17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Alega<br />

.<br />

V.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

Cortesao<br />

Lewy<br />

Leite<br />

.<br />

Patoá 385 — Pavés.<br />

bes tivessem trazido da Pérsia, Armenia ou<br />

India o vocábulo, e ele pertenga ao tesouro cas<br />

línguas aricas, e nao ao das semíticas. Em<br />

armenio também se lhe chama pat ,ou bad,<br />

conforme o dialeto, da Europa, ou da Asia.<br />

PATOÁ — Do fr. patois (Figueiredo)<br />

PATOCHADA — Joáo Ribeiro, Frases Feitas,<br />

I. 173, enten<strong>de</strong> que a etimología que aproxima<br />

<strong>de</strong> pato o vocábulo, nao passa ate agora<br />

<strong>de</strong> conjetura.<br />

-<br />

PATOEOBIA — Do gr. páthos, sofrimento,<br />

phob, mis <strong>de</strong> phobéo, ter horror, e suf. xa.<br />

PATOGÉNESIS — Do gr. páthos, sofnmento,<br />

molestia, e .génesis, geragao.<br />

molestia, gen, raíz <strong>de</strong> gígnomai, gerar, e suf. ia.<br />

PATOGENIA — Do gr. páthos, sofrímente,<br />

PATOGNOMÓNICO — Do gr. pathognomo-<br />

PETÓLA — De pato (A. Coelho) Pa-<br />

.<br />

nilcós, indicador <strong>de</strong> molestia.<br />

teta. V. Franco <strong>de</strong> Sá, A Língua <strong>Portuguesa</strong>,<br />

1S6<br />

'PATOLOGÍA — Do gr. páthos, sofrimento,<br />

molestia, lugos, tratado, e suf. ia.<br />

PATRANHA — A. Coelho <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> pato<br />

e compara o fr. canard. Cortesao tira do esp.<br />

pairaño, que <strong>de</strong>riva do lat. pairare. Joao Ribeii'o,<br />

Frases Feitas, I, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> aludir ao paralclií-mo<br />

constante entre p e m, diz na pg. 173:<br />

"Palavras cuja etimología aínda hoje talvez se<br />

expliquem por essa leí <strong>de</strong> imitacao :<br />

patranha<br />

e maranha, a forma mare (por madre) é antiga<br />

e está registrada no Elucidario. Patranhas<br />

e maranhas sao (para mim) as historias<br />

e fábulas que contam os país e as máes para<br />

divertir ou conter as criancas. Os temas patr<br />

e mare transparecem em cada um dos vocabulos".<br />

Acrescenta em nota que a. etimología<br />

que aproxima patranha <strong>de</strong> pato nao passa até<br />

agora <strong>de</strong> conjetura.<br />

PATRÁO — Do lat. patronu, protetor dos<br />

plebeus, <strong>de</strong> quem cuidava como se fósse um<br />

pai (pater) ; esp. patrón, it. padrone, fr. patrón.<br />

Are. padrón: Ay, Santiago, padrón sabido<br />

(Canc. da Vaticana, 429). V. Padrao.<br />

PATRASANA — Do it. partigia.no, partidario<br />

(A. Coelho).<br />

PATRIA — Do lat. patria, scilicet térra,<br />

térra do pai, cfr. o al. V aterland<br />

PATRIARCA — Do gr. patriarches, chefe<br />

<strong>de</strong> urna familia, <strong>de</strong> urna tribo, pelo lat. pa-<br />

PATRICIO — Do lat. patriciu, <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />

dos paires conscrípti, os chefes das gran<strong>de</strong>s<br />

familias <strong>de</strong> que Rómulo fez urna classe á parte<br />

(Gow a Reinach, Minerva, pg. 156). Mo<strong>de</strong>rnamente<br />

tomou o sentido <strong>de</strong> campatrio*-<br />

PATROCÍNIO — Do lat.<br />

poArociniu.<br />

PATRIOTA — Do gr. patriótes, compatriota<br />

PATRÍSTICA — Do lat. patre, pai (da<br />

Igreja) com o suf. islica, composto <strong>de</strong> ista e<br />

ica. . ,<br />

PATRIMONIO — Do lat. patrimonio.<br />

padre da Igreja, lagos, tratado, e suf. ia.<br />

jt-iVi'JrCUr-lA — Do lat. patrono,,, procetora,<br />

padroeira. Larousse enten<strong>de</strong> que o nome dado<br />

a cartucheira vem sem dúvida do al. patrone,<br />

cartucho.<br />

PATRONÍMICO — Do gr. patronymilcos,<br />

relativo ao nome do pai, pelo lat. patronymicu.<br />

PATRONO — Do lat. patronu, protetor.<br />

V. Padrao, Patrdo.<br />

PATRULHA — A. Coelho tirou do esp.<br />

patrulla. Joáo Ribeiro, Gram. Port., 348, pren<strong>de</strong>u<br />

ao germánico. M. Lübke, REW, 6301, tirou<br />

do it. pattuglia, o esp. patrulla e o fr. pairoville.<br />

O primitivo é patta.<br />

PATULÉIA — "Éste substantivo, diz G.<br />

Viana, Apost:, II, 246, que antes do meado do<br />

século findo <strong>de</strong>signou o partido <strong>de</strong>mocrático em<br />

Portugal, bem como qualquer dos seus partidarios,<br />

parece ser alcunha <strong>de</strong>preciativa <strong>de</strong>sclenhosamente<br />

imposto pelos conservadores, e alusiva<br />

á pobreza e grossería désses partidarios.<br />

Em tal hipótese seria o caló patulé. rústico, o<br />

qual. ouvido aos óiganos, fósse aproveitado<br />

como termo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprézo, que <strong>de</strong>pois se tomou<br />

glorioso. Cfr. gueux, e sans-culotte, em francés".<br />

A expressáo. <strong>de</strong>ve ter procedido do espanhol.<br />

on<strong>de</strong> significa solda<strong>de</strong>sca <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada.'<br />

A. Tomás Pires. RE,' XIV, 243, pertunta se<br />

teria vindo da Espanha éste ep'teto com que<br />

os carlistas em 1836 preten<strong>de</strong>rán! ferretear ignominosamente<br />

os setembristas .<br />

que no<br />

ano <strong>de</strong> 1838, na provincia <strong>de</strong> Tarragona, chamavam<br />

patuleas ás companhias <strong>de</strong> voluntarios<br />

organizadas ñas diferentes povoacóes da mesina<br />

provincia para combate!' os carlistas. <strong>Da</strong>lgado<br />

sugere como étimo primordial o m.alaio<br />

patuley, raga, tribu, provávelmente trazido da<br />

Asia pelos ciganos espanhóis e transmitido ac<br />

castelhano (influencio, do vocabulario protugués<br />

em línguas asiáticas, Clossário luso-asiático)<br />

.<br />

FATULO — Do lat. palv.lv..<br />

PAU — Do lat. pala; esp. palo, it. pale<br />

(estaca), fr. pal (í<strong>de</strong>m).<br />

PAUCIFLORO — Do lat. paucu, pouco o<br />

flore, flor<br />

PAUCIRRADIADO — Do lat. paucu, pouco,<br />

radiu, raio, e suf. ado.<br />

PAUL — Do lat. -padulc por palu<strong>de</strong> (M.<br />

Lübke, Introdugdo, n. loo, í¿14W, G1S3, Korting,<br />

6813, Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Opúsculos, I, ñ'A,<br />

Cortesao, Cornu, 2 J crt. Spr., 5 :i'.)5, ÍVunes, Gr.ni.<br />

Hist., 151); esp. paúl, toscano padnle, logudorés<br />

paule, rerneno paduic. O it. é palv.<strong>de</strong>, e o<br />

fr. ant. palu. A. Coelho tirou <strong>de</strong> paludo e Pacheco<br />

e Lameira, Gram. Fort., IOS, dáo o mesmo<br />

étimo com metálese . <strong>de</strong> Vasconceios<br />

cita padule num documento em latim bárbaro<br />

espanhol, do comeen do século IX : cum montibus<br />

et frutíbus vcl padulibus, (Rcvne Hispanique,<br />

VII, 283). Cortesao cita: Fentis aquis<br />

pascáis vadulibus potras mon<strong>de</strong>s (Diplómala,<br />

pg. 61-A". 938). Leite <strong>de</strong> Vasconcelos faz ver<br />

que nao po<strong>de</strong> ter vindo <strong>de</strong> paludo, nao só porque<br />

-u<strong>de</strong> nao daría ul, mas porque em esp. ha<br />

paúl, o que nrova que no étimo <strong>de</strong>sta palavra<br />

nao entrou -l-, pois, se livesse entrado, ter-se-ia<br />

ai mantido, segundo as regras fonéticas da língua<br />

espanhola.<br />

PAULADA — De pau, l <strong>de</strong> ligagao (cir.<br />

chaleira), e suf. aria.<br />

PAULATINO — Do lat. paulatina,<br />

PAULIANISTA — De Paulo (<strong>de</strong> Samósata),<br />

heresiarca que no século III funclou a seita, o<br />

suf. iano e ista.<br />

PAULIANO — Do lat. }>aulia-,iu, <strong>de</strong> Paulo,<br />

célebre iurisconsulto romano.<br />

PAULINAS — De Paulo, o suf. iva; eram<br />

as cartas <strong>de</strong> excomunháo do papa Paulo 111<br />

(Joáo Ribeiro, Frases Feitas, II, 26S)<br />

PAULITO — De pau, l <strong>de</strong> ligacao e sufixo<br />

tío (cfr. Paulada). A _Ccelho tirou do lat.<br />

palu, pau, e suf. ifo. Figueiredo achou que<br />

estava por palito, do lat. palu.<br />

PAULOWNIA — De (Ana) Paulanona, filha,<br />

do czar Paulo I, e suf. ia (Larousse, Clédat,<br />

^ t S, T) 13 6 VS ~)<br />

PAUPERISMO — Do lat. paupere, pobre, &<br />

suf. ismo.<br />

PAUPÉRRIMO — Do lat. pauperrimu.<br />

PAUSA — Do gr. paúsis, cessacáo, fim, pelo<br />

lat. nansa. .<br />

PAUTA — Do lat. pacta, (Cornu, Port. bpr.,<br />

§ 231, Cortesao, Cuervo, Apuntaciones criticassobre<br />

el lenguaje bogotano. 411. Leo Spitzer,<br />

Revista <strong>de</strong> Filología Española, XVI, 14S), o que<br />

serve <strong>de</strong> norma, constituicáo, regra. Cfr. auto<br />

<strong>de</strong> actu e o are. pauto. Du Cangc, s. v. pactuin<br />

dá os sentidos <strong>de</strong> cataloaus, .-natríc-uln-, regula.<br />

Po,uta, <strong>de</strong> regra passou a significar risco que<br />

serve para guiar a máo <strong>de</strong> quem escreve, cfr.<br />

regra<br />

PAVANA<br />

no sentido <strong>de</strong> linlta.<br />

'<br />

— Do esp. pavana (A. Coelho,<br />

Cortesao) diz que pavana está por<br />

.<br />

padovana, danca importada <strong>de</strong> Pádua; a Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola filia a pava, perua, o que é<br />

mais aceitável pois nesta danca se faz urna<br />

roda (Clédat, Stappers), como a daquele galináceo.<br />

PAVaO — Do lat. 'pavone; esp. pavón, it.<br />

pavone, fr. paon. O lat. e o gr. sao <strong>de</strong> origem<br />

oriento.!, sem que se possa precisar, mns lá<br />

no oriente mesmo repousa na onomatopéia (Eoisacq,<br />

Wal<strong>de</strong>) . da. como semítica. Are.<br />

paom, paao (Nunes, Gram. nist., IOS. do prov.)<br />

"Tragiam-lhe em ría <strong>de</strong> India ...sy-mias, e pados,<br />

e podras preciosas (Inéditos <strong>de</strong> Alocbaca, 3 C ,<br />

pg. 20)<br />

PAVÉS — Do lat. pavrv.se, <strong>de</strong> Pavía (T>'í.<br />

Lübke, Gram., II. 563, REW. 6311). através do<br />

it. pavese (A. Coelho). Figue'redo tirou do<br />

lat.; Cortesao, do esp. A Aca<strong>de</strong>mia Espanh-la<br />

pren<strong>de</strong> o esp. pavés ao it., Larouss?, Clédat,<br />

Brachet, Stanpers fazom o m-smo quanto ao<br />

fr. pavois. Ferrari e Diez explieam que os escudos<br />

que térn éste nome <strong>de</strong>viam ter sido fa-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!