Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

; ; alto
o
RL,
.
.
.
.
.;
.
. moulkeo,
'
REBELAR
ligar
.
o
.
Kaso
Rebocar
raspar. A forma resqar é popular no sul ele
Portugal (G. Viana, loe. cit., Leite de Vasconcelos,
Esquisse, 210). O e deu a por influencia
do r (Cornu, Pidal, Gram. Hist. Esp., ¡¡ 18,
Nunes, Gram. Hist., 57, Sousa da Silveira, Ligóos
de portugués, 71). O abrandamento do o
foi anterior á síncope do i (Pidal, op. cit., § 54)
V. RL, II, 23, VII, 144.
RASO — Do lat. rasu, raspado; esp., it.
raso, fr. ras.
RASPANCO — De ras-pangar, forma popular
de raspar (Figueiredo)
RASPAR — Do germ. raspón (A. Coelho)
M. Lübke, REW, 7077, nao da o port. Coríesáo
tirou do lat. pop. ruspare. _,,.•„•
RASQUETA — De rascar (A. Coelho) V.
Lokotch, 1683.
RASTÁO — De rusto (A. Coelho, M. Lübke,
REW, 7079) ; é a parte da videira que se estende
pelo chao.
RASTBLO — Do lat. rastellu.
RASTO — Do lat. rastru, ancinho .instrumento
que raspa {radere) a térra, arrastando-se;
esp. , it. rastro. Houve dissimilagáo
(Cortesáo, Nunes, Gram. Hist., 149).
RASTOLHO — G. Viana, Apost., II, 344,
dlante da forma esp. rastrojo, considera rastolho
forma primitiva de restolho, q. v., e
prende ao lat. rastru, ancinho, o que
Lübke, REW, 7079, para o espanhol.
faz M.
rasura,.
RASURA — Do lat.
RATAFIA — Do fr. ratafia (A. Coelho),
que Stappers considera formado de rach (raca)
e tafia, aguárdente fabricada com escurrías e
xarope de cana-de-acúcar, palavra crioula, segundo
Clédat. Etimologistas jocosos disseram
que era um copo de licor que.se bebía quando
se ratificava um contrato e que a palavra vinha
da fórmula latina: rata fíat conventio ! Leibniz
via corruptela de rectifié, para significar álcool
retificado.
RATAPLA — Onomatopéia do toque do
tambor (A.
Coelho).
RATEAR — Do lat. ratu, proporcionado,
dividido pro rata, e suf. ear.
RATEIO De ratear.
RATEL — De rato (Figueiredo).
RATIFICAR .— Do lat. ratu, conformado,
fie, raíz alterada de faceré, fazer, e desinencia
ar.-
raime (Figueiredo)
RATINA — Do fr.
RATINHAR — De ratinlio (C. Michaelis,
RL, XI, 27, A. Coelho). Carlos Góis tirou de
rato, :pouco.
RATINHO — De rato e suf. inho (A. Coe-
.
lho) ; tipo da antiga comedia portuguesa. V. C.
Michaelis, : XI, 27, M. Lübke, REW, 70S4.
RAT1VORO — De rato e vor, raiz do lat.
vorare, devorar.
RATO — A. Coelho -derivou do ant. alto al.
rato, palavra que parece ser de origem uraloaltáica.
M. Lübke, REW, 7054, deriva do lat.
rapidu, rápido; de fato, o rato é animal que
corre rnuito. A Academia Espanhola tira o
esp. rato do ant. al. ratta. Fetrocchi 'dá-para
i o it.; rattq ó latim rapta, de rapere, roubar;
-dfi: fato, í rato é 7 urna animal ladráo. Clédat
considera o ' fr.?-at forma popular de rapide
ít'álvez; «Stappers, Brachet, Larousse dáo o ant.
í'alK rato, al. mpd. Ratté, gaélicó radan,
O caso nao é líquido. No sentido de momento,
esp. rato, vem do lat. -raptu, arrebatamento
(Diez, Dio., 481, M. Lübke, REW, 7063)
RATONEIRO -De rat&o e suf. eiro. A.
Coelho derivou de rato. O rato' é animal ladráo.
Cfr. o esp. ratero que a Academia Espanhola
prende a um lat. raptariu, de rapere,
roubar, o que M. Lübke, REW, 7054, rejeita.
RAUC1SSONO — Do lat. raucisonu, que
tem som rouco.
RAVENALA — Do malgaxe (Larousse)
RAVENSARA — Do malgaxe (Larousse)
RAVIÓIS — Do it. raviolí, plural de ras>iggiolo;
RAZAO — Do lat. ratíone; esp. razón, it.
ragione, fr. raison. Forma dissimilada do are.
rezao (Nunes, Gram. Hist., 58) :
Seendolhe por
muytas razodes {Leal Conselheiro, pg. 85).
E' forma anterior a racáo (Nunes, op. cit., 137).
Ratio significa acáo de pensar; a idéia de pensar
conduz a de comparar, procurar relagoes,
déscobrir causas (Carré).
ES — 1 (acusada): Do lat. rea; esp. rea.
2 (popa): Do lat. retro, segundo A. Coelho.
3 (nota de música) : Primeira sílaba do
se-urdo verso do hiño de S. Joáo {Resonare
fibris). A. Coelho tirou do it. re. E' verdade
que a denominacao vem de Guido d'Arezzo (Lavignac.
I,a musique, pg. 456).
REAL — 1 (de rei) : Do lat. regale; esp.
real it reale, fr. royal. Are. reial (Nunes,
Gram. Hist., 77, 09L Como substantivo era
moeda cunhada pelo rei.
2 (que tem existencia verdaaeira) : Do
lat. reale, de res, coisa; esp. real, it. reale,
fr. réel.
REALEJO — Do esp. realejo (A. Coelho),
dim. de real. Na Espanha atualmente éste
instrumento se chama organillo, mas é natural,
como pensa G. Viana, Apost., II, 347, que r>
nome viesse para Portugal no tempo em que
lá aínda se chamava realejo, nome cuia origem
parece ter sido o peditório que o tocador fazia
ao terminar cada pega: Un realejo ! "um x-ealzinho
!".
REALENGO De real 1 é suf. ehgo
REBANHO — 1 (armento) : Do
lat. herbaneu,
scilicet pecus, que teria dado urna forma
"arebanho (Cornu, Port. Spr,, § 247), Romanía,
XII, 32, n.). O esp. tem rebaño, que a
Academia Espanhola deriva quicá de rabadán,
do ár: rabedán, senhor dos carneiros, e que
tem forma etimológica rábano (Pidal, Gram.
Hist. Esp., § 17). G. Viana, Apost. ,11, 348,
entende que a aeeitacáo do étimo de Cornu
leva a rejeitar o dado em düvida por Cuervo,
o ár. rubbanum, multicláo {Apuntaciones criticas
sobre el lenguaje bogotano). Cortesáo
tirou do esp., que derivou do b. lat. revenea,
rédito, ganancia,' proveito.
REBARBA — De re e barba.
REBARBATIVO — No sentido
de irritante,
desagradável, talvez seja adaptacao do fr. rebarbatif.
O fr. ant. tinha se rebarber, opór
barba a barba, virar-se contra alguém, fazer
face ao inimigo (Carré, Larousse)
REBATE — Cortesáo distingue dois vocábulos:
um, que q'uer dizer combate (esp. rebate),
de rebater; outro, ato de chamar, convocar,
alarmar (esp. rebato), do ár. rebat,
guerra fronteirica. A. Coelho dá só o pi-imeiro.
REBATINHÁ — Cortesáo deriva do esp.
rebatiña, que a Academia Espanhola prende
ao ant. rebatar, hoie arrebatar.
Do lat. rebellare.
REBELDE — Do esp . rebelde (Leite de
Vasconcelos, Revue Hispanique, V, 430. Cortesáo,
G. Viana, Apost., II, 367). Seria um
deverbal de rebeldar, do lat. "rebellitare .
Rebelde
é o que renova a guerra. M. Lübke,
REW, 7014, acKi impossivel e desnecessário
*rebellitare . García de Diego, Gontr., n. 492,
explica o d pelo antónimo humilde.. Cfr. Revel.
'
REBELIAO — Do lat.
rebellione.
REBEM — Compare-se rebenque.
REBENQUE — A. Coelho tirou do esp.
rebenque, que a Academia Espanhola deriva
do baixo bretáo rabanh e éste do anglo-saxáo
rabband, de rap, corda, e bamd, laco. :
REBENTAR — A. Coelho no Dicionário
dá o étimo de Diez, re e lat. ventu, vento,
Dio., 482, Romanía, XXVII, 217; no Suplevxento
o de Cornu, Romanía, X, 389, lat. repeditare.
Cortesáo tira do lat. repentare, de repente,
ou do- esp. reventar. M. Lübke, REW,
7221, acha dificuldade em . a repentare,
rastejar para lá; acha fonética e semánticamente
difícil o étimo de Diez, acha que repeditare
nao explica o n sem influencia de crepantare,
acha repente+crepantare+ventu, Neuphilologísche
Mittetiúngen, XIV, 124, complicado
ciernáis. V. Arrebatar.
REBENTINA — A.' Coelho derivou de rebentar
e Cortesáo de repente.
'REBIQUB — V. Arrebique.
REBITE — A. Coelho, que no Dicionário
tirou de rebitar, no Suplemento tira do fr. rivet.
REBOAR — Do lat. reboare. V. Boato.
REBOCAR — 1 (dar reboque): Do gr. rhy-
arrastar (eZfco) por meio de corda
{rhvma), pelo lat. remulcare (Cornu, Port
Spr §§ 120 e 146, A. Coelho, Cortesáo). Lmdsay,
Thé Latin language, U2, nota u breve
.
do b lat. apesa'r da origem. Cornu sahenta a
permuta das bilabiais me 6 e explica a queda
do r por dissimílacáo ; estabelece a serie remolcar
(cfr. ésp.), remarcar, «reborcar, rebocar.
Cortesáo explica o desaparecimento cío
1 por vocalizaeáo. A. Coelho diz que o o esta