17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

:'<br />

panhóis,<br />

;<br />

<strong>de</strong><br />

:<br />

y:<br />

BÁIO;<br />

Quem<br />

céreo<br />

aínda<br />

badiu;<br />

substantivos<br />

balanza<br />

'<br />

Bailar 59 Balandrau<br />

M. Lübke <strong>de</strong>riva o it. baia e o fr. baie do<br />

port., esp. Diz uva texto <strong>de</strong> Isidoro: huno,<br />

iportum) veteres a bajulandis mercibus vocabant<br />

baias (XIV, 8, apud Diez, Gram., I, 30).<br />

BAILAR — A. Coelho pren<strong>de</strong> ao lat.<br />

bailare, <strong>de</strong> baila, bola, dizendo que o jogo<br />

da bola era' acompanhado, na ida<strong>de</strong> media e<br />

entre os gregos, <strong>de</strong> danga e canto. Diez, Gram.,<br />

I, 30, da um bailare, segundo o subs. ballatio<br />

que aparece numa glosa <strong>de</strong> Isidoro, e a ele<br />

pren<strong>de</strong> o esp. bailar, o it. bailare e o fr.<br />

ant. baler; atribuí a bailare origem germánica.<br />

M. Lübke, REW/ 909, 887, nao julga clara<br />

a relacao do port. e do esp. com bailare;<br />

prefere prendé-los a baiulare, carregar. A<br />

Aca<strong>de</strong>mia Espanhola pren<strong>de</strong> bailare ao gr. bal-<br />

Usó:'.' e Larousse ao gr. balitemos.<br />

"BAILE — Ant. bailo, Lusiadas, V. 62;<br />

v Nunes, Gram. Hist. 70, Cornu, Port. Spr.,<br />

§ 101.<br />

BAILÉU — G. Viana, Apost., I, 1Í9, nao<br />

vé relacáo com bailar; supóe todavía um primitivo<br />

bailo, que erri tal sentido nao existe,<br />

'<br />

qué ele saiba. melhor tratou da questáp<br />

foijl<strong>Da</strong>lgado:; "Os lexicógrafos reputar» o<br />

termos éuropeu e <strong>de</strong>rivam-no, com certeza ou<br />

com probabilida<strong>de</strong>, do verbo bailar; e um <strong>de</strong>les<br />

nao hesita em o ligar diretamente ao gr. "bailo,<br />

eu danso" ! Sematológieamente, bailón nao tem<br />

ñenhuma relacáo com bailar. Entre varios significados<br />

que se lhe atribuem nao figura<br />

nenhurn que se refira <strong>de</strong> algum modo ao<br />

bailé ouá danga. E morfológicamente, éu nao<br />

Séffisufixo portugués/ ;<strong>de</strong>; : verbais.<br />

;K"Of vocábulo, quél ég privativo da língua poríStüguesaj<br />

nao consta que; fósse conhecido antes<br />

;<br />

cío "sáculo " XV; Asi autorida<strong>de</strong>s mais antigás<br />

com que se abonam suas accepgóes, sao<br />

•todas posteriores as nossas conquistas asiáticas<br />

e atinentes a literatura luso-oriental. E<br />

os nossos indianistas reputam peregrina a<br />

digáo, empregam-na mais com referencia á<br />

Malasia e interpretam-na por "tribuna, alpendre,<br />

varanda, eii'ado <strong>de</strong> vista, sala <strong>de</strong> banquetes<br />

públicos, castelo raso ou estrado alto<br />

navio". "Balai significa no malaio hodierno e<br />

usual "sala <strong>de</strong> audiencia, tribunal <strong>de</strong> um magistrado"<br />

;. e balairong, aumentativo quer dizer<br />

"sala gran<strong>de</strong>, saláo", <strong>de</strong>stinado a diversos usos.<br />

Em Penáo ou Penang baXai significa "a . estagáo<br />

<strong>de</strong> policía". Em Amüoino o vocábulo<br />

tem, conforme Vlercq, a forma bailéu, que bem<br />

po<strong>de</strong> ser o étimo ¡mediato" da palavra portuguesa,<br />

se posteriormente nao foi modificada<br />

por influencia da nosa língua, que ali foi<br />

muito gran<strong>de</strong>".<br />

BAILIO — Do fr. bailli (A. Coelho, M.<br />

Lübke, REW, 88), oficial <strong>de</strong> justiga da antiga:<br />

Franca. Oit^bailio tem a mesma origem.<br />

BAINHA — Do lat. vagina; v = & pela<br />

confusáo. usual (Nunes, Gram. Hist., 88), sín-<br />

: cope v do/ i g ; j(Nunes, 103), palatalizaeáo do n<br />

(Nunes, "108):; Esp. vaina, it. guaina, fr. gaíne.<br />

:<br />

'"'— - 'Do lat.<br />

;<br />

esp. bayo, fr.' Sai,<br />

BAIONETA — Do fr. bayonnetie , nome da-<br />

:<br />

do a urna arma fabricada pela primeira vez<br />

ná cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Baiona em 1640 (Aca<strong>de</strong>mia Es-<br />

"paniiqlá), :"oü>Kpqrqüé*yfoi empregada pela; priméirat<br />

vez "no <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> em 1665<br />

(Stappers). Encontra-se em Paulo Teréncio,<br />

iiíEstudos, EucMdianos, lOíz.. seguinte explicágáo<br />

: "Num dia do ano <strong>de</strong> 1639 um grupo<br />

<strong>de</strong> contrabandistas gascoes travou-se <strong>de</strong> razóés,<br />

próximo á fronteira, com espanhóis.<br />

;:<br />

Emquanto tiveram pólvora e balas, bateram-se<br />

dérnpdo ordinario Acabadas as munigóes, leniT<br />

braram-se os gascoes <strong>de</strong> atar as facas as<br />

«bocas dos mosquetes e: investiram com os esquetada<br />

baioneta, a<br />

foram<br />

que<br />

vencidos:<br />

recebeu<br />

estava<br />

éste<br />

inven-<br />

nome por-<br />

;; quésno ano: seguinte ármeiros <strong>de</strong> Baiona fragem.<br />

A. Coelho dá um b. 1. barriu.<br />

bairam.<br />

BAIRAO Do turco<br />

BAIB.RO — Do ár. barrí, exterior. A primitiva<br />

aocepgáo, usual na Espanha, foi<br />

:<br />

dé""subúrbio ; a divisáq interna <strong>de</strong> urna cida<strong>de</strong><br />

é posterior (G. Viana, Apost. I, 120. A Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola dá a barrio idéntica origem;<br />

A. Coelho dá um b. I. barriu.<br />

BAIÜCA — Cortesáo tira do esp. bayuca.<br />

,<br />

BAIXaO — Adaptagáo do it. bassone; é<br />

um instrumento que dá notas graves, baixas<br />

por conseguinte na escala musical.<br />

BAÍXAR — Do lat. "bassiare, <strong>de</strong> bassus,<br />

que está em Isidoro e ao qual Pápias dá o<br />

sentido <strong>de</strong> curtus, humilis; esp. bajar, fri.'<br />

baisser.<br />

BAIXEL — Do cat. vaixel, como o esp.<br />

bajel (M. Lübke, REW, 9163) ; no cat. a queda<br />

das vogais fináis é <strong>de</strong> regra. Nunes, Gr. Hist.,<br />

128, tirando do lat. "vaseellu, acha excepcional<br />

a representagao do grupo f¡c' por ce, se<br />

tal excegáo nao é apenas aparente (v. G.<br />

Viana, RL, XI, 240, Ortografía Nacional, 70)<br />

:<br />

aventa igualmente a origem do prov. vaissel.<br />

Quanto a "vascellu por vasculu, dim. <strong>de</strong> vaso<br />

(A. Coelho), v. Anel. Are. vaxelo; quanto ao b,<br />

v. Nunes, loe. cit., 87, e quanto á apócope do<br />

o, v. Nunes; loe. cit., 67, e Cornu, Port. Svr ,<br />

§ 100<br />

ḂAIXELA — Do fr. vaiseelle (M. Lübke,<br />

REV/, 9163), conjunto <strong>de</strong> vasos <strong>de</strong>stinados ao<br />

servigo da mesa. A. Coelho tira do lat. vascelia,<br />

plur. <strong>de</strong> "vascelUtin, por vasculum, dim.<br />

<strong>de</strong> vas, vaso. V. Baixel.<br />

BAIXO — De baixar (M. Lübke, REW,<br />

978). Do lat. bassu nao se po<strong>de</strong> explicar, a<br />

menos que se aceite como Diez {Gram., I,<br />

220) urna <strong>de</strong>generagáo especial do ss.<br />

BAJOUJAR — Do lat. baioliare, por báiolare,<br />

que se encontra na Vulgata (C. Michaelis<br />

<strong>de</strong> Vasconcelos, Eragm.-.Etim., RL, III,<br />

133). Houve .consonantizagáo dá semivogal i e<br />

assimilagáo do U ao j ou queda '•;'. raraT do i<br />

(cfr. joio, Olaia por Eulalia, Grao por Juliao).<br />

G. Viana (.Apost., 1, 122) aceita esta etimología.<br />

A. Coelho já reconhecia que o vocábulo<br />

era idéntico a bajular.<br />

BAJULAR — Do lat. baiulare, levar as<br />

costas, <strong>de</strong> baiulxis (v. <strong>Da</strong>rmesteter, Vie <strong>de</strong>s<br />

mois, pg. 92.<br />

BALA — De ant. alto al. baila (Diez,<br />

Dic, 38, M. Lübke, REW, 908).<br />

BALACEE — Do persa Badakhshan, nome<br />

da regiáo nor<strong>de</strong>ste do atual Afeganistáo,<br />

don<strong>de</strong> em tempos antigos provinham pedras<br />

preciosas; o voc. veio através do ár. balaksh,<br />

<strong>de</strong>signando um rubí.<br />

BALADA — Do pr. bailada, cangáo para<br />

dangar, don<strong>de</strong> passou também para o francés<br />

(balla<strong>de</strong>) no sáculo XIV (Brachet).<br />

BALAIO — Lenz, diz que Cañas pénsa<br />

que o voc. esp. balay vem do araucano ¡afirma,<br />

porém, que nao existe néstá "língua- e<br />

julga que provalvelmente é antilhano; se nao<br />

fór antiga voz castelhana. A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola.<br />

dá o voc. como 'americano. Macedo<br />

Soares tira do lat. medieval balagiu, restos<br />

<strong>de</strong> trigo ajuntados com a vassoura (fr. balai),<br />

e recomidos numa cesta; <strong>de</strong>pois torriqu-se" o<br />

continente pelo conteúdo.<br />

BALALAICA — Do turco balalaika, provavelmente<br />

através do russo. ?V<br />

BALANQA — Do esp. . (M. Lübke,<br />

REW, 1103), por causa da conservágáo do l<br />

intervocálico. Pacheco e Lameira, Gram. ¡Port.,<br />

83, tira duma forma lat. ^bilancea, que'v.'M.v'<br />

Lübke, Gram. .1; 345, aceita para o esp., o it.<br />

e o f r. ; A. Coelho <strong>de</strong>riva do lat.<br />

bilance.<br />

BALANCÉ — Do fr. balancé^<br />

BALANQO — De batanear. Como termo<br />

comercial é prova.vel que venha do it. büancio<br />

porque os contabilistas italianos sao mestres<br />

emescrituragaó<br />

/ mercantil.<br />

BALANDRA — Do fr. Calandre, <strong>de</strong> origem<br />

neerlan<strong>de</strong>sa (M. Lübke, REW, 1431, on<strong>de</strong><br />

vem a mesma <strong>de</strong>rivagáo para '.'.o" esp. e para<br />

o it.)A Aca<strong>de</strong>mida Espanhola <strong>de</strong>riva o esp.<br />

balandra do neerlandés. .<br />

BALANDRAU — Do lat. "balandra, que<br />

<strong>de</strong>U'.o esp. balandrán, ó ;prov. : balandra" (don<strong>de</strong><br />

o fr. boJandre) e o it. balandra, palandrana<br />

(M. Lübke, REW, 892). Stappers menciona<br />

balandrana, na Regra <strong>de</strong> £?.: Bento; 1226. ;.'? O:<br />

étimo é <strong>de</strong>sconhecido. A troca entre pe & e<br />

as fináis a, an, ana, fazem pen<strong>de</strong>r para o<br />

germánico. M. Lübke acha báratro (Zeitschrift<br />

fiir vergleichen<strong>de</strong> Sprachforscliung, XX, 270)<br />

formal e semánticamente inaceitáveis ; o medio<br />

alto al. xoallandiire (Schneller, Die romanischen<br />

Volksmundarten in Südtirol, I, 110) é antes<br />

um esclarecimento da palavra romana. A for-<br />

"

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!