Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

.
•
De
Nunes
.
.
.
.
.
Muito
Rejeita
Figueiredo
O
.
.
.
.
Margravs 318 — Marougo
IiIARGRAVE -- Do al. Markgraf ,
conde da
fronteira (Figueiredo). Era o fiaalgo que administrava
urna marea (territorio fronu;irieo) ;
correspondía
ao marqués em outros países da Europa
chic
nao a Aler.ianlia.
MÁKGRAVIACEA — De Marcgrafj, sobrenome
de um r.aluri'lista holandés do sécuio
XVII, o suf. ácca.
MARÍA-FIA — De Haría e fiar, porque o
inseto, ¡":xaniu>-s£¡ pelas antenas era roupa lavada,
gira sobre si enrolando unía perna em
entra, ai.¿ que merre (Figueiredo).
HAEIAbVA — De Marialva, título de um
marques portugués (see.
XVIII) que estabeleceu
regras para cavalgar á gineta.
MARIANISMO — De María, n de ligacáo
e su£. isvio; ú a tendencia a exaltar o culto da
Virgem María de rnaneira que ultrapassa o ensillo
e o espirite da Igreja (Larousse).
I.IARIATO - •
De Marryat, sobrenome de um
almirante inglér. .
MARICAS — De Maria (A. Coelho) . M.
Lübke, REW, 533S, só dá a forma espanhola.
Em REW, 5333, liga também ao lat. mas, maris,
o macho (Zeilsclirijt rom. Phil., XXV, 743), o
que 6 repelido por García de Diego, Contr.,
n. 3D2.
MARIDO — Do lat. marítu; esp. marido,
MARIMACHO — De María o -macho.
MARIMBA — Do quimbundo marimbas (A.
it. marlto, fr. •mar i.
Coelho, Maccdo Soares, Revista Brasileira de
15-5-18S0, G. Viana, Apost. II, 113, Pacheco e
Lameira, Gfram. Port., 25, E. C. Percira, Gram.
Hist. Port., 244, Nelson de Sena, RFP, XII,
163, Fernando Ortiz, Glosario de ajroncgrismos).
Pertence á classe de nomos que nao tendo
.
prefixo especial no singular, recebem o. prefixo
'nía para indicaoao do plural.
marinas; essas plantas
MARINAS — Do lat.
nascem e vivera ñas aguas .do mar. (A. Coelho).
MARINHA — Do lat. marina, pertencente
ao mar; esp. it. marina, fr. marine.
MARINISMO — Marini,
' sobrenome de
um literato italiano (1569-1G25), o suí-xo ismo
MARINISTA — Do fr. mariniste, pintor de
marinhas.
MAMOLA — Cortesao pergunta se a etimología
desta palavra terá alguma relacáo cora
o esp. Murióla, nome de um monte na província
de Alicente. O fr. tem marioi, derivado de
Mariolo, nome de urna criadinha. desavergonhada
numa peca intitulada Le Goin de rué.
Prender-se-á a María e suf. ola ?
MARIOLATRIA — De María o gr. latrsia,
adoracao
MARIPOSA — Do esp. mariposa (Leite de
Vasconcelos, Opúsculos, III, 602, A. Coelho).
V. C. Michaelis de Vasconcelos. Miscellanea
Caix e Ganello, 142, M. Lübke, REW, 5358, 6308,
Spitzer, Epizone, 89, W. Ochl, Miscellanea Schv,-
chardt, S5, Lokotsch, Joao Ribeiro, Erases Feilas,
II, ISO, Diez, Dic. 4G7, Zeitschrijt rom. Phil,
V, 246). A Coelho cita aínda Storm. María é o
nome do inseto. (cfr. joaninha, romaninha)
A enanca faz um apelo á borbolcta para parar:
María, posa (Maria que vais a voar, nára ai)
Os rapazes em Trás-os-Montes dizem á .joaninha:
Joaninha, voa, voa, leva as cartas a Lisboa.
Lokotsch ve urna etimología popuíar que encontra
semelhante ñas linguas germánicas (V.
Romanía, V, 180). Levando Lafayette eplou
para um grego mairo, brílhar; em gr. há marmairo
. .
MARISCO — A Coelho derivou de mar; Pigueiredo
e Cortesao, de um b. lat. mariscal.
M. Lübke, BBV/, 53S7, acha milito duvidoso
relacionar com o lat. maruca, caracol (Zeitschrífc
rom. Phil., XXVIII, 321). Cortesao dá
um texto: ítem de omni fiscato marisco nobis
daré áeuclis quarlam variem (Legos, pg. 700-A.
1252) .
MARISMA — Do lat. marítima (A. Coelho,
Julio Morena, RL, I. 181, Estudos, II, 270,
Co.rnu, Port. Spr., § 203, Leite de Vasconcelos,
Linóes de Filología Portuguesa, 308, Muñes,
Gram. Hist. Port. 132) . sugere as formas
intermedias •marídema, '¡'naridma. Cortesao tira
do esp. marisma, que é citado por M. Lübke,
RFIIV, 5362, com exclusáo do port. V. Pidal,
Gram. Hist. Esp., § GS.
MARISTA — De Maria, mae de Jesús, e
suf. isla; sao membros da congregacáq intitulada
Sociéié de Maria, fundada em Lyon em
1816 e dedicada ao ensino (Larousse)
MARITAGIO — Do b. lat. mariiagiu..
MARITAL
'—• Do lat. maritale
MARÍTIMO Do lat. maritimu.
IvIARLOTA — Do ár. malluta, manto (Dozy,
Eguilaz, Lokotsctu Nunes, Figueiredo), voc. derivado
do gr. malloté, lanuda. E' irregular o m
dando ó. Houve dissimiiacáo do primeiro l.
MARMANJO — O Suplemento do
Vocabulario
Portugués e Latino de Bluteau traz como
apéndice um Vocabulario de palavras e modos
de jalar do Minho e Boira e cuja noticia nao
veio a lempo de se llie dar o seu lugar alfabético
iiesie Suplemento, do qual consta que marmanjo
é mare magnum. Eixi comentario diz
Leite de Vasconcelos, Opúsculos, III, 110, que
tanto no Minho como na Beira, significa hoje
homem vagaroso, etc. Pareceu a Joáo Ribeiro
que iosse corruptela vulgar de maremagnum
(maremanho, marmanho, . marmanjo); derivou
depois de marimacho (q. v.) e marimacho (.Frases
Feitas, I, 240-1 e RFP, XVIII, 121). C. Michaelis
derivou do árabe (E-i-n poriugiesiches
Weihnachtsauto) . dá corno termo
chulo e significando mariola, tratante, bruto.
No Brasil significa menino corpulento, homem
i eito
MARMELA — De marínelo; supóe-se que
esta pera é produzida pela hibridaeáo da pereira
com o marmeleiro (Figueiredo)
'MARMELO — Do gr. melímelon, maca de
mel, pelo lat. melirnelu. . e átono passou a a
por influencia do r (cfr. cámara,,- para). O primeiro
l deu ?* por dissimiiacáo (Cornu, Port.
Spr., § 129, Nunes, Gram. Hist., 149). O e ficou
aberto por coníusáo do final de palavra com
o sufixo ellu (Cornu, op. cit., § E) . Oí intervocálico
se manteve i^elo mesuro motivo ; Isidoro,
VII, 10, apresenta a forma melimella (cfr. o
esp. membrillo, onde 11 deu regularmente 11).
Cornu, op. cit., § 131. A Coelho deriva do latim'
e M. Lübke, REW, 5478.
MARMERÓLITO — Do gr. marmaíro, brilhar,
e l-íthos, pedra.
MARMITA — Do fr. onarmite (A. Coelho,
Cortesao)
MÁRMORE — Do lat. marmore, de origem
grega ; esp. mármol, it. marino, fr. marbre.
O vocábulo grego significou primitivamente
pedra, em Hipócrates corpo duro; depois por
influencia de marmairo, brilhar, passou a significar
pedra branca. (Boisacq, Walde)
MARMOTA
—. Cortesao, citando a Prosodia
de Bento Pereira, e Figueiredo derivam de um
lat. marmota, com dúvida. Deve provir do ir.
'marmotte. A Academia Espanhola dal tira o
esp. marmota e Petrocehi filia o it. marmota
ao fr. ant. marmontain. M. Lübke, .REW, 5761,
nao julga baseada em fatos a filiacáo ao lat.
nmrmurare . mus montis, rato monte,
Diez, Dic. 220, Romanía, XII, 532, XXIII, 237,
apesar do sobresselvano murmont e do engadino
montanella . menos aceita minióme. Supoe
vocábulo pré-románico. V. Stappers e Clédat.
Joáo Ribeiro, Gram. Port., 51, aceitou o étimo
de Diez. Cortesao pergunta se se ligará ao gr.
7normotós, espantoso, terrivel, adjetivo poético
que nao podia originar de modo algum o vocábulo.
MARNEL — A. Coelho derivou de marino.
Figueiredo acha que está por_ "marinel, de marino.
G. Viana, Apost. II, lio, repele a aproxi-
margo.
magáo com mama por
MARNOTA — Figueiredo compara com marnel,
o que G. Viana, Apost. II, 115, repele.
MARO — Do gr. máron pelo lat. mam.
MAROMEA — Do ár. mabrum, corda, part.
pass. de barama, retorcer urna corda (Dozy,
Eguilaz, Lokotsch, A. Coelho).
MARONITA — De Marón, patriarca siríaco
do sáculo VII, e suf. ita.
MAROSCA — Lindolfo Gomes, Oontos Populares,
160, prende com dúvida ao esp. marro,
que quer dizer engaño, artificio, e é o nome
de um jogo de rapazes.
MAROTO — A. Coelho e Figueiredo filiam
ao fr. maraud (v. Marau) : García de Diego,
Contr., n. 392, cita um salmantino maroto, calcado
no lat. mas,- «naris, macho.
MAROUCO — Do esp. marueco (Figueiredo)
.
MAROUCO — Figueiredo deriva de mar
(s. v. maroicos) . Cortesao, com dúvida, tira