Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

, tar,
1
:
PINHO
.
Pro
.
'
Do
.
.
Pingo 399 — Piperhia
PINGO — De pingar (Cortesáo) .
A. Coelho
deriva do lat. pingue. Cornu, Port. Spr.,
§ 115, considera forma alotrópica de pingue.
PING-PONG — V. Pim-pom.
PINGUE — Do lat. pingue.
PINGUÉCULA — Do lat. pingue, gordo
(Figueiredo) e o suf. dim. cula.
PINGÚELA — C. Michaelis, RL, III, 180,
prende a um lat. "pedióla, de pede, pé, que
daria o esp. pihuela-, com urna variante pigüela,
em Trás-os-Montes pingoela, armadilha,
lago para caga miúda. M. Lübke, REW, 6355,
acéitou a derivagáo do esp.
PINGÜIM — Do fr. pingouin (Figueiredo).
G. Viana consigna as formas pengiiim e pingiiini.
A primeira Figueiredo dá com o significado
de ave ; a segunda, com o de planta
bromeliácea do Brasil. i
pinea.
PINHA — Do lat.
PINHEIRO — De pinho e suf. eiro (A.
Coelho) . ipsa villa alia vAlla %n pinarw
que iacet... (Diplomata, pg. 353-A. 1080). Cortesáo
deriva do b. lat. piniariu. A derivagáo
se deu depois que pinho passou a significar
madeíra de pinheiro.
fr.
— Do -lat. pinu; esp., it. pino,
pin.'
Pinífero — Do lat. pinifem.
PINIGERO — Do lat. pinigeru.
PINIPICRINA — Do lat. pinu, pmheiro,
e picrina, q. v. ; esta substancia foi achada nos
pinheiros da Escocia (Figueiredo).
-FINITA — Do Pini, nome próprio, e suf. da
(Figueiredo)
PINO — A. Coelho derivou do ingl. pin,
alfinete, cavilha, seguindo a Diez, Gram., I,
91. Cortesáo tirou do. esp. 2ii)io. M. Lübke,
REW, 6509, aceitou, na significagáo de prego
de sapateiro, o étimo de Diez, loo. cit. e Bic.
477, rejeitando a derivagáo céltica de Thurñeysen,'
Keltoromanisches, 87. No sentido de
ponto mais alto liga a empinar, q. v., onde
senté origem espanhola (esp. pino, pinheiro).
PINOTE
—- De pino (A. Coelho).
FINQUE — Do hol. pirik (M. Lübke, REW,
6513a)
PINTA — 1 (mancha): De pintar. A. Coelho
tirou do lat. pictaj Cortesáo, do lat. vulgar
pincta. — 2 (franga) : V. Pinío. — 3 (medida):
Do ingl. pint. M. Lübke, REW, 6512,
tirou do prov. pinta. A Academia Espanhola
aceita o étimo inglés para o esp. pinta. Petrocehi
tira o it. do b. lat. pinta, de pingere,
pintar. Brachet, Chevallet e Laruussc ngam o
fr. pinte ao -germánico (anglo-saxáo pynt, al.
Pinte, hol. pint, ingl. pint).
PINTADA — E' o part. pass. fem. de pin-
substantivado. O nome provém das pintas
de cor variegada da plumagem da ave (Dalgado).
PINTALEGRETE — De pintar e alégrete
(Figueiredo).
PINTALGAR — De pintar (A. Coelho).
PINTA-MONOS — De pintar e monos, naturalmente
porque um mau pintor representará
mal o rosto das pessoas, tondo mais je*to para
pintar macacos.
PINTAR — Do lat. *pinctare, resultante
do cruzamento de pictarc com pingere (M. Lübke,
REW, 6481, Cornu, Port. Spr-, § 232, Cor-
tesáo, RL, II, 272, Nunes, Gram. Hist-, 134);
esp. pintar. O it. pingere e o fr. peindre nao
buscaram o frcqüentativo. A. Coelho derivou
;de pinta o port.
PINTARROXO — Afirma A. Coelho que
se tem visto no elemento pinta o lat. pictus,
port. pinto, e também o lat. pecius, peito. Ribeiro
de Vasconcelos, Gram. Hist-, 86, diz
que se chamou assim a esta ave, tomando
para determinante a cor da mancha ou pinta
que tem no peito. G. Viana, que julga raelhor
a forma pintorroixo, da ilha da Madeíra,
deriva do adjetivo participial pinto (.pictum,
por analogía com tinctum) e do adjetivo r -xo
(russum), com valor de adverbio, como quem
dissesse' pinta-do a roixo (Apost-, II, 274). Per-
;!deu-se a npcao do valor do primeiro elemento,
-i dando a forma l'cmininia o tipo.
PINTASSILGO — A. Coelho cita Diez, que
dá pictus passerculus, Eaist: 2)icí«s (?) syricus,
C. Michaelis: pectus syricus. G. Viana, Apost-,
II, 274, acha que o primeiro elemento é pinto
(lat. pictu), cuja nogáo do valor se perdeu,
dando a forma femininia o tipo, como em pintarroxo.
Figueiredo compara com pintassirgo,
que deriva de pintar e sirgo. O esp. tem pintacilgo,
que a. Academia Espanhola tira do lat.
pintus, por pictus, pintado, e sericus, de seda
V. M. Lübke, REW, 6512.
PINTO — Do lat. *pinctu por pictu, pintado,
sob. a influencia de pingere (Coruu, Port.
Spr., § 232, Leite de Vasconcelos, RE, II, 272,
Cortesáo, A. Coelho, Nunes, Gram. H.-r !}.
Leite de Vasconcelos senté influencia de Une tu
por semelhanga de idéías.
PINTOR — Do lat. "ptinctore por piclore,
como "pinctu por pictu. A. Coelho tirou do
pictore. V. Brachet, s. v., peinlre.
"pinciura por pictura;
PINTURA — Do lat.
esp. pintura, it. pittura, fr. peinture. V. Pintar.
I/I. Lübke, REW, 6482, nao dá a forma
portuguesa. A. Coelho tirou de pictura.
PÍNULA — Do lat. pínnula, pequeña asa.
PIÓ -T- 1 (devoto): Do lat. piu; esp., it.
pió, fr. ant. pieu, pie, mod. pieux. O i breve
em hiato se alongou (Seelmann, Aussprache
des Latein, 93, Corpus In'scriptionum Lo.linarum,
VI, 1058, V, 4609, Bourciez, Ling. Rom.,
§ 52, Cornu, Port. Spr., § 15). — 2 (embriagado):
De origem cigana (A. Coelho). — 3
(pia grande): De pia. — 4 (grito): De piar.
—•
PIÓ lat. pedióla, de pede, pé (C.
Michaelis, RL, III, 180, G. Viana, Apost., II,
276, M. Lübke, REW, 6355); esp. pihuela, que
a Academia ^Espanhola deriva do lat. pedulia
Are. peyoo: Et meliores peyóos de azor sin
sirico ualeant tres denarios (Leges, pg. 195-A.
1253). V. RL, I, 304, n., Nunes, Gram. Hist-,
77, nota 1. A. Coelho derivou de peia.
PIOCIANINA — Do gr. pyon, pus, e cia-..
nina, q. v.
'PIÓCITO — Do gr. pyon, pus, e kytos,
célula.
PIOCOLPO — Do gr. pyon, pus, e Jcólpos,
vagina.
PIODERMIA — Do
pele, e suf. ia.
pyon, pus, dérma,
PIOEMIA — Do gr. pyon, pus, haíma, sangue,
e suf. ia.
PIOGSNESE — Do gr. pyon, pus, c géncsis,
geracáo.
PIOGENIA — Do gr. pyon, pus, gen, raíz
de gígnomai, gerar, e suf. ia.
PIÓIDE — Do gr. pyoeidés, purulento.
PIOLHO — Do lat. peduculu por pedieulu
(Diez, Gram. I, 18, M. Lübke, REW, 6361,
Cortesáo, Nunes, Gram. Hist., 98,(115); esp.
piojo, it. pidocchio. fr. péouil, pouil, peo:' ;>ou
(Brachet). Houve troca de sufixo (M. Lübke,
Introducüo, n. 169).
PIOMETROSE — Do gr. pyon, pus, metra,
útero ,e suf. ose.
PIONEFROSE — Do gr. pyon, pus, nephrós,
rim, e suf. ose.
PIO-NONO — De Pió IX, nome de um papa
(1792-1878)
PIOPNEUMOTORAX — Do gr. pyon, pus,
e pneumotórax, q. v.
PIORNO — Do esp. piorno (Cortesáo).
PIORRA — Cortesáo tirou de um latim
*pe(.don)orra, de pedane (RL, IV, 70). Figueiredo
derivou de pedo.
PIORRÉIA — Do gr. pyorrhoia, supuracáo.
Especializou o sentido e designa a supuíagáo
nos alvéolos dentarios.
PÍOS — V. Pió. .
PIOSSALPINGITE — Do gr. pyon, pus, e
salpingite, q. v.
PIOTÓRAX — Do gr. pyon, pus, e tórax,
q. v
ṖIOXANTINA — Do gr. pyon, pus, e xantina,
q. v.
PIPA — A. Coelho, citando o fr. pipe e
o it. pipa, deriva do lat. pipare, por causa
do ruido que faz o líquido saindo da pipa.
Cortesáo cita o esp. pipa, a que atribuí origem
gaélica. Cornu, Port. Spr., § 180, liga a pipare
mas estranha a conservagáo do p intervocálico.
As formas románticas citadas significam cachimbo:
Talvez se tivesse comparado a pipa a um
grande cachimbo.
.
PIPAROTE — Do esp. pamrole (Cortesáo).
Sá de Miranda escreveu paparote (Moráis).
PIPERACEA — Do gr. piperi, de origem
oriental (Boisacq), pelo lat. pipar, pimenta, o
— ídem.
,
suf. ácea.
,
_
PIPERAZIDINA — Do lat. piper, pimenta.
PIPERAZINA
PIPERIDINA — ídem. '
.
PIPERINA — Do lat. piper, pimenta, e
suf. ina.
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