17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

.<br />

.<br />

fixo<br />

. NAFTA<br />

Do<br />

.<br />

.<br />

,<br />

.<br />

Musicógrafo — 348 - - Naftalasa<br />

a palavra música (mousiké), tmha sentido<br />

mais extenso que entre os mo<strong>de</strong>rnos; <strong>de</strong>signava<br />

todo comercio com as Musas e ,<br />

segundo .fiatáo,<br />

toda a educacáo da alma. Mesmo no<br />

sentido mais restrito da palavra, a música<br />

compreendia todo um conjunto <strong>de</strong> artes :<br />

a Harmónica<br />

a orgánica ou fabrico dos instrumentos<br />

Yorquéstica ou danca a rítmica, a métrica<br />

etc De outro lado, salvo raras excecoes,<br />

os ' o-r^o-'os nao conceberam a música como arte<br />

inclepen<strong>de</strong>nte da poesia. E <strong>de</strong>mais, a música<br />

se misturava a todas as manifestacoes da<br />

'vida helénica: festas, guerras,, cerimomas rellenóos,<br />

epopéia, lirismo, teatro, etc. A música,<br />

a e poesia e a danca constituiam urna só arte,<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressáo. As mesmas'<br />

ncsKoas que formavarn o coro, cantavam<br />

sobre 'nalavras ritmadas e daneavam ao mesmo<br />

tempo.'" V. Larousse, Lavignac, La musique<br />

ct les musiciens, pg. 145. Magrini. Manuale di<br />

música, Inama, Filología Classica, 115, Reinach,<br />

Philoloqie classique, 182.<br />

MUSICÓGRAFO — Do gr. mousiké, musica<br />

,e nraph, raiz <strong>de</strong> grápho, escrever.<br />

MUSICOMANIA — Do gr. mousikomama,<br />

paixáo da música.<br />

MUSSELINA — Do ár. mausili, <strong>de</strong> Mossul,<br />

cida<strong>de</strong> da Asia Menor, através do ít. ant.<br />

mussolíno (M .Lübke, REW, 5700, Dic. 221,<br />

Dozy, Eguilaz, Lokotsch, A. Coelho). Larousse<br />

também aceita a mediacáo do italiano.<br />

MUSSITAR — Do lat. mussvtare.<br />

MUSSUMÉ — Do japonés mussumé, moca<br />

(<strong>Da</strong>lgado, G. Viana, Palestras, 184); aparece<br />

também gratado musmé.<br />

MUSTEL1DEO — Do lat. mustela, doninha,<br />

eid, do gr. eídos, forma, e suf. eo.<br />

MUSTELINO — Do lat. mustelinu, <strong>de</strong> doninha.<br />

MUST1PBRO — Do lat. mustu, mosto, e<br />

fer, raiz <strong>de</strong> ferré, produzir.<br />

MUSTIMETRO — Do lat. mustu, mosto,<br />

e metr, raiz do gr. metréo, medir.<br />

MUTABILIDADE — Do lat. mutabilitate<br />

MUTACAO — Do lat. mulatíone.<br />

MUTACISMO — Do gr. muiakismús. Saraiva<br />

dá lat. metacismu e motacismu. Ramiz<br />

da mytacismo. G. Viana, Vocabulario, da mitacismo<br />

e mutacismo. Cortesáo dá motaclsmo<br />

e mutacismo. A. Coelho <strong>de</strong>riva do lat. mutu,<br />

mudo, o que é inaceitável, pois a base é o<br />

nome da duodécima letra do alfabeto . grego,<br />

que nos pronunciamos mi e os portugueses mu.<br />

MUTANCA — Do lat. mutantiá, neutro<br />

plural <strong>de</strong> viutans.<br />

MUTATÓRIO — Do lat. mutatoriu.<br />

MUTAVEL —<br />

' lat. mutabile.<br />

suf. ina (Figueiredo)<br />

ismo.<br />

NA — 1 — Contracáo da preposicáo .ero<br />

com o artigo <strong>de</strong>finido feminino singular are.<br />

la- ero la = en na — ena = 'na. Ex.: Seendo<br />

MUTELINA — De Mutel, nome próprio, e<br />

MUTILAR Do lat. mutilare.<br />

MUTISMO — Do lat. mutu, mudo, 6 su-<br />

MOTULO — Do lat. mutulu.<br />

MUTUO — Do lat. mutuu.<br />

en cabidoo en na Clastra da dicta Ssee (Dissertacóes<br />

cronológicas, 5.»,, página 266-A. 1»_»9).<br />

"2 — Forma que assume o pronome obliquo<br />

<strong>de</strong> terceira pessoa do singular, forma feminina<br />

la, quando precedido <strong>de</strong> som nasal. Ex.: Amamna<br />

(por amam-la)<br />

NABAEO — Do ár. na'i'b, lugar-tenente,<br />

viee-rei, nomeado pelo Grao-Mogol, plural nawwab,<br />

através do íiindustani. O plural foi tomado<br />

como singular (Dozy, Devic, Eguilaz, <strong>Da</strong>lgado,<br />

Lokotsch). O vocábulo, já registrado por<br />

Bluteau, foi grafado nauabo por Fernám Guerreiro<br />

numa forma mais próxima do original<br />

(G Viana, Apost., II, 176). O título passou a<br />

ser aplicado a autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> menor importancia<br />

e nos tempos da Companhia Inglesa<br />

das Indias com certa ironia coube ao europeu<br />

que ocupava um alto posto e enriquecía.<br />

Os vice-reis indianos viviam no meio da maior<br />

fausto ; daí o sentido <strong>de</strong> milionário que o vocábulo<br />

passou a ter. O vocábulo é popular na<br />

Ei"-"na <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1772, ano em que Samuel Foote<br />

publicou sua pega The Nabob, espalhando-se<br />

aínda mais a partir <strong>de</strong> 1877, quando apareceu<br />

o romance Le Nabab, <strong>de</strong> Alphonse <strong>Da</strong>u<strong>de</strong>t.<br />

NABANTINO — De um lat. *nabantinu,<br />

natural <strong>de</strong> Nabáncia (Nabantia),<br />

no lugar on<strong>de</strong><br />

hoje está a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tomar (Portugal) (Figueiredo)<br />

.<br />

NABIOA — De nabo e suf. iga.<br />

NABLO — Do hebr. nevel, através do gr.<br />

nábla e do lat. nablu (Eguilaz, Alexandré, Saraiva,<br />

Boisacq, Lewy). G. Viana grafa náblio,<br />

como fez A. Herculano em A harpa do crente.<br />

NABO — Do lat. napu; esp. nabo, it. ñapo<br />

e o <strong>de</strong>rivado navone (do lombardo), fr. ant.<br />

naf, mod. navet (dim.). Fernando Ortiz rejeita<br />

e com razáo a origem africana indicada<br />

por Wiener qué encontrou o vocábulo nabi na<br />

famosa carta do Dr. Chanca, em 1494, e pensou<br />

ser variante do jolofo nyambi.<br />

natione.<br />

NACAO Do lat.<br />

NÁCAR — Eguilaz tirou do persa nagar,<br />

pintura, turco nacár, figura, curdo nakara,<br />

sánscrito nakhara, unha. A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola<br />

apresenta o persa nigar, a que dá o<br />

significado <strong>de</strong> ornamento. M. Lübke, REW,<br />

5814, <strong>de</strong>riva do curdo nalcera, madrepérola. Lokotsch,<br />

que <strong>de</strong>riva do árabe nakkara, timbale,<br />

duvidando do modo por que tenha sido aceito<br />

em solo románico um vocábulo curdo, rejeita<br />

o étimo <strong>de</strong> M. Lübke, já apresentado por Diez<br />

e Korting e indicado por Pott nos Kurdische<br />

Studien, na Zeitschrift für die Kun<strong>de</strong> <strong>de</strong>s Morqenlan<strong>de</strong>s.<br />

A. Coelho tirou do persa.<br />

NÁCELA — A. Coelho tirou do esp. nácela,<br />

Figueiredo do lat. navicella e Cortesáo do<br />

fr. nacelle. . . .<br />

NACO — A. Coelho, com duvida, tira do<br />

lat naucu, que quer dizer casca <strong>de</strong> noz.<br />

NACRITO — Do fr. nacre, nácar (Figueiredo)<br />

e .suf. ito.<br />

NADA — Do lat. nata, scilicet res, coisa<br />

nascida; esp. nada. A expressáo res nata já<br />

se encontra em Teréncio : e re nata melius<br />

NADAR — Do lat. natare; esp. nadar, It.<br />

notare, fr. ant. noer.<br />

NADEGA — Do lat. -natica, <strong>de</strong>r. <strong>de</strong> nates;<br />

esp. nalga, it. natica, fr. nache. V. Diez, Gram.<br />

I, 47, D'ic. 221, M. Lübke, Gram. II, 500, REW,<br />

5848; Nunes, Gram. Hist., 133, pensa que é<br />

vocábulo <strong>de</strong> formagáo mo<strong>de</strong>rna por causa da<br />

conserva cao do e átono . Cfr. Nalga.<br />

NADIR — Do ár. nazir, oposto, scilicet<br />

as-samt, ao zenite (Dozy, Devic, Eguilaz, Lokotsch)<br />

.<br />

fieri haud pbtuit (A<strong>de</strong>lphi, 295)<br />

NADO — Do lat. natu, nascido; esp. nado,<br />

it. nato, fr. né.<br />

NAFÉ — Do ár. nafaa, salutar, fruto <strong>de</strong><br />

urna planta da Arabia (Larousse, Stappers).<br />

NÁFEGO — Por náfrego, alteracao <strong>de</strong> náufrago,<br />

do lat. naufragu (C. Michaelis <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

RL, III, 175-7).<br />

— Lokotsch <strong>de</strong>riva do persa naft,<br />

especie <strong>de</strong> bitume, ar. naft, adaptado á raiz<br />

nafata, ferver, borbulhar; segundo Zimmern,<br />

Akkadische Fremdworter, 60, do assírio naptu<br />

pelo arameu napta (Eguilaz, <strong>Da</strong>lgado, Lokotsch).<br />

Alexandré dá ao gr. náphtha origem<br />

persa, Saraiva ao lat. naphtha origem egipcia<br />

e Larousse e Stappers tiram o fr. naphte do<br />

cal<strong>de</strong>u nephet ou nephta. A. Coelho tirou do<br />

lat. naphtha e Ramiz do grego.<br />

NAFTÁGIL -— De nafta.<br />

NAFTALANIO — De nafta.<br />

NAFTALASA — De nafta.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!