Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

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—
A.
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Au
Moleja 339 Mongáo
molleiro, donde a forma atual. Cortesao cita
molinariu (Diplomata, pg. 313-A. 1073), molynheiro
(Leges, pg. 390, — Sec. XIV), mollneiro
(Leges, pg. 506-A. 1199), monleíro (Leges, pg.
516-A. 1201). V. G. Viana, Apost. Ii, 152-3,
C. Michaélis de Vasconcelos, RE, III, 175, Leite
de Vasconcelos, Ligues de Filología Portuguesa,
296. Para nl—U, cfr. esmolna — esmolla —
esmola e sahútre — sallitre — salitre.
MOLEJA — Cortesao deriva do esp. molleja,
notando-se entretanto que neste caso o
11 espanhol nao teria dado Ih portugués.
MOLENDÁRIO — Do lat. molendariu-
MOLESTO — Do lat. molestu.
MOLETA — Do lat. mola, mó (A. Coelho).
MOLETE — Cortesao deriva do esp. mollete,
mas neste caso o 11 espanhol nao tena
dado Ih em portugués.
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MOLHAR — Do b. lat. molhare por mol-
Vire, amolecer; esp. mojar, fr. mouiller (M.
Lübke, REW, 5646, Figueiredo) Coelho tirou
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de mólho, que derivou do lat. molle, mole.
Por meio da agua se tornara moles as substancias.
Brachet observa que igual metáfora existe
r>o al. eintoeíchen, molhar, de weicli, mole.
MOLHE — M. Lübke, REW, 5651, deriva
do cat. molh, que prende ao gr. mod. molos,
dique de porto. Rejeita as derivaoóes do lat.
moles, massa, Diez, Dic, 246, Archiv lat. Lexikogr.
und Gram-, IV, 436, A. Coelho; lat.
modiilu, Archivio Glottologico Italiano, IV, 366,
lat. molle, ibidem, XIX, 370.
MOLHELHA — Cornu, Port. Spr.., § 18,
tirou do lat. molilia e disse que o desenvolvimento
do é era urna precedencia dissimiladora
para esclarecimento dos dois lli. A. Coelho,
que no Dicionário tirou de mole, no Suplemento
cita o étimo de Cornu. Figueiredo
deriva do lat. monilla e compara monelha-
Coelho).
HOLHE-MOLHE — De molhar (A.
MOLHO — Do lat. manuclu em vez de
manuplu por manipulu (W. Schulze,
Archiv lat.
Lexikogr. und Gram., VIII, 133, M. Lübke,
REW, '5306, Gram. I, 440, II, 443, 514, Introducao,
n. 169, Cornu, Port. Spr-, § 262, Nunes,
Gram, Hist. Port., 115); esp. manojo, it. ant..
manocchio, fr. ant. maiioil. A. Coelho tirou
do lat. manipulu diretamente e Figueiredo acha
que é contracáo de manolho, que é um castellanismo.
Are. maolü'o, moolho: Et j. maolio
de lino (Inquisitiones, pg. 21). Por sua eirader/ua
¡neo moolho de linho (Leges, pg. 474-A.
1190)
ṀÓLHO — A. Coelho derivou do lat. molle,
mole, o que nao explica a palatalizacáo do Z.
Talvez seja um deverbal de molhar, com o qué
concorda o timbre fechado do o (cfr. chorar,
choro). Silva Eastos da um b. lat. moglu
oh moliu.
MOLÍ — Do gr. moly pelo lat. moly, alho.
MOLIBDBNITA — De molíbdeno, q. v.
e suf. ita.
MOLÍBDENO — Do gr. molybdaina, massao
e chumbo, vocábulo de origem talvez ibérica
ou nórdica, segundo Solmsen, Schrader,
etc., apud Boisacq e Walde; pelo lat. mólybdaena.
E' de cor branca acinzentada feito
o chumbo. Hjelm, em 1872, por confundir-se
o sulfeto com o grafite, deu-lhe o nome com
que os antigos designavam éste corpo (Alvaro
de Oliveira, Química, pg. 370).
MOL1BDICO — Do gr. mólybdos, chumbo,
e suf. ico.
Do gr. mólybdos,
MOLIBDOMANCIA -
chumbo, e manteía, adivinhagáo.
MOLIBDURaNIO — Do gr. mólybdos,
chumbo, molibdeno, e uranio, q. v.
mollitia.
MOL1CIA — Do lat.
MOLICIE — Do lat. mollitie.
MOLICO — Do lat. "moUicíu, de mollís,
mole (Cortesao) ; éste autor confronta com o
esp. mollicio.
MOLIERESCO — De Moliere, célebre comediógrafo
francés (1622-73) e suf. esco.
MOLIFICAR — Do lat. mollificare.
molimen.
MOLIMEN — Do lat.
MOLINA — De Molina, lugar do Aragao
(Figueiredo), do qual provávelmente provinha
este tecido
MOLINETE -Do fr. moulinet, pequeño
icoinho (Figueiredo) ; é o movimento circular
com a espada em torno da cabeca para defender-se
alguém dos golpes do adversario. A.
Coelho tirou do lat. molinu.
MOLINHA — 1 (chuva ¡niúda) : de molinhar,
do lat. molinu (Figueiredo); do lat. molinu
(A. Coelho). — 2 (uva branca): de -mola
(Figueiredo)
MOLINHA — De molinha 2 (Figueiredo).
MOLINILHO — Do esp. moliwdloj A. Coelho
tirou do lat. molinu, moinho, e suf. ilho.
MOLINISMO — De Molina, nome de um
teólogo espanhol (1535-1600), que tinha urna,
doutrina sobre a graca, e suf. ismo.
(A.
MOLINOTE — Do lat. molinu, moinho
Coelho).
MOLÍPEDE Do lat. mollipede.
MODISITA — Do gr. mólys, fraco, e su-
MODOSSO — Do gr. molossos, scilieet kyon,
fixo ita; é um sesquicloreto de ferro.
cao originario do país dos Molossos, no Epiro;
pelo lat. molossu. Como qualificativo de um
pé de verso antigo, segundo uns tirava o nome
de um poeta Molosso que o inventou e, segundo
outros, do uso freqüente que. os molossos fazia.m
déle em seus cantos de guerra (Larousse)
MOLUGEM-.— Do lat. mollugine.
MOLURIA De mole (A. Coelho).
MOLUSCO — Do lat. molluscu, qualificativo
que aparece aplicado a urna noz de casca
muito mole.
momenlu.
MOMENTO — Do. lat.
MOMO — Do gr. momos, representacáo
mímica, pelo lat. momu (Ramiz, A. Coelho)..
M. Lübke, REW, 5653, considera duvidosa esta
filiagáo (Zeitschrift rom. Phil., XIV, 177).
MONACAL — Do gr. monacliós, solitario,
monge, pelo lat. monachu, e suf. al.
MONACANTO — Do gr. monákantlws , de
um espinho só.
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MONACATO — Do gr. monacliós, solitario,
monge, pelo lat. vionachu, e suf. ato.
MONACO — De Monaco,- nome de um principado
ao sul da Franga.
MONACTINED1DEA — Do gr. monos único,
aktís, aktinos, raio, el (do sufixo diminutivo
elln) e suf. idea; tem espícuias.
MÓNADA — Do gr. monas, manados, unidade,
pelo lat. monade. G. Viana da mónada
e monade; Ramiz só a última.
MONADELFO — Do gr. monos, único, e
adelphós, irmáo.
MONADOLOGIA — Do gr. monas, monados,
unidade, mónada, lógos, tratado, e sufixo
ia.
MONANDRO — Do gr. mónandros, que
só tem um marido, isto é, um estame.
MONANTERO — Do gr. monos, único, e
antera, q. V.
MONANTO — Do gr. monos, único, o
ánlhos,
flor.
MÓNANTROPIA — Do gr. monos, único,
ánthropos, hornera, e suf. ia.
MONAQUISMO — Do gr. monacliós, solitario,
monge, pelo lat. monachu, e suf. ismo.
MONARCA — Do gr. monárches, que governa
sózinho, pelo lat. monarcha. '
MONARCÓFAGO — Do gr. monárches, monarca,
e phag, raiz de phagein, comer.
MONARCOLATRIA — Do gr. monárches,
monarca, e latreía. adoracáo.
MONARDA — De Monárdez, botánico espanhol
(1493-1588).
MONÁSTER — Do gr. monos, único, e
astér.
estréla.
MONÁSTICO — Do gr. monastikós, relativo
á vida solitaria, conventual.
MONATÓMICO — Do gr. monos, único,
átomon, átomo, e suf. ico. A forma monoatómico
é menos boa (cfr. monadelfo, momonandro,
monando, monarca).
MONAULO — Do gr. mónaulos', flauta simples
(por oposicáo á dupla) pelo lat.
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monaulu.
MONAXIFERO — Do gr. monos, único,
lat. axe, eixo, e lat. fer, raiz de ferré, trazer;
a ofrma monoaxífero é menos boa, v. monatómico.
MONAZITA — Do gr. manazo, ser o único
em seu género, e suf. 'ita.
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MONCaO — Do ár. mausim, estagáo do
ano, na linguagem dos marítimos o tempo favorável
para a viagem as Indias por causa
do vento de oeste que soprava (Dozy, Eguilaz,
Dalgado, Lokotsch) . deu ou como o ditongo
de origem -latina; houve depois prolaqáo
da nasalidade inicial (Cornu, Port. Spr.,
§ 151).