Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
: tosse:;<br />
'<br />
COR<br />
reinou<br />
.<br />
<strong>de</strong><br />
bico;<br />
297.<br />
; científico<br />
':<br />
QOYCL'ÍG'V<br />
:<br />
:<br />
:<br />
á<br />
;<br />
que<br />
. CORCOVAR<br />
1881)<br />
substáncia.f;'f:f<br />
escoliasta<br />
:<br />
.<br />
Coprófago — 135<br />
Cordiib.a.<br />
COPRÓFAGO — Do gr. kópr.os, excremento,<br />
e phag, raiz <strong>de</strong> phagein, comer.<br />
CÓPROLALIA — 'Do gr. kópros, excremento,<br />
lal, raiz <strong>de</strong> laléo, falar, e suf. ia.<br />
COPRÓLITO — Do gr. kópros, excremento,<br />
e lithos, pedra.<br />
COPROLOGIA — Do gr. kópros, excremento,<br />
lógós, tratado, e suf. ia.<br />
COPROSCLEROSE — Do gr. kópros, excremento<br />
e s7cZérosis^ endurecimento.<br />
COPROSTASIA — Do gr. kópros, excremento,<br />
stásis, parada, e suf. ia.<br />
CGPTA — Do gr. aigyptios, egipcio, na<br />
boca dos árabes kobti. Os coptas sao cristáos<br />
jacobitas, mas nao se po<strong>de</strong> admitir que o seu<br />
nome provenha <strong>de</strong> um heresiarea Jaco, que espalhou<br />
pelo povo o monofisismo <strong>de</strong> Eutíqiiio.<br />
Se Jacobita se tivesse contraído em Kobit ou<br />
Kobt, <strong>de</strong>veria achar-se sob esta forma nos escritos<br />
dos monofisitas, mas nao se acha em<br />
parte alguma (G. Schweinfurth). Leite <strong>de</strong> "Vasconcelos,<br />
Opúsculos, III, 658, acha preferivel<br />
a forma copta.<br />
COPTOGRAFIA — Do gr. kópto, cortar,<br />
graph, raiz <strong>de</strong> grápho, escrever, e suf. ia.<br />
COPULA — Do lat. copula, uniáo.<br />
COQUE — 1 — (pancada na eabeca) : onotnatopéia<br />
(Figueiredo)<br />
2 — (cozinheiro) : Do lat. coqua (sic), se nao<br />
cloifingí, cook (Figueiredo).<br />
3 •— (residuo do carváo <strong>de</strong> pedra) : do ir¡gl.<br />
coke. ~V. Bonnaffé.<br />
COQUELUCHE — Do fr. coqueluche, <strong>de</strong>.<br />
origem-germ., segundo Scheler e Stappers. Nos<br />
gséculós; nXIVf f ef X\f ; na f Europa. f ximai ¡.<br />
epidémica durante a qual os doentés msa-f<br />
vam capuzes chamados coqueluches porque eenservavam<br />
quente á eabeca (Larousse) . A. Cocino<br />
diz que representa um lat. cucullucia, <strong>de</strong><br />
cúcuUus.:<br />
— Do lat. cor, coragáo; esp. ant. cuer,<br />
mod. coro (influenciado por coro, coro),' it. cüore<br />
(coragáo), fr. coeur, (i<strong>de</strong>m) . Só aparece n'a<br />
locugáo <strong>de</strong> cor, isto é, <strong>de</strong> coragáo (cfr. o ingl.<br />
by heart) . Os romanos consi<strong>de</strong>ravam o coragáo<br />
¡<br />
a se<strong>de</strong>, nao só da sensibilida<strong>de</strong>, mas tarobém<br />
da memoria. G. Viana, Áíjqst., I, 353, citando<br />
com dúvida Cuervo, lemhra que a locugáo po<strong>de</strong><br />
'<br />
proce<strong>de</strong>r í <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r memoria com ouyir<br />
repetir por muitos urna leitura :(em coro); pois<br />
cor, cordis, teria dado cor<strong>de</strong> em portugués (como<br />
nao f<strong>de</strong>üí em ^r.; e it.?) . Ayenta a hipótese <strong>de</strong><br />
i üniáf ;formaíf alótropa í corum em « vez <strong>de</strong>Peor,<br />
qué teria dado coro, <strong>de</strong>pois cor, como foro, for.<br />
KGom fOffsentido <strong>de</strong> ;<br />
rece :^<br />
368, 7084, 7355 7510, 7592, 7594. Veja-se ainda<br />
f Jóáo'fRibeiro, ;f Frases Feitas, II, : ¥<br />
w<br />
'COR— Do lat. colore; esp. color, it. coípre;Sfr*><br />
couleur. O port. e o fr. trocaram o<br />
género latino. Are. coor : <strong>de</strong> trosel <strong>de</strong> panos <strong>de</strong><br />
coor (Leges, p. 567-A. 1213).<br />
CORACAO — Aum. do já aumentado -coíracggtío<br />
lat. con coragáo, do fqua,l;proyeio ; cora- ;;<br />
cudo e, por metátase das vogais caroco, cfr.<br />
acorocoar, <strong>de</strong>scorogoar (C. Michaelis <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />
Glos. do Canc. da Ajuda) ; esp. corazón.<br />
O it. e ofr. tém formas simples cuore e<br />
coeur (V. Cor). Otoniel Mota, O meu idioma,<br />
164, rejeitando p étimo lat . "coratione, <strong>de</strong> G.<br />
ffiVfianaptira;fdp¿ésp;f;o*;:VOcábulo;;<br />
Rom., § 342, 'aceita o <strong>de</strong>rivado hipotético *coratúiióne:::<br />
(sicí/ffDiéz/f Gram:,;;fl,f;46jf explicáKcf alcii-;<br />
fgámehtos pelo horror;;áoi'.inc!nog3íÍá^a5&;!citaí ! ji^ííi/i<br />
:Vis,-sves.:;os.rus,sus,crus^m<br />
CORACIDA— Do gr. kórax, kórakos, cor-<br />
S:yp¿ ; .:<br />
=Ve2suf:;ffii(í(i.f<br />
CORAlCOBRAQUIAL — De coraco, abrevia-<br />
,<br />
tura <strong>de</strong> coracói<strong>de</strong>, e braquial; insere-se na apófise<br />
coracói<strong>de</strong> e no úmero.<br />
CORACÓIDE — Do gr. korakoeidés, ém<br />
i forma<br />
;<br />
<strong>de</strong>scorvó,<br />
alias, i do ;<br />
<strong>de</strong>staf ave.;;<br />
.: CORACORA — Do mal. kora-kora (<strong>Da</strong>igaí<br />
dp)í Fábre f<strong>de</strong>riya com probabilida<strong>de</strong>s diz éste<br />
autor, o vocábulo maláio do portugués caraca,<br />
-fqué^: Sconformef ^ilkirisorij <strong>de</strong>u c kérakah: emjmá^<br />
:flaid£fí¡Másí Sos; ífescritores fportuguesesgtéms pf<br />
S termo «por i^ peregrino e o: barco: por peculiar ;<strong>de</strong>"<br />
fMalücóS'feonioEbéinf observa. Devic; que ftóentificá<br />
coracora com outro vocábulo maláio, kura-<br />
Icurá, tartaruga-do-mar, e presume que o ár.<br />
a feprfcorffé'f <strong>de</strong>f proce<strong>de</strong>ncia^ nialáia. Dozy registra<br />
oh. lat. coracora é filia ao ár. korkora (ou<br />
Pkurküra); quefi por suayez pren<strong>de</strong> 'aó ib.fi "latVf<br />
vca/rricare^ já mencionado por S. Jerónimo.;: ;f<br />
CORAGEM — Do lat. -'-coraUcu, <strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
cor, coragáo (cfr. viaticzi-viagem)<br />
; esp "' coraie<br />
J<br />
. it. coraggio, fr. courage.<br />
><br />
CORAGICO — <strong>Da</strong> gr. choregiUós, relativo<br />
ao corego, a pessoa que faz as <strong>de</strong>spesas com<br />
o coro, através <strong>de</strong> urna forma dórica "choragikós,<br />
calcada em choragós.<br />
CORAL — Do gr. korállion, pelo lat. ccrall%u;<br />
esp., prov. coral, it. coralio, fr. ant. coral<br />
A falta da vogal do fim faz pensar :auma ori-'<br />
gem semítica, segundo Lewy, citado por Eoisacp,<br />
cfr. o hedr. goral, pedrinna, ar. garal seixo<br />
CORBELHA — Do fr. corbeille (M. Lübkt<br />
BBW, 2222, Nunes, Digressoes lexicológicas 98)'<br />
A forma genuinamente portuguesa do lat. corbicula<br />
foi gorpelha, golpelha (G. Viana, Apcsí<br />
I, 513); por conseguinte nao tem razáo García<br />
<strong>de</strong> Diego, Gontr., 136, em espantar-se cié ter o<br />
filólogo alemáo consi<strong>de</strong>rado um galicismo<br />
CORCA — V. AZeorea,<br />
CORCEL — Do b. lat. corseriu, <strong>de</strong> cursu,<br />
corrida, tirou a Aca<strong>de</strong>mia Espanhola o esp.'<br />
corcel. Petrocchi <strong>de</strong>riva o it. corsiere <strong>de</strong> corso<br />
corrida. Brachet, Clédat e Stappers tiram o fr'<br />
coursier <strong>de</strong> course, corrida. E' curioso (ue G.<br />
Viana; tenha fixado a grafia com c em vez; <strong>de</strong> s.<br />
M. Lübke, Gram., I, 467, tira do lat, cursarm,.<br />
com apócope 'do o e dissimilagáo do r final..<br />
Du Cánge dá corserius, cursor equus.<br />
CORCHA — Do esp. corcha; Cortesáo <strong>de</strong>riva<br />
do esp. corcho, qué é propriamente rolha.<br />
V. Pidal, Gram. Hist. Esp., § 61, 3; 35 bis, 2,<br />
final; M. Lübke, Gram., I, §536. Mégacles,.<br />
-<br />
BLP, XIX, 58-60.<br />
CORCHO — Do esp. corcho (Figueiredo)<br />
CORQO — De' um <strong>de</strong>verbal do lat. curtió-re,^<br />
encurtar, por causa do rabo curto (Zeitschrift<br />
rom. Phil., XXII, 189, XXIX, 558, M. Lübke,<br />
REW, 2419, Gram., I, 47, dá alias como ibé-<br />
¡rico) . Joáo Ribeiro dá um b. lat. carchi (Seleta<br />
Oláss'ica, 35). Figueiredo tira, com dúvida,<br />
do lat. cursu, <strong>de</strong> currere, e diz que em tal<br />
caso <strong>de</strong>veriamos escrever corso. O esp. tem corzo<br />
e o cat. corso. ":•;;:<br />
CORCORA —<br />
— V. Coracora.<br />
Do lat. concurvare (M. Lübke,<br />
REW, 2119); esp. corcovar. A. Coelho tira<br />
<strong>de</strong> carcavar, mas parece que houve erro tipográfico<br />
que fez com *jue arj&reeesse o ' próprip<br />
corcovar, e cita hoK 'Apéndice ó étimo cotí-:<br />
curvare que Cornu apresentou para careo oar;-<br />
manda comparar com corcunda. M. Lübke,<br />
"<br />
Gram., ;I¿ 437v facha :o s !<br />
Sr:pouco<br />
claro, 2 «<br />
CORCUNDA — Segundo Leo Spitzer, cite do<br />
por Joáo Ribeiro, RFP, XVIII, 122, <strong>de</strong> um étimo<br />
mediato do lat. concurvare. Para Cortesáo<br />
o étimo seria um adjetivó; formadoído: lat,: ]corcom<br />
o sut.-cundu {c-un-dp) . A. Coelho mésela<br />
ver carcunda. Vira <strong>de</strong>sta palavra, com influencia<br />
<strong>de</strong> corcova?<br />
CORDA — Do gr. chordé, tripa, pelo lat.<br />
chorda; as cordas da lira, eram primitivamente<br />
;<br />
feitásf::désta: ; f:ff:::::S f<br />
CORDACISMO — Do gr. kordakismós.<br />
CORDAO — Do fr. cordón, atento o valordiminutivo<br />
do sufixo (G. Viana, Apost., 1, 246)..<br />
CORDATO — Do lat. cordatu, propriamente<br />
. tem. coragáo, pru<strong>de</strong>nte, sensato, <strong>de</strong> boa<br />
paz. Do gr. chordé^ corda (dorsal) pelo lat.<br />
cordatu.:<br />
CORDEIRO — Do lat. "chordariu, <strong>de</strong>rivado,<br />
<strong>de</strong> chordu, tardío em nascer (Bourciez, Ling..'<br />
Rom.; § 342, M. Lübke', BBW, 1883). A.. Coelho<br />
<strong>de</strong>riyou, com dúvida, <strong>de</strong>, cordo, manso. Foi<br />
filiado ao lat. chorda, animal conduzído por-<br />
"umáRcorda;; (Bulletin du glossaú'e: <strong>de</strong>s pátoisrdé<br />
la Suisse roman<strong>de</strong>, IX, 61, apud M. Lübke,<br />
REW, pg. 809) . Esp. cor<strong>de</strong>ro, cat. cor<strong>de</strong>r, prov..<br />
CORDEL — ''-'''''<br />
Do prov. cor<strong>de</strong>l (M. Lübke,<br />
REW,<br />
. . Cornu, Port. Spr.,% 100, estranha-.<br />
::/aferese::<br />
;;do :o:: final.;<br />
CORDIACA — Do :;:;::<br />
lat. cor<strong>de</strong>-, coragáo (A.<br />
Coelho) .Aparece:, coraío-CMS : num em;<br />
;<br />
Juvenál.::f:K<br />
CORDIAL — Do \3±.* cordiale, (Je cor, cc-<br />
e<br />
CORDIERITA — De Cordier, mineralogista.<br />
tXíK: :!fKVí:v;<br />
CORDIFÓLIA — Do lat. cor<strong>de</strong>, coragáo, -e~<br />
CORDIFORME — Do lat. cor<strong>de</strong>, coragáo,<br />
forma, forma.<br />
,<br />
fffrancésjKeíisüf vü ita. ¡f; , "SífV:sS;Sf:¡i;y;;-j;/:"Kvf,<br />
:<br />
f'/oZiwSífólháf;f:::::fi:f:ff ñffff;:ffi:::::ff<br />
i CORDILHA -— Do gr. kordyle pelo lat. cor?<br />
dyía (Cortesáo). Figueiredo <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> corda porter<br />
o feitio <strong>de</strong> urna pequeña corda. Esp. cordila..