Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

. CIMA
;
suf
:
—
Do
'
de
kyllós,
broto
cima,
'
•
¡
.
maraes
'
do;;
W-~:^\>'¿
Cigarra 118 Cinematógrafo
usem já, substituindo-o por cincallés G. Viana,
Apost. I, 308). O vo£ábulo ja aparece ñas
'
Ordenagoes. Filipinas (L. V, tit. LXIX) e
"
em Gil Vicente.
- CIGARKA — A. Coelho e M. Lübke,
REW, 1897, dao o étimo,' lat. cicada, com difícil
justificagáo fonética. Cornu, Port. Spr.,
§ 202, acha a mudanga do d em rr impossível;
lembra a imitagáo do , fretenir e alude a cegarrega.
José Oiticica, Manual de Análise 125,
da urna forma cigadarra. Esp. cigarra, it. cicala,
prov. cigala, ir. cígale. Diez, Gram. II,
341, senté influencia ibérica no final arra.
Pacheco e Lameira,' Gram. Port., 97, tiram
de urna forma intermediaria cicala. Brachet
acha que o prov., donde se deriva o fr., vem
de um diminutivo cicádida.
CIGARRO — Do quiche cig, tabaco, e por
extensáo charuto, e as vezes cachimbo, através
do esp. cigarro, charuto (Padre Brasseiir de
Bourbourg, Popol Vuh, 48, G. Viana, Apost.
II, 451). A Academia Espanhola deriva o esp.
de cigarra, por comparacáo com o corpo do
animal. De fato, na cor, na forma, no tamanho,
existe certa semelhanga, mas nao parece
ser éste o étimo. M. Lübke, REW, 1897,
e G. Viana nao o julgam fundado na realidades
das- coisas.
CILA — Do gr. sMlla pelo lat. scílla.
CILADA — Do lat. celata, ocultada; esp.
celada. O e trans£ormou-se por influencia do c
(Cornu, Port. Spr., § 96).
CILHA — Do lat. cingula, cinta; esp. cincha,
it. cinghia, fr. sángle. -Deü-se na. forma
-arcaica cinlha a absorgáo da ressonancia nasal
pelo fonema palatal (Nünés, Gram. Hist. Port-,
115): Et scinlia de asino (Leges, p. 195 — A.
1253). Estranhando a evolugáo do grupo ngl
(cfr.
úngula — unha, singulos — senhos), Leite
de Vasconcelos, Opúsculos, I, 511, propóe como
étimo urna forma * cigula que desse regularmente
cilha, .como tegula e regula deram telha
e relha. Tal forma se explicaría por analogía
com outras como jugulu de jungere, flgulu de
fingere. M. Lübke, REW, 1926, julga desnecessaria'
esta forma hipotética.
CILICIO — Do gr. Icilíkion, da Cilícia, pelo
lat. cilicm; era urna fazenda grosseira de pele
de cabra, a qual se fabricava naquela regiáo.
De fazenda passou a significar um vestuario
de penitencia e depois um. largo cinturáo*
CILIDA ,— , Do gr. skylion, cao marinho,
i e'-;' sufrida ;''^í;ff-ví;':^s:^
CILÍFERO — Do lat. ciliu, cilio, e fer, raíz
r -&e'ferr&^
:ítTazeT,'- :^$m'^
:
::'/: y:^/- y^--:
CIL1GERO — Do la.t. :
ciliu, cilio, e ger,
raíz de> tereré;' trazerv-í;
CILINDRO — Do gr.. kylindros, rolo,, pelo
lat . cylindru .
CILINDROIDE — Do gr, kylwdroeidés,
/-5"^
CILINDROMA De cilindro e suf. orna.
CILINDRURIA — De cilindro, gr. oúron,
/'dé.-"fónhSte£ilíñ3ricá:v
:
urina, e suf. ia.
"
. , , .
CILIO — Do lat. ciliu, pestaña.
CILOPODIA — Do gr. recurvado,
.
^pótís^íp6^ó"Sy'ípé;;?'é!ísü^i5';^
CILOSE — Do gr. kylTósis, agáo de tornar
i disfÓÉméV'KftoSS"^
CILOSOMO —
. gr. kyllós, disforme,
estropiado, e soma, corpo.
— Do gr. kyma, novo, é daS
:
por extensáo o que está em pelo lat.
:
cima, fr. cime. Cima est enim sximmitas arborum
(Isidoro, apüd Brachet). No lat. medieval:
a pele jusquéad cimam (Ribeiro de Vascelos,
Gram. Hist. Port/, 113) . Larea que iacet
ín cima de ipso viniale'(Diplomata, p. 4-A- 870?).
CIMALHÁ — Do gr. kymátion, pequeña
onda, linha sinuosa, com substituigáo de suíixo-
cimáculd^ (Leite "de Vasconcelos, íiftSffóes-v
de Filología, 471). A. Coelho tirou de cima e
' . aVid:'í]
:
CÍMATóLITO : Do gr. kyma, kymatos, .
::dnda,Wé^Zít7ios;iípedra; :l*^
CÍMBALO — Do gr. kymbalpn pelo lat.
"
:
':Cymbalu.i^^i~:":JZ
:
:^
CIMBOCÉFALO — Do gr. kymbe, vaso,
:Ccewidá.dicaJoeQ^
CIMBRE — Alteragao
: simples. . . bém
se pudera comparar a composig&o daqüeles
simples & fábrica do m
Herculano, A abobada) . O c em vez de s se
explica por confusáo milito vulgar nestes sons.
A apócope do s final é muito comum em formas
populares (pire, ourive, etc .
) . Simples tem
urna forma arcaica simprez. A troca das labias
p e b nao é fenómeno de difícil explicagáo,
V. Manuel Murias, AliP, VII 209 A
d ° es F- °i
mbra 1 ue M '- Lübke',
S i09 r ,° U ,
REW, 1922, deriva do lat. cmctura, como o it
centina eo fr. cintre. M. Lübke senté no
esp. influencia de cimbrar, arquear (de cima
+ vimbre, alias mimbre).
CIMBÜLIDA — Do gr. kymbe, barquinho,
pelo lat. cymbula, e suf. ida.
CIMEIRA — De cima e suf. eirá.
CIMELIARCA — Do gr. keimeliárches, guarda
de objetos preciosos.
CIMSLIO — Do gr. keimélion, objeto raro
e precioso, jóia; neol. do baráo de Ramiz
CIMENTO — Do lat. caementu, pedra' de
alvenana; esp. cimiento, it. cemento, fr ciment.
Ja aparece na Vulgata com o sentido
de argamassa. A alteragao do e átono explica-se
por dissimilaeao (Nunes, Gram Hxst
f S L? U P°r afluencia do c (Cornu, Port. Spr.'
Lll" A Co
i,- /A 1 í° s nte uma
a? Possível
com confusa^
um hipotético "sementare, de "sedimentare
CIMITARRA — Do persa shimsir, espada
V el°í*- enterre, segundo Dalgado. '
CIMO —
. De cima.
r-.w 01^ ^^10 - ^ Sr - *ya > Wda, phan,
raíz de phamo, mostrar, e suf. io: tem có¿
esverdeada como as ondas do mar
CIMÓGRAFO — Do gr. kyma\ onda, e
grapn, raíz de grdpho, inscrever. Oliveira Guiadota
a forma quimógrafo
CIMóLIA — Do gr. kimolía pelo lat. ciroo!
!?í,mTT
C£
creta, -greda da.ilha de Címoli.
CIMOLITCi— De Címoli, nome de uma
ilha do mar Egeu, e suf. ito
CIMOTÓIDA — De Cimótoe, ñome 'de urna
nereida, e suf. ida.
CIÑA -—^Do lat. cyna, algodoeiro.
CINABRIO — Do gr. kinnábari, minio,
aplicado depois ao sulfeto de mercurio, voc
de ongem persa; pelo lat. cinnabari, no lat
científico cmnabriu. O gr. é de origem oriental
imprecisa (Boisacq).
CINACANTA — Do gr. Icynákantha, foseira
de cachorro,, roseira brava, pelo lat. cyna^
cantha.
: -': :r: -
C1NAMO — Do gr. Mnnamon, caneleira,
i
Isa., cinnamu. :::: , ~: \Q-