17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

¡ gr.:melr,<br />

Coelho<br />

'<br />

que<br />

Do<br />

Do<br />

apárélho<br />

chamado;<br />

'.<br />

.<br />

(Leges,<br />

(úv-<br />

";::<br />

'<br />

:<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

"*<br />

Caligem 90 — Cama<br />

CALIGEM — Do lat. calígine.<br />

CALIM — V. Calaim.<br />

CALIGRAFÍA —<br />

. gr. kalligraphia, talento<br />

<strong>de</strong> escrever bem, com bela letra.<br />

CALIMBA — Do ésp. calima, do lat. calymina,<br />

<strong>de</strong> origem gr. (M. Lübke, REW, 1535)<br />

CAL1N1CO — Do.gr. hallínikos , scilicet oae,<br />

canto da bela vitóría.<br />

.<br />

CALINOPSIA — Do gr. chaimas, f reio, ópsis,<br />

aspecto, e suf.: ida.<br />

-<br />

CALINÓPTERO -^ Do gr. chalinas, freio,<br />

e pterón, asa. '..''<br />

CALIPEDIA — Do gr. kallipaidía, felicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ter belos filhos.<br />

CALIP1GIA — Do gr. ' kallípygos, que tem<br />

belas<br />

ná<strong>de</strong>gas;<br />

CALIPTSREO — Do gr. kályx, involucro,<br />

pterón, asa e suf. eo.<br />

CALIPTÉRIO — Do gr. kalyptérion, cobertura.<br />

CALIPTÓLITO — Do gr. kalypt, <strong>de</strong> kalypto,<br />

cobrir, e líthos, pedra. Neol. <strong>de</strong> Shepard<br />

(1851)<br />

-. CALIPTRA — Do gr. kalyptra, coifa, veu,<br />

pelo lat. calyptra.<br />

CALISTBNIA — Do gr. kalós, belo, sthénos,<br />

fórga, e suf. ia.<br />

,-CALITRIQUEA — Do gr. kalós, belo, thríx,<br />

trichós, cábelo, e suf. ea. Dáo secregóes muciiaginosas<br />

e emolientes, que servem para conservar<br />

a beleza e a flaci<strong>de</strong>z da cabeleíra.<br />

CÁLIX — V. Cálice.<br />

:S¡¡' : CALMA ca-»<br />

ft<br />

lor, pelo lat.* cauma. e pelo it, calma (M. Lübke,<br />

REW, .1779)..; significou .propriamente a parte<br />

quente do dia (Diez, Gram., I, 53). Quando<br />

nao ha vento, fica no mar um calor abafado<br />

e reina tranquilida<strong>de</strong> na superficie ; daí a mudanga<br />

do sentido para calmaría. Stappers acha<br />

que a mudanga veió <strong>de</strong> evocar a parte quente<br />

do dia e a idéia <strong>de</strong> cessagáo do trabalho, repouso,<br />

tranquilida<strong>de</strong>. Toclavia ele ainda aparece<br />

no adj. calmoso. O u se consonantizou num<br />

l velar (v. Diez, Gram., I, 160, M. Lübke,<br />

Gram., I, §1 282, 290).<br />

CALMAR — Do lat.<br />

*calmariu, tmteiro, através<br />

do it. calamaro (hoje calamaio) e contraí-<br />

;do <strong>de</strong> calamar (M. Lübke, REW, 1485). Passou<br />

a <strong>de</strong>signar a lula, porque, segundo o poyo, este<br />

cefalópodo possui tinta (a sepia) e a pena <strong>de</strong><br />

escrever (no meio do corpo ha urna concha<br />

semelhante a este objeto)<br />

CALMORREAR — A. Coelho acha difícil<br />

<strong>de</strong> explicar. Farece-lhe conexa com calmar, vulgarismo<br />

significa espancar, e suf. orro.<br />

Comparado com cal-mocada, seria composta <strong>de</strong><br />

cal e murro, mas o elemento cal ficaria ínexphcado.<br />

... „ „<br />

CALO — Do lat. callu; esp. it. callo, ir.<br />

'CALOCRÓMIO — Do gr. kalós, belo, chróma,<br />

cor, e suf. io.<br />

CALÓFILO — Do gr. kalós, belo e phyl'<br />

Ion, folha. .<br />

"<br />

CALOMELANOS -— Do gr. kalos, belo, e<br />

mélas, métanos, negro. Deve o nome a Turquet<br />

<strong>de</strong> Mayenne, médico francés do seculo<br />

XVIII, que o 4eu em honra <strong>de</strong>. um negrmho<br />

que lhe servia <strong>de</strong> ajudante em seus trabalhos<br />

Bdé^ química;:<br />

'.'.<br />

CALÚPTERO — Do gr. kalós, belo e pteron<br />

asa. .-'-.'•" - • ' •<br />

CALOR — Do lat. calore; esp. calor, it.<br />

calore, -'ti. chaleur. Nunes, Gram. Hist. Port.,<br />

106, explica a conservagáo do l por ser erudito<br />

o voc. M. Lübke, Gram., I, § 457, explica por<br />

influencia <strong>de</strong> caldo.<br />

CALORÍFERO — Do lat. calore, calor, e fer,<br />

raiz <strong>de</strong> ¡erre, trazer.<br />

CALORÍFICO — Do lat. caloríficu.<br />

CALORÍMETRO — Do lat. calore, calor, e<br />

r&\i &é rtietréó, medir.' Calor aquí está<br />

tomado no sentido especial -<strong>de</strong> calórico, porque<br />

;<br />

:<br />

no': comum ja/" existé«"o :íe?--<br />

mómetro.<br />

CALOSOMA<br />

—; gr. kalós, belo, e soma,<br />

corpo.<br />

,.<br />

Calote..<br />

CALOTA V.<br />

CALOTE — 1 — (Parte da esfera): Do fr.<br />

caloite, propriamente solidéu; <strong>de</strong>pois, pela semelhanca,<br />

aplicou-se áquela parte da esfera.<br />

2 — (Falta <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> urna divida) :<br />

A<br />

'<br />

tira <strong>de</strong> calo (divida que custa a pagar)<br />

e suf. ote. G. Viana, Apost., I, 209, pensa<br />

que é o fr. culotte., termo <strong>de</strong> jógo <strong>de</strong> dominó,<br />

o qual <strong>de</strong>signa as pedras^ com que cada parceiro<br />

fica na máo por nao as po<strong>de</strong>r colocar.<br />

Segovia lembra que carotte em fr. é artificio,<br />

astucia ou pequeño calote por meio <strong>de</strong> urna<br />

mentira; em Honduras há cacalota, que é <strong>de</strong><br />

formagáo<br />

parecida.<br />

CALOURO — Do gr. mod., kalágeros, bom<br />

velho, título que na igreja grega se dá aos<br />

monges da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> S. Basilio (M. Lübke,<br />

REW, 4665, Brachet, Dic. Etym., pg. 2) . No gr,.<br />

mod. o gama antes <strong>de</strong> épsilon tem o som <strong>de</strong> i,<br />

daí a pronuncia kaloieros. Caloyro, com o sentido<br />

apontado, encontra-se no Itinerario <strong>de</strong> Terra<br />

Santa, <strong>de</strong> Fr. Pantaleáo <strong>de</strong> Aveiros, pgs. 11¿<br />

14 e 17 (RE, XVI, 93)'. Fr. Domingos Vieira<br />

aceitou esta etimología para o voc. empregadá<br />

no sentido <strong>de</strong> estudante novato. Caloiro' passou<br />

a calouro pela troca freqüente dos ditongos oi<br />

e ou. C. Michaelis <strong>de</strong> Vasconcelos (RL, XX,<br />

319) eré que caloiro está por calvoiro. A semivogal<br />

v evaporou-se como em fíelo <strong>de</strong> fulvo, janela<br />

<strong>de</strong> januella, maneira <strong>de</strong> manuaria,. manato;<br />

<strong>de</strong> manicata, etc., etc.. Ter-se-ia portanto o tema<br />

cálv e o suf. oiro, pronuncia popular <strong>de</strong> orio„<br />

com a usadíssima atragáo <strong>de</strong> i postónico;: pela<br />

tónica. Calvo (que subsiste modificado emecsveira,<br />

caaveira, <strong>de</strong> calaveira com a epentético<br />

entre lev) serve bem para caracterizar<br />

os; estildantes<br />

do primeiro ano (antigamente os <strong>de</strong><br />

disciplinas preparatorias), visto que era e é<br />

eostume dos quintanistas cortar-lhes rna<strong>de</strong>ixas'<br />

<strong>de</strong> cábelo táo<br />

<strong>de</strong>sajeitadamente que só urna tosquia<br />

completa ps;5 salva <strong>de</strong>: tereni; as pectoviridí-:;<br />

culo. E -orio como sufixo <strong>de</strong> adjetivos existe<br />

em finório, í siinplório. Leíte;; <strong>de</strong> ;; Vasconcelos<br />

(.ibid., 320)B objetaSque a queda da V semi-vogal<br />

em manada, maneira, janela, eié.y se déu ém<br />

época mais rernota do; que ^aqüela a que ajaü-'<br />

tora refere caloiro. O sufixo -orio na língua mo<strong>de</strong>rna<br />

é muito fixo, como se ve em finorio, escadório,<br />

casorio, etc. e, a ter-se dado a suposta<br />

metátese, nao resultaría otro, mas óiro, como*<br />

se <strong>de</strong>duz da forma vulgar. Gregóiro, cír. Iiís-loíra,<br />

gióira, Vitóira, m^mói-ra. O sufixo -ório é<br />

das épocas iinmitivas da língua e nao das épocas<br />

mo<strong>de</strong>rnas. Se em Braga se diz S. Vitóiro^e:<br />

a par temos a já mencionada forma yiíótro, á.<br />

que esta é mo<strong>de</strong>rna, eaqueláéantiga. Finalmente,<br />

um caloiro na.o é própriamenie: calvo, ó<br />

um tosquiado. Joáo Ribeiro, Frases Feuas, IÍ,<br />

cá, :/oiro.<br />

98, acha que vem da expressáo : vem<br />

(vem, caloiro), porque o: novato é como" o pássaro<br />

veixte ua trauígáo<br />

:<br />

pa.pagaio) .; ; Conje-'"<br />

tura também que vem <strong>de</strong> vaca íoira é váca-tóíra.;<br />

<strong>de</strong> baccataureus {baccalaris)<br />

CALPA — Do gr. kálpe, urna.<br />

CALTA<br />

—• Do gr. ktathos, cesto, pelo lat..<br />

caltlia.<br />

CALUDA! — A. Coelho <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong> -calar.<br />

Joáo Ribeiro, Gra.m. Port., 141, conjetura umverbo<br />

caier, do qual o voc. fósse -o p¿.rt.- pass.;:<br />

Repete o mesmo em Frases Feitas, I, 106, lemr<br />

bra os participios -arcaicos; téudoK;é manleudo<br />

e diz que o yerbo caler: significa: aquecer, V darcalor,<br />

queimar. ;iií|8<br />

:<br />

'".<br />

CALUGA — De coZo, péscogo (M. Lübke,<br />

REW, 2053).<br />

CALCrisriA — Do lat. calumnia. As formasarcaicas<br />

sao calonha,:-cao^á,:conha::M<br />

pñn<strong>de</strong> mays por essa caloña 'Leges; 853) .-;lsícts;:<br />

sunt caonias, pro omicidium"tiXX, :morabníñós

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!