17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Turdí<strong>de</strong>o 513 lidia<br />

TURDÍDEO — Do lat. turdu, tordo, gr.<br />

eidos, forma, o suf. eo.<br />

TURFA — Do al. To?-/, Zur/ (M. Lubke,<br />

RSW, 8D91). A. Coelho da formas germánicas<br />

varias.<br />

TURFB — Do ingl. turf, campo <strong>de</strong> rclva,<br />

pelonga (A. Coelho, Bonnaffé).<br />

TURGECER — Do lat. turgeacere, ínchar.<br />

TURGENCIA — Do lat.<br />

turgentia.<br />

TURGENTE — Do lat. turgente.<br />

TORGIDO — Do lat. turgidu, inchado.<br />

TURGIMÁO — Do ár. tarjuman, intérprete,<br />

do sirio targum, explicacáo, assírio ragamu,<br />

falar, aramaico largeman (Dozy, Eguilaz, <strong>Da</strong>lgado,<br />

Lokotsch). V. Kunes, Gram. Hist., 174,<br />

178, Lokotsch ve influencia <strong>de</strong> turco no it.<br />

turcimanno.<br />

TURIAO — Do lat. turioiie; cap. turiún.<br />

TURIBULO — Do lat. turibulu, incensório<br />

(thure, incensó). Are. tribolo: í; tomón um<br />

sacerdoi. . . os tribolos <strong>de</strong> Chore (Inéditos <strong>de</strong><br />

Alcobaca, 2.?, pg. 153). M. Lübke, REW, 0001,<br />

dá triboo.<br />

TUR1FERO — Do lat. turiferu, quo produz<br />

incensó.<br />

TURIFICAR — Do lat. turificare, oferecer<br />

incensó.<br />

TURINO — 1 (<strong>de</strong> incensó) : Do lat. turinu.<br />

— 2 (gado) : Figueiredo liga com dúvida a<br />

Tubingen, nomo próprio.<br />

TURISMO — Do ingl. tourism (Bonnaffé),<br />

calcado no fr. tour, volta. Figueiredo cita o fr.<br />

tourisme, que vera do ingl. e é possível que<br />

tenha sido o veiculo. O inglés é o povo globetrotter<br />

por excelencia.<br />

TURISTA — Do ingl. turist (Bonnaffé).<br />

V. Turismo.<br />

TURMA — Do lat. turma, rebanho; it.<br />

torma.<br />

TURMALINA — De Turamalí, na ilha do<br />

Ccilao (Larousse, Petrocchi, Roquette Pinto,<br />

Mineralogía, 153). A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola dá<br />

o mal. tournamal. <strong>Da</strong>lgado nao consigna o<br />

vocábulo.<br />

TURNEPO — Do ingl. turnip (A. Coelho).<br />

TURNO — A. Coelho <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> tornar ou<br />

torno; Figueiredo, do gr. tornos. A Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola tira ó esp. turno <strong>de</strong> turnar, <strong>de</strong> tornar.<br />

Petrocchi dá o it. turno como o mesmo<br />

que torn>, da forma francesa tour.<br />

TURPILÓQUIO — Do lat. turpiloquiu, conversarlo<br />

obscena.<br />

TURQUfiS — V. Torquvs.<br />

-<br />

TURQUESA<br />

— A. Coelho <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong> turco,<br />

mas talvez seja melhor admitir como a<br />

Aca<strong>de</strong>mia Espanhola um adjetivo turqués. Estas<br />

pedras, provindas da Pérsia, foram trazidas<br />

aos europeus pelos turcos (Petrocchi, Larousse,<br />

Lapparent, Lokotsch, J. E. Polak, Der<br />

orientalische Turkis, in Oesterrcíchtsclie Monacsschrift<br />

für <strong>de</strong>n Orient, 1877, pg. 175-7).<br />

TURQUÍ — Do ár. turquí, da Turquía.<br />

Figueiredo tirou do it. turchino; A. Coelho,<br />

do fr. turquin.<br />

TURQUINA — De turquí (Figueiredo<br />

e suf. ina.<br />

TURRAR — Do lat. tuditare f (Cornu, Port.<br />

Spr., § 205).<br />

TURRICULADO — Do lat. turricula, torre<br />

pequeña, e <strong>de</strong>sin. ado. Tem a espira muito<br />

alongada.<br />

TURR1FRAGO — Do lat. turri, torre, e<br />

frag, raíz <strong>de</strong> frangere, quebrar.<br />

TURR1GERO — Do lat. turrigeru, que traz<br />

torre.<br />

,<br />

TURTUR1NO — Do lat. tur ture, rola, e<br />

suf. ino.<br />

TURVAE — Do lat. turbare, perturbar;<br />

esp. turbar, it. turbare, fr. troubler (<strong>de</strong> 'turbulare).<br />

TURVO — Do lat. turbidu; esp. turbio.<br />

Are. turvio (Nunes, Gram. ílist., 125). O u ú<br />

<strong>de</strong>vido á scmivogal (Cornu, Port. Spr., 5 30,<br />

Nunes, ; p. cit., 51).<br />

TUSSILAGEM -• Do lat. tussilaginc, unha<strong>de</strong>-asno,<br />

planta medicinal contra a tosse (tussis).<br />

TUSSOL — Do lat. tussi, tosse, e sufixo<br />

ol. Aplica-so contra a coqueluche.<br />

TUSSOR — Do hindú tassar (Larousse).<br />

<strong>Da</strong>lgado nao consigna.<br />

TUTA-E-MEIA — Quem primeiro<br />

expüeou<br />

esta expressao foi Julio Moreira, em "Á Revista",<br />

do Porto, <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1005. "Urna<br />

tuta e meia ou simplesmentc tuta e meia <strong>de</strong>ve<br />

resultar <strong>de</strong> urna macula e meia. Macuta é o<br />

nomo <strong>de</strong> urna mócela <strong>de</strong> cobre, que tem curso<br />

na África Oci<strong>de</strong>ntal <strong>Portuguesa</strong> com o valor<br />

<strong>de</strong> 50 réis. Há também meia macuta. A-isim,<br />

dar ou comprar urna coisa por urna macuta<br />

e meia seria urna frase equivalente a outra<br />

em que também entram <strong>de</strong>signaeoes <strong>de</strong> moeda,<br />

como: c um ovo por um real; dar urna coisa<br />

por <strong>de</strong>s réis <strong>de</strong> mal coado, nao dar por urna<br />

coisa um chavo galcg.. De macuta proveio<br />

matuta por assimilacao do c ao t se^uinte.<br />

Depois urna matuta transformou-se em urna<br />

tuta, por haplologia (Julio Moreira, Estudos,<br />

I, 226, II, 80). G. Viana aceitou esta explicagao<br />

(RL, XI, 240, Apost., II 014). Joao Ribeiro,<br />

Frases Fcitas, I, 207-9 explica quo tuta e meia<br />

ó a espórtula sempre menor do sacrísUio e é<br />

um latinismo macárroneado das primeiras palavras<br />

do sacrista no oficio da missa. Efetivamente,<br />

o padre diz ao subir os <strong>de</strong>graus do.<br />

altar: Introíbo ad altare Del. Ao que respon<strong>de</strong><br />

o sacristáo cngrolando e só dizendo claras<br />

como <strong>de</strong> costume as últimas sílabas: Ad Deum<br />

qui lactifícat juventutem meam. A letra única<br />

que se percebe do rosnar do acólito ó o tulr.ni<br />

meam. Também é o que lhe pagam. Gusta<br />

urna tutem meam ou urna tuta e mea. Rejeita<br />

a explicacáo <strong>de</strong> Julio Moreira e acha inexplícável<br />

quo" se diga macuta e meia, porque a<br />

fracao na gramática popular dá mais intensida<strong>de</strong><br />

a todos os valores. Em Curiosida<strong>de</strong>s<br />

Vcrbais, 151-2, voltando ao assunto, diz que<br />

a suposta origem macuta e meia tem contra si<br />

o nomo <strong>de</strong> moeda quaso <strong>de</strong>sconhecida na Europa,<br />

a supressáo da sílaba ma c a transformacao<br />

da grutural, c em t, coisas essas que<br />

consi<strong>de</strong>ra inverossimeis, senao absurdas e ate<br />

antifonéticas. — Julio Moreira <strong>de</strong>u :\s explicacoes<br />

necessárias quanto a essas transformacóés;<br />

parece accitável a sua suposicáo.<br />

TUTANAGA — Do persa tutiannak, semelhante<br />

á tutia (Dozy, Devic. Eguilaz Lokotsch).<br />

<strong>Da</strong>lgado dá como étimo ¡mediato o<br />

tamultatta-nagam, zinco, <strong>de</strong> origem persa.<br />

TUTANO — A. Coelho tírou do esp. tuétano.<br />

Aulete dá o gr. tétanos. M. Lübke, REW,<br />

9017 acha formalmente difícil ligar ao onomatopéico<br />

tut (Zcitschrifl r-jm. Phil., Beiheft, VI,<br />

52).<br />

TUTEAR — Do tu, t do ligacao, e sufixo<br />

car.<br />

TUTELA — Do lat.<br />

tutela.<br />

TUTI

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!