17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

É<br />

.<br />

.<br />

.<br />

156.<br />

87<br />

'<br />

''-'i<br />

XIV ANTENOR NASCENTES<br />

VII, 4, apud Egger, Grammaire comparée, .<br />

pg Quem nao souber as condigóes<br />

especiáis em que foram criadas as palavras como galio, elágico, estovaina,<br />

etal, gas, kodak, mórmon, vaselina, volapuque, etc., como po<strong>de</strong>rá <strong>de</strong>scobrir-lhes<br />

a origem abrindo as asas a fantasía?<br />

Vm dicionário <strong>de</strong>ve consignar palavras pouco cómuns, nao sabidas da<br />

generalida<strong>de</strong> . conselho do erudito Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Opúsculos, /, 491:<br />

"Devem os dicionários ser jeitos <strong>de</strong> rnaneira que, a par <strong>de</strong> palavras ou expressóes<br />

que já iios sejam conhecidas, achemos neles outras que pretendamos<br />

conhecer".<br />

A etimología em dicionário anteriores<br />

Na análise da obra dos meus antecessores, para fugir ás pechas, <strong>de</strong>ixo<br />

falarem por mim autores e seus críticos.<br />

Pondo <strong>de</strong> lado Moráis, que é anterior ao advento da lingüística e por<br />

isso nao <strong>de</strong>ve ser censurado, encontramos as obras <strong>de</strong> Constancio, Faria,<br />

Lacerda e Fr. Domingos Vieira, que sao meros <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> Bluteau, da Aca<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> Ciencias <strong>de</strong> Lisboa, <strong>de</strong> Viterbo e <strong>de</strong> Moráis (Leite <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

Ligóes <strong>de</strong> Filología <strong>Portuguesa</strong>, 252,1<br />

O tamanho do atribuido a Fr. Domingos Vieira nao correspon<strong>de</strong> á qualida<strong>de</strong>;<br />

só se salva a Introducáo, escrita por A. Coelho (Leite <strong>de</strong> Vasconcelos,<br />

ibi<strong>de</strong>m e Opúsculos, IV, 890)<br />

Seguem-se o <strong>de</strong> Sa?itos Valenté- Aulete, o <strong>de</strong> Adolfo Coelho, o <strong>de</strong> Cándido<br />

<strong>de</strong> Figueiredo e os Subsidios <strong>de</strong> Cortesdo.<br />

O Dicionário Contemporáneo (Santos Valenté-Ai<strong>de</strong>te) "está muito longe<br />

<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r ás exigencias da glotología mo<strong>de</strong>rna, e até está ás vezes<br />

em oposigáo com ela, pois nao só tem falta <strong>de</strong> termos e traz algumas <strong>de</strong>finigóes<br />

erradas ou incompletas, mas é urna lástima em etimologías, e até em<br />

ortografía!" (Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Opúsculos, IV, 890) . "Falando déste Dicionário,<br />

diz a autorizada revista alema <strong>de</strong> Groeber, Zeitschr. f. Román.<br />

Philologie: "Devemos fechar os olhos e os ouvidos perante as investidas fonológicas<br />

e etimológicas do autor. Se acerta, é por acaso" (1879, pág .<br />

da<br />

Bibliografía) (Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, ibi<strong>de</strong>m, 912).<br />

Vejamos a obra <strong>de</strong> Adolfo Coelho.<br />

"Na parte etimológica, que nao tem o <strong>de</strong>senvolvimento que <strong>de</strong>veria ter<br />

(o grifo é meu), aten<strong>de</strong>ndo ás dimensoes da obra, acham-se aproveitados<br />

os trabalhos <strong>de</strong> Diez, Grimm, Pott, Mahn, Littré, Engelmann, Dozy, Mussajia,<br />

Scheler, G. París, Julio Cornu, D. Carolina Michaelis, Baist, W. Fórster,<br />

Schuchardt, A . Tobier, J . Storm, Sophus Bugge, e outros filólogos. . . Sinto<br />

nao ter podido aproveitar táo completamente quanto conviria os trabalhos<br />

dos referidos filólogos. Alguma coisa também utilizamos nesta parte dos<br />

nossos lexicólogos, que sem conhecimcnto dos métodos <strong>de</strong> investigagáo etimológica,<br />

tém caído em serios erros, mas também por vezes acertaram.<br />

Proponho numerosas etimologías novas, convicto <strong>de</strong> que muitas délas teem<br />

valor <strong>de</strong> simples conjeturas e parte délas seráo talvez riscadas numa edigáo<br />

futura, gracas a crítica competente, a que submeto o meu trabalho". (Prefacio<br />

do D. M. E.)<br />

Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, opinando sobre a obra <strong>de</strong> A. Coelho, diz que a<br />

obra preten<strong>de</strong> ser etimológica, nada ou pouco adianta ao que se le em Diez<br />

e peca, por método e por <strong>de</strong>finigoes (Ligóes <strong>de</strong> Filología <strong>Portuguesa</strong>, pg. 232).<br />

Eis o que acerca da obra <strong>de</strong> Cortesdo diz Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Revista<br />

Lusitana, VI, 95:<br />

O autor toma infelizmente por base, para o completar, o Novo Dicionário<br />

da Língua <strong>Portuguesa</strong> <strong>de</strong> Cándido <strong>de</strong> Figueiredo, obra feita sem o rigor<br />

científico exigido pela ciencia mo<strong>de</strong>rna. Junta documentos apreciáveis; como,<br />

porém, nao atinge bem a diferenga que existe entre latim vulgar e baixo<br />

latim, nem domina as leis gerais da língua portuguesa, acontece que emite<br />

certas inexatidóes e na interpretacáo dos documentos antigos comete lapsos<br />

por nao ter sempre presente os hábitos ortográficos das respectivas épocas.<br />

O mesmo autor, Ligóes <strong>de</strong> Filología <strong>Portuguesa</strong>, 232, alega que os Subsidios<br />

encerram numerosos vocábulos arcaicos com os respectivos textos e<br />

prestara neste sentido bons servigos á filología.<br />

i<br />

V =

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!