Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
!<br />
t>o<br />
Lübke,<br />
embalangar.<br />
.<br />
para<br />
—<br />
Do<br />
que<br />
Ghieta 242 Glándula<br />
GINETA — 1 (animal) : do ár. jarnait. A<br />
árabe é um xin, por conseguinte a trans-<br />
nicial<br />
crigao melhor é jineta, como faz Cortesáo.<br />
2 (termo <strong>de</strong> equitacáo) : <strong>de</strong> ginete.<br />
—•<br />
GINETE ár. Zanata, com imala<br />
(a=é no ár. vulgar da Península Ibérica),<br />
Zeneta, nome <strong>de</strong> urna das cinco tribos que<br />
dominavam a África e passaram á Espanhha,<br />
ministrando mais tar<strong>de</strong> ousados eavaleiros<br />
aos califas <strong>de</strong> Córdova (Dozy, Devic, Eguilaz,<br />
M. Lübke, REW, 9615, G. Viana, Ap.<br />
T, 510, A. Coelho, Lokotsch, 2192). O zain<br />
foi mudado excepcionalmente em g como<br />
em girafa. No portugués antiga significou cavalelro,<br />
como ainda hoje em espanhol: "dous<br />
mil e trezentos <strong>de</strong> cávalo, afora os corredores<br />
que agora chamam ginetes" (Duarte Galváo,<br />
Crónica <strong>de</strong> el-rei Dom Afonso Henriq^les, cap.<br />
LII). Passou <strong>de</strong>pois a significar cávalo fino.<br />
Por fundamentos semánticos e históricos M.<br />
Lübke, excluí a etimología <strong>de</strong> Diez (.Dio., 455),<br />
o gr. gymnétes, soldado armado á ligeira.<br />
GIÑGA — Deverbal <strong>de</strong> ginqar (Figueiredo).<br />
GINGAR — M. Lübke, REW, 3759, tira<br />
do ant. alto al. gigen,<br />
'<br />
A. Coelho<br />
<strong>de</strong>riva do esp. jinglar, balancar-se. Ivlacedo<br />
Soares suspeita origem africana.<br />
GINGÍDIO — Do gr. gíggidion, pelo lat.<br />
gingidion, mastx'uco bravo.<br />
GINGIBIRRA " — Do ingl. gingerbeer, cerveja<br />
<strong>de</strong> gengibre. V. Bonnaffé.<br />
GlNGLIMO — Do gr. gigglymos, gonzo,<br />
charneira.<br />
GINJA — M. . REW, 1433, <strong>de</strong>riva<br />
do__lat. byssinos, vermelho, com o fr. ant.<br />
gui-sne, mod. guigne, o it. visciola e o esp.<br />
guinda. Diz que a historia do vocábulo e- das<br />
formas é obscura; o romeno e o furlano se<br />
apegam ao eslavo, o francés antigo ao eslavo<br />
ou ao grego mo<strong>de</strong>rno. "V. Diez, Dic, 343.<br />
Korting ,Lat einisch-Romanisches Worterbuch,<br />
8892, apresenta o ant. alto al. tvlhsela, al. mod.<br />
Weichsel, que nao tem nasal. Outras formas<br />
análogas, com a nasal ou sem ela, existem<br />
disseminadas por quase todas as línguas europeas,<br />
incluindo as eslavonicas, o grego mo<strong>de</strong>nte<br />
em que se maceraran! ginjas (G. Viana,<br />
Apost., I, 511). Figueiredo apresenta um<br />
b. lat. guiña.<br />
GINJINHA — De ginja; é urna aguár<strong>de</strong>nte<br />
em que se maeeraram ginjas (G. "Vaina,<br />
Apost., I, 511).<br />
GINOBASE — Do gr. gyné, mulher, estilete<br />
(elemento feminino), e básis, base.<br />
Ginecofobia.<br />
GINOFOBIA — V.<br />
GINÓFORO — Do gr. gyné, mulher, pistilo<br />
(elemento feminino) e phorós, portador.<br />
GINOPODIO -Do gr. gyné, mulher, ovario<br />
(elemento femino) e poús, podós, pé.<br />
GINOSTÉMIO — Do gr. gyné, mulher, estilete<br />
(elemento feminino) e stéma, estame,<br />
e suf. io; os estames sao soldados ao estilete.<br />
GIO — Silva Bastos tira do it. giogo .<br />
GIOBERTTTA — De Giobert, químico francés,<br />
a quem foi <strong>de</strong>dicada por Beudant (Lapparont),<br />
o suf. Ha.<br />
GIPAETO — Do gr. gypaíetos, abutreáguia.<br />
GIPOGERÁNIDA — Do gr. gyps, abutre,<br />
géranos, grou, e suf. ida.<br />
GÍPSEO — Do lat. gypseu, <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong><br />
gypsus, gesso, <strong>de</strong> origem grega.<br />
GIPStFERO — Do lat. gypsu, gesso, <strong>de</strong><br />
origem grega, e fer, raiz <strong>de</strong> forre, trazer, produzir.<br />
lat. gypsu, gesso, <strong>de</strong> ori-<br />
GIPSITA<br />
—• Do<br />
gem grega, o sui. ita.<br />
GIPSO — Do gr. gypsos, lat. gypsu,<br />
gesso.<br />
GIPSÓMETRO — Do gr. gypsos, gesso,<br />
e metr, raiz <strong>de</strong> mclréo, medir.<br />
GIRAFA — Do ár. zurafa, seguramente;<br />
na opiniao <strong>de</strong> Lokotsch, urna palavra estranha<br />
e originaria da África Central. Stappers<br />
cita o egipcio soraphe, composto <strong>de</strong> duas raizes<br />
que significam rigorosamente pescoco comprido<br />
ou cabera alongada e tal é, com efeito,<br />
o mais notável característico déste animal.<br />
GIRALVA — Do lat. ZiZia alba, lirios<br />
brancos, com <strong>de</strong>slocacáo da palatalizacáo "Ihilalva<br />
(Cornu, Port. Spr., § 112).<br />
GIRÁNDOLA — Do it. girándola (A. Coelho),<br />
arco que gira rápido sobre si mesmo e<br />
faz soltarem-se foguetes.<br />
GIRAR — Do lat.. gyrare, <strong>de</strong>r. do gr.<br />
gyros, t<br />
círculo ; esp. girar, it. girare, ir.<br />
girer<br />
ĠIRASSOL — De girar e sol; a flor se volta<br />
para o sol (Cfr. Heliótropo).<br />
GIRAVOLTA — De girar e voltar. ><br />
GIRENCÉFALO — Do gr. gyros, círculo,<br />
volta, circunvolugáo, e encéfalo.<br />
G1RIA — Para A. Coelho parece ligar-se a<br />
geringonca, q. v¿<br />
GIRIBANDA — Do persa zir-bandy (Figueiredo).<br />
Nao será <strong>de</strong>turpacáo <strong>de</strong> sarabanda?<br />
GIRINO — Do gr. gyrinos, pelo lat. gyrinu<br />
ĠIRO — Do gr. gyros, círculo, pelo lat.<br />
gyru<br />
ĠIROCÁRPEA — Do gr. gyros, círculo,<br />
karpós, fruto, e suf. ea ; as criangas fazem<br />
peteca com o fruto (Larousse).<br />
GIRODACTILIDA — Do gr. gyrós, redondo,<br />
dáktylos, <strong>de</strong>do, e suf. ida.<br />
GIROFLÉ — Do fr. giroflé (Figueiredo,<br />
M. Lübke, REW, 1727). A origem remota é<br />
o sánscrito, através do persa karcinfil e do gr.<br />
karyóphyllon, formado por etimología popular<br />
(Lokotsch, 1085).<br />
GIRÓLITO — Do gr. gyrós, redondo, e<br />
lithos, pedra.<br />
GIROMA — Do gr. gyroma, círculo, bola.<br />
GIROMANCIA — Do gr. gyros, círculo, e<br />
manteia, adivinhagáo. Larousse explica; o processo.<br />
GIRONDINO — Do fr. girondin,, do <strong>de</strong>partamento<br />
da Giron<strong>de</strong>, pelo qual na Revolúcáo<br />
Francesa foram <strong>de</strong>putados os principáis<br />
chefes dste patrido (Stappers).<br />
.<br />
GIROSCOPIO Do gr. gyros, círculo,<br />
skop, raíz <strong>de</strong> slsoijéo, olhar,' e suf. io. Serviu<br />
a Foucault : <strong>de</strong>monstrar o movimento<br />
<strong>de</strong> rotacáo da Terra.<br />
GIROSTEMÓNEA — Do gr. gyrós, arqueado,<br />
stémon, estame, e. suf. ea.<br />
GIRÓVAGO — Do lat. gyru, círculo, <strong>de</strong><br />
origem grega, e vag, raiz <strong>de</strong> vagare, vagar.<br />
Andavam <strong>de</strong> térra em térra, nunca permanecendo<br />
no mesmo sitio, mais <strong>de</strong> tres ou qua-d<br />
tro dias. V. Cortesáo.<br />
GITANO — Do' esp. gitano, forma aferética<br />
<strong>de</strong> egitano, natural do Egitó (A. Coelho,<br />
G. Viana, Apost., II, 508, M. Lübke, REW,<br />
233, Lokotsch, 1222) . Cfr. o ingl. gipsy.<br />
GITO — Do fr. jet, jacto? (Figueiredo).<br />
GIZ — Do ár. jihs, <strong>de</strong>r. do gr. gypsos, i<br />
gesso (Dozy, Nunes, Gram. Hist. Port., 168,<br />
Figueiredo). A. Coelho tirou do lat. gypsu./<br />
(v. Gesso). Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Opúsculos,<br />
I, 334, e Cortesáo reconhe'cem a mediacáo do<br />
esp. gis. Joaquim da Silveira, RL, XXfV, 217,<br />
tirou do a.1'. jege (sic), .<br />
d segundo Lokotschd<br />
é forma que <strong>de</strong> torna viagem veio da Península<br />
Ibérica ao Oriente, pois o ár. jibe <strong>de</strong>u<br />
port. gesso, esp. yeso,, aljez, don<strong>de</strong> o ár. jass,-<br />
vulgar jess. M. Lübke, REW, 3936, aponta o<br />
cat. gis;, regularmente: formado- <strong>de</strong> / gypSUi;.ar<br />
que bem po<strong>de</strong> ser o intermediario , do portí<br />
espi gis.<br />
GLABELA —<br />
' lat. glabella, dim. <strong>de</strong><br />
glabra, sem pelos.<br />
GLABRISMO .— De glabro, pelado, e suf.<br />
ismo<br />
ĠLABRO — Do lat. glabru, pelado.<br />
GLACIAL— Do lat. glaciale, <strong>de</strong> gélo.- v; o<br />
GLACIAR — Adaptagáo do fr. glacier,<br />
geleira.<br />
GLACIARIO — Do lat. glacíe, gélo, e suf.<br />
ario<br />
ĠLÁDIO — Do lat. gladíu, espada fina<br />
e comprida.<br />
,<br />
GLAD1FBRO — Do lat. gladiu, espada, e<br />
:;<br />
fer, raiz <strong>de</strong> ferré, trazer. : ,<br />
GLADIOLO — Do lat. gladiolu, pequeña<br />
espada, espadaña. O nome foi dado por causa<br />
da forma das folhas.<br />
GLAGOL1TICO — De glagol, nome da<br />
quarta letra do alfabeto eslavo e russo, a<br />
qual tem o valor do j duro ou do li francés.<br />
'GLANDE — Do lat. glan<strong>de</strong>, bolota. V.<br />
Landre.<br />
produz<br />
GLAOD1FERO — Do lat. glandiferi, que<br />
bolotas.<br />
GLANDIFORME — Do lat. glan<strong>de</strong>, bolota,<br />
e forma, forma.<br />
GLÁNDULA — Do lat. glándula, pequeña<br />
bolota; nome aplicado por Célsio á amígdala.<br />
:<br />
-;~<br />
dv"