17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

.<br />

permissáo,<br />

.<br />

.<br />

;<br />

.<br />

.<br />

Abandonar<br />

táo comum na silaba inicial.<br />

similacáo do e ao «,,<br />

A existencia <strong>de</strong> * evannare era natural, diz Diego,<br />

já que o classico cvaniiere nao oferecia ao<br />

lavrador romano urna evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>rivacáo <strong>de</strong><br />

vannus, como a oferecia " evannare ou » advannarc.<br />

Nur.es, Gram. Ilist., SS, explica o b pela<br />

coníusao comum <strong>de</strong>sta letra com v.<br />

ABANDONAR — Do germ. bandon, po<strong>de</strong>r,<br />

licenca, através do ir. abandonner<br />

A expressáo á bandon signifícava cm liberdadc;<br />

dai abandonner, soltar (Brachct). A. Magne,<br />

RLP, LV, 7G, tira do pref. ct, ant. baldón, permissáo,<br />

arbitrio, po<strong>de</strong>r, c <strong>de</strong>sin. ar. Nao documenta<br />

a forma abaldonar.<br />

ABANHEÜM ou ABANHEENGA — Do tupiguar.<br />

a-ioá-nhccm, lingua <strong>de</strong> gente. Os guaranis<br />

julgavam-se os únicos homens existentes ñas<br />

vastidóes americanas.<br />

ABANO — Do lat. vannu; it. vanni, gran<strong>de</strong>s<br />

asas, ir. van, jooira. Ant. averno (G. Viana,<br />

Apost, II, G9, A. Coelho, Qucstoes da. linnua<br />

porli;()uesa., I, 283, M. Lübke, Gram., I, 3G2, RL,<br />

IV, 52).<br />

ABANTESMA — Do gr. phúntasma. O a<br />

inicial é aglutinacao do artigo (v. Nunes, Gram.<br />

Hist.. 258), como cm a.brunho, abutre, aduela,<br />

alclj&o, ameaca, ameia, aviora., analice, arrala,<br />

arruda, avenca, ameixa? e as formas populares<br />

anoz e arra. M. Lubke, Gram. I, § 383, repetindo<br />

a Diez, opina que éste a é resto do artigo<br />

árabe al, cuja consoante final em certos casos<br />

se assimila; Cornu, Port. Spr., § 93, nota, e §<br />

243, nao aceita esta explicacáo. O plii per<strong>de</strong>u a<br />

aspiracáo, dando um simples p que teve seu<br />

tro.tamento normal intervocálico, dando b.<br />

(Nunes, Gram. Hlst., 85, 100) . O c po<strong>de</strong> explicar-se<br />

por dissimilaeáo (Hur.es, op. cit., 41).<br />

ABARCA — Do vasconeo abarka, coisa <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira (Diez, Dic., 415, M. Lübke, REW, 6).<br />

A relacáq com barca nao ó fundada na realida<strong>de</strong>,<br />

segundo i\I. Lübke (Schuchardt, Zcitschrift rom.<br />

Phil., XV, 115). O ár. africano purga, barga,<br />

longe <strong>de</strong> ser o étimo, <strong>de</strong>ve provir do voc. peninsular<br />

(Dozy, Eguilaz, Zcitschrift <strong>de</strong>r <strong>de</strong>utschen<br />

Morgenl&ndteche GescllscliafL LI, 311,<br />

apud Lckotsch). V. Magne, RLP, IÍV, 79.<br />

ABARCAR — 3,1. Lübke, REW, 13, tira do<br />

lat. * abbraehicare, abracar; esp. abarcar. A.<br />

Coelho <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> barco; para ¿le significa propriamente<br />

meter em barco, carregar um barco<br />

daí as outras accepcoes já tro.slatícias. Repele<br />

a <strong>de</strong>rivacáo do lat. b'racciiiu. braco, adotada por<br />

alguns autores o pela Aca<strong>de</strong>mia Esp., mas no<br />

Suplemento diz que como sovaco parece estar<br />

por subbrachiu, po<strong>de</strong> vir <strong>de</strong> bracchiu apesar <strong>de</strong><br />

abracar.<br />

ABARRISCO — De o. o barriscó, <strong>de</strong> barriscar,<br />

<strong>de</strong> barrer por varrer; outro tanto faz 'a<br />

Aca<strong>de</strong>mia Esp. para o esp. abaiTisco, V. Rev.<br />

Lus., XXVI, pg. 112.<br />

A.BARROADO — De a e barrao, por varrao.<br />

ABARROTAR — Talvez <strong>de</strong> a e barrote por<br />

significar primitivamente encher o celei.ro até<br />

os barrotes.<br />

ABASIA — Do gr. a privativo; básis, andar,<br />

e suf ia.<br />

ABATER — Do lat. abbatluere (6.» século)<br />

esp. abatir, it. abbattere, fr. abatiré.<br />

ABATÍS — Do ir. abatís.<br />

ABCESSO — V. Abscesso.<br />

A.BCISSA — V. Abscissa.<br />

ABDICAR — Do lat. abdicare.<br />

ABDALITA — Do ár. abd, servo, Allah,<br />

Deus, e suf. tía.<br />

ABDITO — Do lat. abditu.<br />

ABDOMEN — Do lat. abdomen.<br />

ABDUCTOR — Do lat. abductore.<br />

ABEBBRAR — Do lat. " abb ib erare ; esp.<br />

abrevar, it. abbevcrare, fr. abreuver<br />

AEECEDARIO — Do lat. abecedaríu.<br />

ABEGÁO — Do lat. * abigone (M. Lübke,<br />

REW, 27). A. Coelho acha que foi consi<strong>de</strong>rado<br />

primitivo hipotético <strong>de</strong> abegoaria,. Figueiredo,<br />

inventou um latim hipotético pecudone, <strong>de</strong> pecns,<br />

Abismo<br />

gado. Cortesáo inventou um baixo latim, apecone,<br />

<strong>de</strong> pecus ou <strong>de</strong> apica. L. <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

RL, IV, 334, tira <strong>de</strong> a e * pecudone, <strong>de</strong> pecus,<br />

gado.<br />

A-BEGOARIA — De a protético e do lat.<br />

pecuaria ou talvez antes, por causa do acento,<br />

um <strong>de</strong>rivado especial do lat. peen, gado, com<br />

o sufixo aria (A. Coelho). A <strong>de</strong>rivacáo <strong>de</strong> peen,<br />

é aceita por M. Lübke, Gram., I, 427.<br />

ABEJARUCO — Do esp. abejaruco (veja-se<br />

ojo confronte-se com a outra forma abe-<br />

Iharuco)<br />

ABELHA — Do lat. apícla, dim. formal <strong>de</strong><br />

apc ; esp. abeja, it. apa, pecchia, fr. abeille.<br />

O latim popular tinha ten<strong>de</strong>ncia, assim como<br />

as linguas románicas, a rejeitar os primitivos<br />

para aceitar <strong>de</strong>rivados com o auxilio <strong>de</strong> sufixos<br />

diminutivos. Nao há sentido diminutivo nestas<br />

formas. E' mera questao <strong>de</strong> pronuncia; o diminutivo<br />

era mais sonoro em conseqüéncia do<br />

alongamento (Diez,. Gram., I, 46; Vcndryes, Le<br />

Lav.ga.gc, pg. 250). Plinio já empregava apicula.<br />

em lugar <strong>de</strong> apis. O mesmo se <strong>de</strong>u com artelho,<br />

cravelha, jcrrolho, funcho, grelha, joelho, lentiliía,<br />

orellia, ovelha, piolho, vcrmelho.<br />

ABELHARUCO — De abelha' com o<br />

sufixo<br />

irregular ruco, como se viesse <strong>de</strong> um <strong>de</strong>rivadointermediario<br />

abelharo, com o sufixo usual<br />

1<br />

uco<br />

(A. Coelho). Esta ave come abelhas.<br />

ABELHUDO — De abelha e suf. udo; a<br />

peí-soa que se intromete em tudo parece com<br />

a abelha, que, á procura do polen e do mel<br />

das flores, penetra por toda, a parte.<br />

ABELMELUCO — Do ár. habb el-meluk,<br />

grao ou baga dos reis.<br />

<strong>de</strong><br />

AEELMOSCO — Do ár.<br />

almíscar.<br />

ABENCERRAGB — Do ár.<br />

hubb al-musk, grao<br />

Aben as-serraj,<br />

filho do' seleiro, nomo <strong>de</strong> urna familia do califado<br />

<strong>de</strong> Granada, célebre no século XV por<br />

sua rivalida<strong>de</strong> com os Zegris. Foi quase toda<br />

exterminada na Alambra, salvando-se apenas<br />

um membro.<br />

ABERRAR Do lat. aberrare.<br />

ABESANA — Do lat. pop. versana, térra<br />

arada, revolvida; esp. abesana, besana. Cfr.<br />

vcrf.ar. Eguilaz repele o étimo árabe que Marina<br />

apresenta.<br />

ABESPINI-IAR — De vespa, talvez pela<br />

anf,' logia, <strong>de</strong> cspinliar-se, em que o sufi>:o inha<br />

tociavia pertence ao tema da palavra esplnho<br />

(A. Coelho). Quem se abespinha, assanha-se<br />

como urna vespá. Coníusao <strong>de</strong> v o b.<br />

ABESTRUZ — V.<br />

Avestruz.<br />

ABETARDA — Do lat. ave tarda, ave pesada<br />

no voo ; esp. avetarda, avutarda, it. ottarda,<br />

fr. outaráe. Confusáo do v e do. b.<br />

ABETE — Do lat. abete (M. Lübke, Introducao,<br />

110)<br />

A-BETO — V.<br />

Abete.<br />

ABEXIM — Forma antiga <strong>de</strong> abissinio.<br />

ABIBE — Do lat. ave ibe, com afórese da<br />

átona e assimilacáo do v (Nunes, Gram. Hist.,<br />

54, 103; Cornu, Port. Spr., § 180L<br />

abigea.tu.<br />

A.BIGEATO — Do lat.<br />

ABIOGENESE — Do gr. a privativo, íiios,<br />

vida, e génesis, geracáo.<br />

ABIOTO — Do gr. abiotús, que nao suporta<br />

a vida.<br />

ABIPAO — Provavelmente quichua.<br />

ABISMA — Do gr. epíthema, emplastro,<br />

pelo lat. epíthema; e átono <strong>de</strong>u a; p intervocálico<br />

b; o teta per<strong>de</strong>u a aspiracáo e por ser<br />

intervocálico <strong>de</strong>u d; houve urna síncope que <strong>de</strong>u<br />

* epiámu,; don<strong>de</strong> d — s, cfr. marítima-, marisma,<br />

v. Nunes, Gram. Hist., 132.<br />

ABISMO — Do gr. abyssos, sem fundo, pelo<br />

lat. - abismu, forma contracta <strong>de</strong> um alongamento<br />

da grega, aMssimus para Hatzfeld,<br />

*'<br />

<strong>Da</strong>rmesteter e Thomas {Dict. Gen.) -abississimus<br />

para Diez, Dic, 3. V. M. Lübke, REW,<br />

31; Leite do Vasconcelos, RL, IV, 27G; Archiv<br />

für lateinische Lexikogra2Jhie, 1, 233; Berger,<br />

Die Lehnwbrter i-n, <strong>de</strong>r franzósichen. Sprache<br />

i

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!