Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

i SALADA
.
SAGUIM
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E'
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Do
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.
'
Saguáo 454 —
Salicícola
ro sagú foi trazido por Marco Polo para Veneza
em 1295.
SAGUÁO — Do ár. satioan, colunas, pórtico,
forma vulgar de ustuwan. do gr. stoá,
segundo uns, ou do persa ustun, segundo Vollers
(Dozy, Eguilaz, Lokotsch)
SAGUi — Batista Caetano, Vocabulario
das palavras gwaranis risadas pelo
,
tradutor da Conquista Espiritual do Pe. A.
Ruis de Montoya, 85, pensa que o étimo é o
guaraní ga-coi, ólho que mexe. vivo, esperto,
atento. Beaurepaire Echan, Dicionário de vocábulos
brasileiros, dando também a forma
saui, considera estes vocábulos de origem tupi.
Teodoro Sampaio, O tupi na geografía nacional,
Rodolfo Garcia, Glossdrio anexo á Histoire de
la Mission des Peres Gapucins en l'Isle de Maragnan,
de Claude d'Abbeviíle-, concordan! com
Batista Caetano. Dalgado duvida de que seja
indiano o vocábulo ; se o é, só pode ligá-lo ao
sánscrito ccakha-mrga, macaco em geral, usado
ñas línguas modernas como termo- erudito.
SAI: — Do ár. sais, moco de cavalariga.
SAIA — Do fr. serie, manto- de fazencla
grosseira (M. Lübke, REW, 7515), de remota
origem gaulesa (Diez, Gram., I, 107, Walcle,
s. v. sagu.ni). Cornu, Port. Spr., § 218, esíranha
o tratamento do g, que M. Lübke, Introdugdo,
n. 27, explica perfeitamente pelo fr. A.
Coelho derivou cío lat. saga. Cortesao citaum
b. lat. sagia em Diplomata, pg, 188.
SAIaO — De saia e suf. do derivou A.
Coelho no Dicionário, nías no S/aplemento repud-iou
éste étimo.
SAIBÓ — M. Lübke, BMW, 7586, Cornu.
Port._ Spr., § 111, nota 5, prendem a iaber, ter
gósto. A. Coelho considera um deverbal de
*saibar e compara com ressaibar. Talvez seja
antigo deverbal de saber, da época em que a
primeira pessoa do singular do presente do- indicativo
ainda fósse "saibó, do lat. sapio . Cf r
Ressaibo
SAIBRO — Do lat. sabulu, areia (A. Coelho,
M. Lübke, REW, 7486) ;
gal. jebra, it.
sabbia, fr. sable. Ant. sabro (Cornu, Port.
Spr., § 137, Cortesao). Quanto ao i, Cortesaoconsidera
um alargamento no a, como na forma
popular aibro por abro. V. Agaimo. M.
Lübke, Gram., II, 494, diz que saibro é forma
notável, que parece previr de sabrio; éste seria
desenvolvimiento de urna forma cujo tratamentonao
foi completamente regular: sabro (sabida)
Nunes, Gram. Hist., 116, deriva de 'sableu por
sabulosu.
SAIMEL ;— Figueiredo compara com enxoAmel.
SAÍNETE — \Dim. do are. saim, ainda
hoje provincialismo minhoto, derivado do lat.
sagina, gordura; gal. saim, fr. ant. .sai». M,
Lübke, REW, 7506, nao dá a forma portuguesa.
A. Coelho deriva do esp. saínete. No sentido
de gósto o vocábulo é bem portugués; no de
pequeña peca teatral engracada, francamente
vem do esp. saínete.
SAIO — Do fr. sais. V. Saia. A. Coelho-,
Nunes, Gram. Hist., 99, tirara díretamsnte do
lat.
sagú.
SAIR — Do lat. salire, saltar; esp. saür,
it. salire (subir), fr. saillir (langar-se)
SAL — Do lat. sale; esp. sal, it. sale, fr.
'
sel.
SALA — Do prov. sala, espago principal
no. burgo, voc. de. origem germánica, ant. alto
al. sal (M. Lübke, REW, 7522), al. mod. Saal.
Éste autor acha obscura a historia do vocábulo.
A Coelho tirou do ant. al. Leite de Vasconcelos,
Opúsmlos, IV, 1116, ere que em sentido
moderno veio direta ou indiretamente do
francés. Brachet cita um texto da Lex Alamannorum,
tít. 5: Si erais, super attqiiem, focum
in ngete níiserit, ut domum ejus incendat
aut salam sitara...
SALA — Do ár. salat, oragáo (Dozy, Eguilaz,
Dalgado, Lokotsch)
SAT.ACTDADE —-Do lat. salacitate.
SALACTOL — De sal, abreviagáo de salicilato
(de sodio) e lact, abreviagáo de lactato
(de sodio), e suf. ol.
-r- Do fr. salade (Pacheco e Lameira,
Gram. Port., 24). A. Coelho tirou de
sal e suf. ada. Figueiredo derivou, com dú-
Vida do esp. ensalada.
SALADINO — De Saladino, nome de um
célebre sultáo do tempo das cruzadas (1137-
93) . Este trituto era pago em Franga e na Inglaterra
pelos que nao queriam tornar parte
nestas _expedicoes ..
SAJ^AMALEQUE — Do ár. as-salam-'alaik,
a paz esteja contigo, fórmula de cumplimentó
usada pelos muculmancs quando se tíiicontivnn
(Dozy, Devic, Eguilaz) .
dá o port. Foi assim que os anjos se duiriram
a Abraáo (Coráo, -cap. XI, v. 72). i)aH;adu,
s. v. sakimo, entende que se use salamaíd/uc
em vez de salamoi, talvez por influencia francesa
ṠALAMANDRA — Do gr. sala ¡ntíadra rolo
lat.
salamandra.
Lokotsch.. 1S03, nao
SALAME — Do it. salame (Kigueiredo),
derivado de sale, sal (Petrocchi) ; ó 'carne pilada,
salgada, e ensacada no intestino grosso
do porco-,
SALANGANA — Do malaio sasang, ninho',
aplicado á andorinha Collocalia. escalenta Gray
(Lokotsch). ou Collocalia nidifera (Dalgado),
que fabrica ninhos que eo-nstituem um dos
mais apreciados pratos da cozinha chines:'.
SALAO — 1 (sala grande): Do fr. salón
(G. Viana, Apost., I, 247), pequeña sala, passando
de diminutivo a aumentativo. A. Coelho
derivou de sala e suf. do. E' sabida a influencia
dos saloes da marquesa de Rumbouillet
e outros ern Franca.
2 ^saibro): Do lat. solum (A. Coelho)
SALARIO — Do lat. salaria, .sóido. Primoiivamente
era a quantidade de sai que se
clava como pagamento; depoís íicou sendo o
sóido dado as tropas para comprar o sal
(Bréal, Pacheco e Lameira, Gram. Port.. 30,
Stappers, Larousse, Moreau), Cfr. Emolumentos.
Hqje é a paga do operario.
SALATINO — Figueiredo entende que us tá.
por sadetino, de Salé, nome próprio
SALAZ — Do lat. salace
SALCHICHA — Forma assimilada de salsicha.
SALDAR — Do lat. solidare (A. Cocino).
O esp. tem saldar, que a Academia Espanhola
derivou de saldo, do it. saldo. O fr. tem
solder, que Larousse derivou do italiano saldare
. possivel que, como outros termos comerciáis,
venha da contabilidade italiana.
SAJ-.DO — A. Coelho derivou de sai/lar,
q. v. A Academia Espanhola derivou o esp.
saldo do it. saldo, de soldó, forma sincopada
de solido (Petrocchi, Diez, Gram., I, 310). E'
possivel que, como tantos outros termos comerciáis,
tenha vinclo da contabilidade italiana,
mas com alteragáo de sentido. No sentido de
mercadería deteriorada e vendida a baixo proco,
querem uns que venha do que acontecen quando
a Sardenha foi conquistada em 238 pelos
romanos. A maior parte da populacáo foi eonduzida
a Roma e vendida como escravo. "Sardos
á venda" ternou-se sinónimo de objeto de
vil prego (Larousse, s. v. Sardaigne)
SALDUNES —
'
lat. soldiirios, voc. do
origem céltica, segundo César, De bello gallico,
III, 22 (Walde).
SALÉ — Do fr. saló, salgado (A. Coelho).
SALEIRA — De sal e suf. cira; ó barca
usada_ no Vcuga para o transporte do sal
SALEMA — (peixe) — Do ár. hallama (Sousa).
A. Coelho .prende com dúvida ao lat.
salpa, étimo apresentado por Cornu, Port. Spr.,
§§ 131 fe 248.
SALEPO — Do ár. salüeb, formado do
Uliusa ath-tha'lab , testículos de raposo, designagáo
dos tubérculos da Orchis másenla
(Dozy, Devic, Eguilaz, Lokotsch)
SALÉSIA — De Sales e suf. ia . A Ordem
de N. S. da Visitagáo foi instituida por Sao
Francisco de Sales.
SALESIANO — De Sales e suf. iano. A
Ordem religiosa fundada por S. Joáo Bosco está
sob a protecáo de S. Francisco de Sales.
SALGALHADA — De "salgalho, de salgar,
e suf. ada (A. Coelho).
SALGAR — Do lat. "salicare ; esp. salgar
(dar sal
ao gado)
SALGUEIRO — Do lat. "salioariu, scilicet
ar6os (A. .Coelho, M. Lübke, REW, 7530, Nunes,
Gram. Hist., 64, 130). O esp. sauce, o it.
salcio se derivam do simples lat. saltee.
SALICÁCEA — Do lat. salice, salgueiro,
e suf.
ucea.
SALICARIO — Do lat. salice, salgueiro,
e suf. ario.
SALICÍCOLA — Do lat. salice, salgueiro,
e col, raiz de colore, habitar.