17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

'<br />

ketsch,<br />

.<br />

.<br />

•<br />

um"<br />

por<br />

mascaret,<br />

.<br />

Má 307 — aiacareu<br />

MÁ — Do lat. mala. V. Mau.<br />

MARAJA — Do sánscrito maha-raja, gran<strong>de</strong><br />

reí (Lokotsch)<br />

MACA — Do. taino hamaca. Segundo Lenz,<br />

parece certo que" a palavra pertenceu á língua<br />

taino do Haití. "Von <strong>de</strong>n Stein menciona a forma<br />

arnaco, corno nu-aruaque. A etimología registrada<br />

por Korting, n. 3.870, <strong>de</strong> um baixo alemáo<br />

hanqmat ó seguramente falsa; essa forma,<br />

assim como o alemáo Hangematie, Diez, (Dic,<br />

14), é etimlogia popular (tapete suspenso). Se-<br />

"•ovia Dicionário <strong>de</strong> Argentinismos, 124, <strong>de</strong>riva<br />

Jo caribe amaca, pita. V. Cuervo, Apuntaciones,<br />

pg. 582. Figueiredo. <strong>de</strong>riva do álemao com<br />

dúvida. G. Viana, Apost. II, 86, aceitón a<br />

^<br />

<strong>de</strong>rivadlo<br />

do fr. namac, constante do Novo Dicionário.<br />

Lokotsch, Amerilcanische Worter :-¡6, L<br />

concorda com ijenz. Outro tanto F. Lübke,<br />

REY/, 4020. Ern portugués houve <strong>de</strong>glutiría gao<br />

MACA — Do lat. mattea (M. Lübke, REW,<br />

5425. Gram. II, 441-2); esp. maza, it. mazza,<br />

fr. masse<br />

MACA — Do lat. moAtiana, scilicet mala,<br />

maca <strong>de</strong> Mátio (lat. Mattium), cida<strong>de</strong> da Garniünia,<br />

capital dos Gatos, talvez hoje Marburg,<br />

provavelmente produtora. <strong>de</strong> magas especiáis.<br />

Saraiva pensa que essas magas tirarám o nome<br />

<strong>de</strong> um certo Ivíácio. Esp. manzana, fr. mancicnne<br />

(planta cujos frutos semelham magas<br />

selvagens) . Houve substantivagáo do adjetivo.<br />

I-Jo port. ant. exitiu .a forma tnancáa, com a<br />

contaminacao da nasal inicial; dissimilagao posterior<br />

veio restituir o tipo latino. V. Leita <strong>de</strong><br />

Vasconcelos, RL, I, 241, Cornu, Port. Spr., § 153,<br />

Muñes, Gram. Ilist. Port., 68, 146, 205, Mégacles,<br />

RLP, XIX, 65.<br />

MACABRO — Do fr. macabre (G. Viana,<br />

Apost, li, 87). A. Coelho <strong>de</strong>riva do lat. citoria<br />

macliabaeorum (sic), nome <strong>de</strong> urna cerimonia<br />

ou pintura, imaginada na ida<strong>de</strong> media pa.ra representar<br />

a igualda<strong>de</strong> na morte (v. Du Cange,<br />

Gastón Paris, Mélanges Linguistiques, 513, M.<br />

•Lübke, REW, 5253, Stappers). Este último autor<br />

explica a alusáo aos Macabeus ou por se Ihes<br />

assimilar algum papel nessas representacóes,<br />

ou por que elas se realizassem no dia comemorativo<br />

<strong>de</strong>stes mártires. O esp. também tem<br />

macabro, que se <strong>de</strong>riva do ár. malcabir, plur.<br />

<strong>de</strong> nnaKbara, .cemitério, ossuário, segundo Devic,<br />

Eguiíaz, Aca<strong>de</strong>mia Espanhola, Lammens, Remarques<br />

sur les mots frangais <strong>de</strong>rives <strong>de</strong> Varabe,<br />

149, Lokotsch, cfr. port. almo cavar "Os mel'nores<br />

etimologistas, diz Joáo Ribeiro, Curiosida<strong>de</strong>s<br />

Yerbáis, 81, até há pouco dianíe do vocábulo<br />

macabro (dansa maca&ra) imaginaram<br />

a cliorca- macchabaiorum, pura invencáo, perqué<br />

ñas dancas macabras que se conhecem os<br />

Tem razáo o<br />

macabeus briíham pela ausencia. .<br />

P. Lammens ern <strong>de</strong>rivá-la do árabe maqbir,<br />

plural <strong>de</strong> maqbara', túmulo, cemitério. Nao<br />

houve contaminagáo <strong>de</strong> chorea macchabeeorum<br />

a nao ser nos miólos dos etimologistas".<br />

MACACO — Provavelmente <strong>de</strong> origem africana<br />

c do Congo (A. Coelho, Pacheco e Lameira,<br />

Gram. Port. 25, Eduardo Carlos Pereíra,<br />

Gram. Ilist. Port., 244, Silva Bastos, Figueiredo,<br />

Stappers, Aca<strong>de</strong>mia Espanhola, Fernando Ortiz).<br />

Lenz pensa que o vocábulo é <strong>de</strong> Madagasear.<br />

Opinam por origem americana Monlau, Dicíonário<br />

Etimológico, Lokotsch. Teodoro Sampaio,<br />

O tupi na geografía nacional, 3» ed., pg. 255, diz<br />

ser vocábulo tomado dos galibis da Guiana; o<br />

simio, na língua désses indios, é macaca. Lo-<br />

Amerilcanisclie Worter, 45, diz -jue éste<br />

nomo para os macacos da familia iniis podia<br />

proce<strong>de</strong>r do Brasil, on<strong>de</strong> em tupi makalca quer<br />

dizer macaco. Contra a origem americana objeta<br />

Ortiz que os galibis fácilmente <strong>de</strong>veram recebar<br />

o vocábulo dos conquistadores e dos negros<br />

escravos, táo numerosos ñas Guianas que<br />

chegaram a emancipar-se e a constituir tribus<br />

livres e cruzamentos com os caribes. Ortiz refuta<br />

a opiniáo manifestada por Leo Wiener,<br />

África and the Discovery of America, vol. I,<br />

206, segundo a qual macaco vem <strong>de</strong> macao, <strong>de</strong><br />

•origem' francesa (da Normandia ou do Berry),<br />

significando a um tempo gato e 'macaco ou<br />

mico, pois é sabido que ambos os animáis outrora<br />

se confundirán! em seus nomes e que ainda<br />

na época dos <strong>de</strong>scobrimentos chamavaai-pe n».<br />

Espanha gatos monillos, como se lé na Historia<br />

Natural <strong>de</strong> Oviedo. Estas vozes europeias<br />

mono, mico e macao passaram o mar com os<br />

<strong>de</strong>scubridores da América e se difundirán! assim<br />

entre es indios, como parece <strong>de</strong>monstrar-se com<br />

abundantes citacoss, no dizer <strong>de</strong> Wiener. Ortiz,<br />

em exaustivo artigo do seu Glosario, alegando<br />

ter folheado a monumental obra <strong>de</strong> Johnston,<br />

A. comparativo Study of the Bantu and FSemi-<br />

Bantu Lanavages, vol. I, encontrón no ifumu,<br />

no íte\v, no kisicongo, no songo, no hehe, no<br />

gutu, no lala.lamba, no yao, no cimpoto, no<br />

cinyam'a, no kilega, no kitembo, no Zambsze<br />

Central e no Oci<strong>de</strong>ntal, no sul do Congo e entro<br />

os bulom do Niger, raizes com base le (Jcatvliivw<br />

e outras), que cea o prefixo ma ou mu, comum<br />

a urnas e outras línguas, quer como signo do<br />

singular, quer do plural, quer <strong>de</strong> coletivo, so<br />

corivertem fácilmente em macaoulcou, macionw<br />

(éste w representa um fonema bantu especial)<br />

ou, emfim, no macaco, <strong>de</strong> que se trata.<br />

MACADAME — De Mac Adam, sobrenome<br />

<strong>de</strong> seu inventor, um ensrenheiro escocés (1756-<br />

1836) (Larousse, Bonnaffé, Pacheco e Lameira,<br />

Gram. Port., 29).<br />

MACAIO — Figueiredo pensa que se relaciona<br />

com Macan, cida<strong>de</strong> da Asia.<br />

MACAL — De maga (A. Coelho); Sousa<br />

<strong>de</strong>riva do ár. macel, soro do leite.<br />

MACAMBÜZIO — Figueiredo compara com<br />

embuciar. Silva Bastos <strong>de</strong>riva do cafre com<br />

dúvida. G. Viana. A.post, II, 88, pergunta se se<br />

documentado por<br />

origina <strong>de</strong> macambuz (boieiro),<br />

artigo intitulado Campanlia dos Namarrais,<br />

publicado em O Sáculo <strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1897.<br />

Nelson <strong>de</strong> Sena capitula como africanismo {RLP,<br />

XII, 161).<br />

MACANA — 1 — (arma ofensiva) : palavra<br />

antilhana (Alfredo Zayas Alfonso, Lexicografía<br />

antillana) . Ricardo <strong>de</strong>l Castillo, Los llamados<br />

mejicanismos <strong>de</strong> la Aca<strong>de</strong>mia Española, 109, vefuta<br />

a origem do mexicano macualmttl, apresentada<br />

peía. Aca<strong>de</strong>mia.<br />

2 — (toucado) : do ár. macana, do persa,<br />

segundo Sousa.<br />

MACANETA — Dím. <strong>de</strong> maga. V. G. Viana,<br />

Apbst., II, 87.<br />

MACAO — - V. Macom.<br />

MACAPAO — Do napolitano martsapane<br />

que no século XIV signifieava o conteúdo <strong>de</strong><br />

urna caixinha on<strong>de</strong> havia um bolo <strong>de</strong> acucar,<br />

améndoas e agua <strong>de</strong> rosas, através do it.<br />

(M. Lübke, REW, 5440, Lokotsch). A. Coelho,<br />

que <strong>de</strong>riva da massa e pao, grafa com ss.<br />

G. Viana grafa com c e manda comparar<br />

com o esp. mazaván, com z, equivalente 'a

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!