Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
•<br />
<strong>de</strong><br />
•<br />
suf.<br />
. CÓRICO<br />
.<br />
munida<br />
:<br />
::<br />
da<br />
come,<br />
. CORISCAR<br />
329,<br />
dois<br />
hómaron,<br />
Devic<br />
.<br />
Cordiilieira — 136 — Gorme<br />
CORDILHEIRA — Do esp. cordillera, serio<br />
montanhas enlagadas entre si (Aca<strong>de</strong>mia<br />
"Espanhola, M. Lübke, REW, 1881).<br />
CORDITE — De corda e suf. Me, que se encontra<br />
em dinamite. Comprimida a mistura<br />
mima prensa ,<br />
<strong>de</strong> fieira, o, explosivo se<br />
obtém em forma <strong>de</strong> cordas. V. Bomiaífe.<br />
Há outro vocábulo com a rnesma origem: <strong>de</strong><br />
corda (vocal) e suf. He, próprio <strong>de</strong> molestias inflamatorias.<br />
. , , .1<br />
COR.DO — Derivado regressivo <strong>de</strong> cordato<br />
(M. Lübke, REW, 2228; C. Michaelis <strong>de</strong> Vasconcelos.<br />
G-Tns. do Gane, da Ajvxla) ; esp. cuerdo.<br />
CORDÓMETRO — Do gr. chordé, corda,<br />
e 'metr., raiz <strong>de</strong> metréo, medir.<br />
CORDOVAO — De Córdova, cida<strong>de</strong> espanhola<br />
notável pela preparacáo <strong>de</strong>stas peles.<br />
V Pacheco e Lameira, Gram. Port., 28, G.<br />
•Viana, Apost., II, 281.<br />
Coelho)<br />
CORDOVEIA — De corda e veía (A.<br />
CORDOVIL — De Córdova, cida<strong>de</strong>' espanhola<br />
(Figueiredo) e sug. il.<br />
CORDURA — De cordo e suf. ura.<br />
CORSCLISE — Do gr. hóre, pupila, e kleísis,<br />
'fGclisnncrito.<br />
CORECTASIA — Do gr. hóre, pupila, e coiasia.<br />
.CORECTOMIA — Do gr. hóre, pupila, eh,<br />
fora <strong>de</strong>, tom, raiz alterada <strong>de</strong> témno, cartar, e<br />
-suf. ia. .<br />
CORECTOPIA — Do gr. hóre, pupila, ele,<br />
fora <strong>de</strong>,<br />
top, raiz <strong>de</strong> topos, lugar¡ e suf. íct.<br />
COREDIASTOLE — Do gr. kóre, pupila, e<br />
^ástple.it^/%':<br />
COREFTISIA — Do gr. kóre, pupila, phtlú-<br />
-sis, <strong>de</strong>struigáo, <strong>de</strong>pereeimento, e suf. 'ia.<br />
choregós, dlretor do c6rc.<br />
COREGO — Do gr.<br />
CORÉGRAFO — Do gr. choros, bailado, raiz<br />
<strong>de</strong> grápho, escrever; formacáo bárbara, pos<br />
•<strong>de</strong>via ser corógrafo, que alias se confundiría<br />
com o <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> chora, país. "V. Coreógrafo.<br />
CORÉIA — Do gr. choreta, dansa em conjunto,<br />
bailado, pelo lat.. chorea. Tem .também<br />
éste nome urna molestia, chamada danga <strong>de</strong> S.<br />
Guido, caracterizada por movimenf.os irregulares<br />
e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da vonta<strong>de</strong>.<br />
CORÉIDA — Do gr. fcdris/ percevejo, e suf.<br />
ida.<br />
CORELISE — Do gr. hóre, pupila, e lysis,<br />
<strong>de</strong>sligamento, <strong>de</strong>scolamento.<br />
COREMEGINA — Do gr. 7cdre, pupila, meg,<br />
raiz <strong>de</strong> -¡riegas, gran<strong>de</strong>, e suf. ina,<br />
COREMORFOSE — Do gr. hóre, pupila, e<br />
--mórp/iosis;- formacáo^<br />
COREÓGRAFO — Do.gr. choréia, danga, e<br />
graph, raiz <strong>de</strong> grópho, escrever.<br />
COREÓMETRO — Do gr. hóre, pui.ila; e<br />
,<br />
.'metr, raiz <strong>de</strong> metréo, medir.<br />
COREPARBLCISE — Do gr. hóre, pupila,<br />
-a parélhysis],' prolongamiento, puxáo.<br />
eío.<br />
CORETO De coro e su.<br />
':.. COREU. — Do gr. chórelos, próprio para a<br />
danga, pelo lat. choren; presta-se naturalmente<br />
paz-a a danga por ter um pe longo e outro<br />
breve, o que é o ritmo fundamental '<br />
danga.<br />
CORGO .— V. Córrego. .,<br />
CORIÁCEO Do lat. coriaceu.<br />
CORIAMBO — Do gr. choriámbos, coreu e<br />
jámbico a um tempe, pelo lat. choríambu.<br />
V C0RIANDRÓ— Do gr. horíandroiv pelo lat.<br />
-coriañdru.<br />
:<br />
'<br />
/CÓRIBANTE — Do gr. horybas, pelo lat.<br />
— Do gr. hóryhos, especie <strong>de</strong><br />
:js¿ory^añ^es«i&' y ff:^<br />
.;. *r GORICEIDA<br />
:<br />
''ffi'éoñ*cna»"''^Ss®<br />
raiz<br />
CORICIDA '— Do lat. corva, couro, e cid,<br />
alterada <strong>de</strong> cae<strong>de</strong>re, matar.<br />
— Do gr. hóryhos, baláo <strong>de</strong> couro<br />
..-com.. que os atletas se exercitavam, pelo lat.<br />
• y ' : corypu::«j:/;K<br />
:<br />
fl? y<br />
COBICOBOLIA — Do gr.<br />
CORICOMAQUIA — Do gr.<br />
horyhobolía.<br />
hóryhos, baláo,<br />
CORÍDALO — Do gr. horydalos pelo lat.<br />
y: :- córydahíX&^":<br />
:x¡"-<br />
CÓRIFEA — Do gr. horyphé, e<br />
.<br />
ea.. :<br />
'<br />
,<br />
;<br />
,-... .<br />
,,<br />
CORIFETJ — Do gr. koryphaios, que está,<br />
no cúme, pelo lat. coryphafiu,<br />
.COR1DEA — Do gr. kórylos, lat. corylus<br />
'(Saráiva), aveleira, e suf. ea.<br />
_ _<br />
'..<br />
CORIMBACTERIA — De eonmbo\ e bacteria.<br />
CORIMB1FERO — ,Do lat. corymbu, <strong>de</strong><br />
origem grega, corimbo', e fer, raiz <strong>de</strong> forre,<br />
trazar'.'<br />
CORIMBIFORME — Do lat. corymbu, <strong>de</strong><br />
origem grega, corimbo, e forma, forma.<br />
CORIMBO — Do gr. hórymbos, tope, ponta,<br />
cacho <strong>de</strong> flores, pelo lat. corymbu.<br />
CORINITA — Do gr. horyne, maga, clava,<br />
e suf. ita.<br />
CORINDÓN — Do s'anscr. liuruvinda, rubi<br />
(Lokotsch, 1263) . Lapparent, Stappers, i-jarousse<br />
i'econhecem a origem índica.. Roquete Pinto,<br />
Mineralogía, 110, <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> corind, que na língua<br />
<strong>de</strong> Golconda quer dizer esmeril.<br />
CORINTO — De Corinto, nome <strong>de</strong> urna cida<strong>de</strong><br />
grega, don<strong>de</strong> talvez provenha esta uva.<br />
CÓRIÓIDE, — V.<br />
Corói<strong>de</strong>.<br />
CÓRION — Do gr. chórion, secundinas,<br />
membrana.<br />
CORIÓPLACE — Do gr. chórion, membrana,<br />
e pláx, pla-hós, placa, crosta.<br />
— Do lat. coriscar por enrusrare,<br />
relampejar (M. Llibke, REW, 2267, Diez,<br />
Dic, 442, Korting, Lat.-rom.-Wort., 2514) . Cornu,<br />
Port. Spr., § 32, ve urna troca <strong>de</strong> sufixo e<br />
cita coruscus non scoriscus, Appendix Probi,<br />
161 e urna indicagáo <strong>de</strong> Heraeus. G. Viana,<br />
Ápos., I, 324, II, . ve no i urna dissimilacáo<br />
do v, átono. Leite <strong>de</strong> Vasconcelos, Opúsculos, I,<br />
419, diz que já num códice, provavelmenté do<br />
século VI, <strong>de</strong> Cambridge, numa tradugao do<br />
Evangelho <strong>de</strong> S. Mateus, XXIV, 27, se le sccriscatio<br />
(em vez <strong>de</strong> coruscatio, fulgur) ; v. Ronsch,<br />
in Jahrbuch für román, und engl. Literatur,<br />
XIV, 177. O friburguense tem hursi.<br />
^3fi"RTSE — Do gr. chórisis, separacáo.<br />
CORISTOSPOREA — Do gr. chorlitos, separado,<br />
esporo, e suf. ea.<br />
CORIZA — Do gr. hóryza, pelo lat. coryza.<br />
CORIZONTES — Do gr. chorizontes, separatistas.<br />
CORJA — Do malaiala hórchchu, enfiada,<br />
ramal (<strong>Da</strong>lg'ado) . O significado primitivo é xSntena<br />
<strong>de</strong> objetos d'a mesma natureza; atualmente,<br />
é multidáo <strong>de</strong> gente <strong>de</strong>sprezível. "Quanto<br />
a origem do vocábulo, diz <strong>Da</strong>lgado, há divergencia<br />
entre os etimologistas .<br />
sugere<br />
como* étimo provável o ár. hiiórdj, talvez<br />
baseado na errada <strong>de</strong>finigáo <strong>de</strong> íaittré: Paquet<br />
<strong>de</strong> toile <strong>de</strong> cotón <strong>de</strong>s In<strong>de</strong>s" ! Mas hhordj .<br />
significa "sela, saco, mala", e nao «vinte", que<br />
é o sentido em que sempre foi o termo empregadóíno*<br />
Oriente pelos mercadoresví:H.; tí:i<br />
Wilson aponía -o telúgu hhorjam por étimo, o<br />
qual Yule & Burnell presumem ser corrupeáo<br />
do vocábulo comercial. E <strong>de</strong> fato, Filipé Brown,<br />
no seu dicionário <strong>de</strong> telúgu mixto, nota que<br />
horja ou lihorja é termo dos negociantes. Também<br />
o concani tem horj (ao lado <strong>de</strong> hód), o<br />
túlu horji, o m'alaiala horja, que evi<strong>de</strong>ntemente,<br />
provém da forma portuguesa. Os idiomas<br />
neo-áricos tém um vocábulo, admitido também<br />
em tamul, para <strong>de</strong>signar o número vinte, o<br />
qual é hodi, extensamente usado pelo povo, que<br />
; cpiitáípor: "hocUs: ou ^intenas. :Mas a dificuidadé ;<br />
está em indicar o processo da evolugáo foné-<br />
^ticíá^<strong>de</strong>: Jcodi ou' hori, erri corjet, visto que ásua.<br />
répreséntagáo riornial -ern portugués <strong>de</strong>via ser<br />
cori ou core como areca é <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ca. Os autores^<br />
táSGÍossário Angío-lvMa/no julgam que a forma*'<br />
empregada por Barthema ou Varthema (1510)<br />
explica a ' transigáo : "Se sao estofos, ven<strong>de</strong>m<br />
;<br />
:.-í^óíf''íwrto'i-/'á'<br />
;d6'íiiies'rno;'inoáo- se sao; gemas.; por<br />
curia se enten<strong>de</strong> vinte". Mas nao vejo comoé<br />
que a citagáo mos'trá a palavra em urna forma<br />
íntimamente conexa com esta (hori) e explica<br />
a transigáo"." "Admitindo que o italiano curia<br />
'<br />
nao estejá por curja, o que é contestáyel, náq<br />
se explica, á mudanga do o em u nem o acrescentamento"'<br />
do a. A palavra curia ou corja <strong>de</strong>via<br />
entáo vogar na costa oci<strong>de</strong>ntal, entre os<br />
portugueses, para <strong>de</strong>signar particularmente o<br />
conjunto <strong>de</strong> vinte gemas ou vinte pegas <strong>de</strong> tecidos,<br />
como <strong>de</strong>clarara os., nossos indianistas, sendo='<br />
tambérn: nestes: sentidos- a -V voz (hodi<br />
:<br />
empregada em tamul . Ora, o malaiala, que nao<br />
;<br />
cqnhece hodi, ipossui hórcliclik, ¿que; quereK di-.<br />
zeri«enfiádaí ramal'" <strong>de</strong>rivado : do; verbo : horhlc,<br />
pelo lat. co-<br />
CORME — Do gr. .<br />
maru(M. Lübke, REW, 2072).