom. Phil., XIII, 531).
Pensa que taívez seja pré-románíca (Roma.-nische
Forschungen, I, 442) . Mégacles RLP. XIX,
64, da a opíniáo de Jos. Bruch (.Zeitschrift rom.
Phil., XLÍ, 694), segundo a qual viria do baixo
latim hipotético- manutejica manutigica, que deriva
do vocábulo usado manutigium, leve friccáo,
apalpamento (cfr. Georges II, 809, Du
Cange, V, 254. ííaigne d'Arnis, col. 13741. como
o conhecido formaticum, fr. fromage, it. fro-
~maggio provém de formatus. Mantejica designaria,
pois, a manteiga preparada com as máos,
ao passo que fromoA-icum é o querjo metido
em forma ou cincho. Cortesáo tirou de um b.
lat. manteca e cita o vocábulo em Inquisiiiones,
pg. 309, e Leges, pg. 663-A. 1255.
MANTEL — Do lat. mantel e (A. Coelho)
esp. mantel. Nunes, Gram. Hist., 466, por
causa da apócope do e final julga de inrportagao
estranha (fr. mantean, ant. mantel).
MANTELEE — De mantel (A. Coelho).
MANTENCA — De manter e suf. enga,
segundo A. Coelho. Deve ser forma semiculta
de um lat. manutenentia.
MANTENEDOR — Do esp. mantenedor.
O genuino mantedor foi usado pelo cronista
Rui de Pina : . . . fóssem os sos e principáis
mantedores — Crónica de el-rei D. Alonso
V, cap. CCVI (G. Viana, Aposi. II, 110).
MANTER — Do lat. manu tener e, ter na
-máo; esp. 'mantener, it. mant enere, ir. main-
M. Lübke, REW, 5340, já da urna forma
aglutinada manutener e.
MANTfitT — Do lat. manteiu, lugar onde
sao dados os _oráculos, voc. de origem grega
(Figueiredo). Ha outro, do fr. mantean (luí.
Lübke, REW, 5326).
MANTEODO — Do lat. manutenutn, segure
na máo; está um pouco arcaizado v.
Teúdo.
MANTICA — Do lat. mantica.
MANTICOSTUME — De manter e
oostume?
Figueiredo documenta o voc. com Fiiinto,
XXII, 115.
MÁNTIDA — Do gr. mántis, especie de
,gafanhoto,_ e suf. ida.
MANTiLHA — Do esp. mantilla; veja-se
o sufixo (Pacheco e Lameira, Gram. Port-,
22, M. Lübke, REW, 5326). A. Coelho tirou
do lat. manticula.
— De manter e suf. mentó.
— Do lat. manlissa, o excedente
do peso, a quebra, voc. de origem etrusca,
segundo Paulo Festo, ou gaulesa por intermedio
do etrusco, segundo Stokes (Walde, Stolz,
Geschichte der lateinischen Sprache, 65).
MANTO — Do lat. mantu; esp. it. manto,
fr. mante. Segundo Brachet o voc. lat. ocorre
em Isidoro.
manuale.
MANUAL — Do lat.
MANUBALISTA — Do lat. manu, máo, e
de balista (q. v.).
MANUBIAL Do lat. manubiale.
MANUBRIO Do lat. mamibriu.
MANUCURO V. Manicura.
MANUELINO — De Manuel, nome de um
rei de Portugal, primeiro de nome, em cujo
reinado (1495-1521) se desenvolveu o gótico florido,
ésse estilo arquitetónico, e suf. mío.
MANUFATURA — Do lat. manu, máo, e
factura, feítura.
MANÜLEA — Do lat. manulea.
MANUMISSO Do lat. manumissu.
MANUMITIR — Do lat. manumitiere.
MANUSCRITO — Do lat. manu scriptu,
escrito á máo
MANUSDEI — Do lat. manus Dei, máo
de Deus.
MANUSEAR — A. Coelho tirou do lat.
manus e do suf. ear, mas parece urna formacao
arbitraria de mao.
MANUTENCAO — Do lat. manu e ientione,
o ato de segurar com a máo.
MANUTBN1VEL — Do um lat. manu "tenibile,
capaz de ser segurado na máo.
MANUTÉRGÍO — Do lat. manutergiu.
MAO — Do lat. manu; esp. it. mano, fr.
medn
MAPA — Do lat. mappa, guardanapo, voc.
de origem púnica, segundo Quintiliano, I, 5,
57. Pacheco e Lameira, Gram. Port-, 10,- confirman!
a origem fenicia. Walde igualmente.
Saraiva deriva do siríaco ina pal, que faz sair,
oue chama para fora. O mapa dá a irnpressáo
de urna especie de toalha.
MAPAMUNDI — E' do lat. mappa mnndi,
carta geográfica do mundo.
MAQUEROFORO — Do gr. machairophóros
pelo lat. machaero-phoru.
MAQUETE — Do it. macchieita, rnarichinha,
borráo, através do fr. maquette. A. Coelho
tirou do it. e Figueiredo do it. e do
francés.
MAQUI — Prováveimente africano. V.
Stappers.
MAOUIA — Do ár. malcúa, vasilha para
'medir (Lokotsch, Nunes, Gram. Hist-, 175, Joaquim
da Silveira, RZ,, XXIV, 198, Cornu, Port.
Spr. § 131, Cortesáo). Cortesáo cita um b.
•
lat Quomodo pertinet perdat las maquilas (Leges,
pg. 808-A. 1188-1230). O ár. mikyal (Sousa,
Dozy, Eguilaz, A. Coelho) é fonéticamente inaceitável.
.
, . ,.,.
es-
MAQUIAVELISMO — De Maccluavelli,
critor italiano do sóculo XVI o qual aconseíbava
no seu livro II Principe o emprégo da
má fé para o sustento da política de um
Estado, e suf. ismo.
.
MAQUINA — Do gr. machane, forma dorica
de" mécheme, pelo lat. machina com a
átona alterada (V. Sommer, Handbuch der lateinischen
Laut-und Formenlehre, 11)
MAR — Do lat- mare; esp. it. mar, fr.
O voc, neutro em lat., já_ teve o gemer.
1
ñero feminino em port., como aínda se ve dos
7estí¿io7' pr'eamar Xq. v.) e baixamar. E' de
género ambiguo em esp., masculino em it. e
feminino em fr. Há outro voc, titulo dos bispos
r^aronitas, de origem siriaca.
"
MARABÚ — 1 (asceta): v. marabnto. —
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(ave") : do antecedente, pelo aspecto ceno ao
animal (Lokotsch, que alias cita somente o
esp j. Stappers dá como etimología duvidosa.
IvTARABUTO — Figueiredo considera s. v.
marábito urna forma .afrancesada, e Cortesas
deriva marabú do fr. marabout. ^okotsch deriva
do ár. marbut, própriamente ligado, part.
pass do verbo rabaia, ligar, ser piedoso, depois
asceta, santo, ermitao. A. Coelho tirou
cío ár. marabath. V. Dozy, Devic, Eguilaz.
Cotresáo tirou do it. ou do esp. ant. marabutu.
,
MARACOTAO — Corruptela de urna forma
antiga melacotdo (Ancora médica, pg. 170), do
esp. melocotón (Cortesáo, Figueiredo) ou mesmo
do lat mahim cotonium, maca cretense,
marmelo, que García de Diego, Oontr., 384,
considera um cultismo medieval. Segundo Alonso
de Palencia, Voc. Univ., 260, "se nombran
de un lugar de la isla de Creta, do primeiro
fueron loados". B'oisacq, s. v. hydónion, observa
que jamáis se assinalou o marmelo especialmente
em Creta. M. Lübke, REW, 2436,
poe em dúvida o étimo. A Academia Espanhola
explica (s. v. melocotón) que se costuma
enxertar pessegueiro no tronco do marmeleiro
para obter as melhores variedades.
— Do ár. mará haina, mulher
engañadora (Sousa, Figueiredo)
MARANATA — Este voc, que aparece em
A. Herculano, O Bobo, cap. II, QuestSes Públicas,
I, 288, é urna imprecagáo que parece
querer dizer em arameu Nosso Senhor vem
e se acha na primeira Epístola de Sao Paulo
aos Corintios, XVI, 22 (v. G. Viana, Apost.
II, 332, FiSüerredo)