17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

. MONT1NIA<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

.<br />

em<br />

.<br />

o<br />

Montanístico<br />

MONTANÍSTICO — Do montano e sufi-<br />

MONTANO — Do lat. montanu.<br />

xos ista e ico.<br />

MONTANTE — De montar.<br />

- MONTAR — Do lat. montare (M. Lübke,<br />

REW, 5868); esp. montar, it. montare,<br />

ir. monter. O sentido primitivo ó o <strong>de</strong> subir<br />

um monte; no sentido especial <strong>de</strong> subir em<br />

cávalo ou muía ó um galicismo vetusto, na<br />

opiniao <strong>de</strong> Said Ali (Meios <strong>de</strong> expressao e<br />

alteracoes semánticas, pg. 132)<br />

MONTE — Do lat. monte; esp. it. monte,<br />

fr . mont<br />

MONTES — Do lat. móntense (M. Lübke,<br />

REW,' 5669) ; esp. montes. O sufixo é<br />

próprio dos adjetivos patrios.<br />

MONTÍCOLA — Do lat. montícola.<br />

— De Monlin, sobrenome <strong>de</strong><br />

um botánico sueco (-!- 1785), e suf. xa.<br />

MONTÍVAGO — Do lat. montivagu.<br />

MONTURO — De monte; lugar on<strong>de</strong> se<br />

amontoam imundicies.<br />

MONUMENTO — Do lat. monumentu;<br />

houve urna forma arcaica moimento, muimento,<br />

em que oi <strong>de</strong>u ui ñor metafonia (Nunes,<br />

Gram. Ilist., 147) ; Dipíomata, 'pg. 46-A. 959,<br />

Leges, pg. 473-séc. XIII, Foro levados a Siche-m<br />

e metudos em no muimento (Inéditos<br />

<strong>de</strong> Alcobaca, I, pg. 41).<br />

MOQUE — Do ár. mocos, plural <strong>de</strong> macs,<br />

imposto<br />

(Eguilaz)<br />

MOQUENCA — Figueiredo pei-gunta se se<br />

relaciona com o brasileirismo moqueca.<br />

— MOQUENCO — Do esp. macuenco, frouxo<br />

(A. Coelho). V. Macaneo.<br />

MOQUETA — Do fr. moquette (A. Coelho),<br />

a que Clédat atribuí em dúvida origem<br />

germánica.<br />

MOR — Forma sincopada <strong>de</strong> maior, q. v.<br />

De maior originou-se maor (Minho e parte da<br />

Galiza, por assimilacáo inoor e por erase mor<br />

(Cornu, Port. Spr., § 262): O capelláo Moor<br />

ou quem logo tever (Leal Conselheiro, página<br />

452)<br />

MORA — Do lat. mora, <strong>de</strong>mora.<br />

MORABITO — V. Marabuto.<br />

MORADIA — Cortesáo <strong>de</strong>riva do are. raora<strong>de</strong>a,<br />

que pren<strong>de</strong> ao b. lat. inóratela; manda<br />

ver mora<strong>de</strong>a no Elucidario <strong>de</strong> Viterbo.<br />

A. Coelho <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> morada e sufixo ia.<br />

MORADO — A. Coelho <strong>de</strong>rivou do lat.<br />

moiii, amora ; Figueiredo, do pop. mora por<br />

amora. O esp. tem morado.<br />

MORAL — Do lat. moróle, relativo aos<br />

(mores').<br />

MORANGA — De morango ; Portugal<br />

eostumes<br />

aplica-se- a. urna varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uva e outra <strong>de</strong><br />

eereja (Figueiredo) e no Brasil a urna varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> abóbora.<br />

moru, amo-<br />

MORANGO — Derivado do lat.<br />

ra (M. Lübke, REW, 569S), sob urna forma<br />

"moranicu (G. Viana, Apost., I, 473, II, 157).<br />

Franco <strong>de</strong> Sá, A Língua <strong>Portuguesa</strong>, 80, dá<br />

a forma anterior inorángdo, "sem que. se explique<br />

a <strong>de</strong>sinencia". Na página 137 acrescenta<br />

que talvez a principio se pronunciasse<br />

com o acento na última sílaba, corno aumentativo<br />

<strong>de</strong> mora cu amora. Nunes, Gram. Ilist.,<br />

375, também dá o primitivo morángáo. Cortesáo<br />

acha que a <strong>de</strong>rivagáo do lat. moru,<br />

étimo que os dicionaristas tém proposto, é<br />

impossível. A semelhanca dos dois frutos<br />

(a)mora e morango fazer crer um étimo comum,<br />

é verda<strong>de</strong>; mas é certo também que a<br />

fonética leva a admitir urna forma "morengo<br />

(mor-u+suf. ingu. c£r. a b. lat. moraría do<br />

mesmo tema), que alias é aínda a forma que<br />

na boca do povo se ouve.<br />

MORAO — Do lat. moru, amora, cf. moreto<br />

(Figueiredo) ; é urna uva preta do Algarve<br />

MORAR — Do lat. morare por moran,<br />

tardar; esp. morar, it. dimorare, fr. <strong>de</strong>menrer.<br />

Quem mora, permanece, tarda numa casa,<br />

num lugar.<br />

MORATO — Do lat. moratu, morigerado.<br />

MORATORIA Do lat. moratoria, que<br />

retarda<br />

MORBIDEZ — Do it. morbi<strong>de</strong>zza (Levindo<br />

Lafayette) . Larousse e Stappers dáo a<br />

mesma origem ao fr. morbi<strong>de</strong>sse. E' termo<br />

<strong>de</strong> pintura e <strong>de</strong> escultura, o que justifica a<br />

origem. A. Coelho <strong>de</strong>rivou <strong>de</strong> mórbido e<br />

suf. ez.<br />

Morfema.<br />

MÓRBIDO — Do lat. morbidu, doente.<br />

MORBÍFICO — Do lat. morbu, doenca, e<br />

fie, raíz alterada <strong>de</strong> faceré, fazer, e cíesin.<br />

ai\<br />

MORB1GERO — Do lat. morbu, doenca, e-<br />

aer, raíz <strong>de</strong> qerere, trazer.<br />

MORBÍPÁRO — Do lat. morbu, doenca, e<br />

par, raíz <strong>de</strong> parere, gerar.<br />

MORBO — Do lat. morbu.<br />

MORCEGO — Do lat. mure ccecu, rato<br />

cegó (A. Coelho, Pacheco e Lameira, Gram.<br />

Port., 204, Diez, Gram., II, 379, 383); esp.<br />

mur ciégalo, murciélago, mur ciego (Acad. Esp ,<br />

Pidal, Garcia <strong>de</strong> Diego. Contr. n. 425).<br />

MÓRCELA — Cortesáo <strong>de</strong>riva do b. lat.<br />

mauricella, <strong>de</strong> mauru, mouro. A. Coelho, no<br />

Dicionário, <strong>de</strong>rivou do esp. morcilla e no Suplemento<br />

pren<strong>de</strong>, segundo Baist, ao esp. moro,<br />

mouro, por causa da cor. Se viesse do esp.<br />

<strong>de</strong>via tér Ih e nao l (cfr. cavalheiro) . A Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola <strong>de</strong>riva o esp. morcilla <strong>de</strong>morcón,<br />

do vasconco marcea, tripa indiada.<br />

MORDACA — Do lat. mordacia, tenaz (M.<br />

Lübke, REW, 5678); esp.- mordaza. A. Coelho<br />

<strong>de</strong>rivou <strong>de</strong> mor<strong>de</strong>r<br />

' Cortesáo tirou do<br />

esp.<br />

MORDAZ — Do lat. mordace, que mor<strong>de</strong>;<br />

para a metáfora, v. Sarcasmo.<br />

MORDENTE — 1 (aclj.): <strong>de</strong> mor<strong>de</strong>r.<br />

2 (subst.): do it. mor<strong>de</strong>nte, porque fere<br />

a nota real.<br />

MORDER. — Do lat. mor<strong>de</strong>ré; esp. mor<strong>de</strong>r'<br />

it. mor<strong>de</strong>ré, fr. mordrei.<br />

MORDEXIM — Do concani-marata moda-ai,<br />

modxi, quebrantamento (<strong>Da</strong>lgado, G.<br />

Viana, Apost. II, 157, Lokotsch). "Nao tendo<br />

a língua portuguesa d cacuminal, o fonema<br />

que mais se parece com ele é r, como se<br />

exemplifica em areca por a<strong>de</strong>kka. Mas os<br />

portugueses <strong>de</strong> entáo, que tinham os ouvidos<br />

muito apurados, notaram que a exata transcricáo<br />

morxi nao representava cabalmente a.<br />

genuina prolacao <strong>de</strong> modxi, que é trissílabo,<br />

sendo o a da segunda sílaba (da) muito surdo<br />

ou quasi mudó, e acrescentaram com<br />

muita justeza <strong>de</strong> a r, e assim produziram a<br />

verda<strong>de</strong>ira transcricáo mor<strong>de</strong>xi, que, com o<br />

uso prolongado, se tornou mor<strong>de</strong>xim, ao lado<br />

da correta transcricáo morxi" (<strong>Da</strong>lgado)<br />

MORDICAR — Do lat.-<br />

mordicare.-<br />

MORDOMO — Do lat. maiore domus, o<br />

criado maior da casa, sentido que <strong>de</strong>pois se<br />

modifieou (Deite <strong>de</strong> Vasconcelos, Lic<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Filología <strong>Portuguesa</strong>,<br />

_ 153); esp. mayordomo,<br />

it. maggiordomo , fr. majord-ome. Are. maiordomo,<br />

maordomo, moordomo : maiordomo (Inquisitiones,<br />

90, apud. Leite <strong>de</strong> Vasconcelos;<br />

maordomo, apud Cortesáo num texto do Leges,<br />

pg. 836-A. 1188-1230, que Leite <strong>de</strong> Vasconcelos<br />

nao consi<strong>de</strong>ra puro portugués, embora<br />

reconheea a existencia dé maor no Minho<br />

ainda. hoje, assim como no leonés antigo;<br />

moordomo em Leges, pgs. 409, 642, apud<br />

Cortesáo.<br />

MOREÁCEA — Do gr. móron, amora,<br />

pelo lat. moru, e suf. ácea.<br />

MORÉIA — Do gr. moraina. pelo lat.<br />

muraena, murena, (A. Coelho, M. Lübke,<br />

RETV, 5754); esp., it. ant. morena,, fr v muréne.<br />

No sentido <strong>de</strong> montáo Figueiredo acha<br />

que talvez se relacione com o b. lat. mora,<br />

coluna, pilar, ou antes com o b. lat. murea,<br />

assento <strong>de</strong> pedra, se nao tem a mesma origem<br />

que moroico.<br />

MORENA — Do fr. moraine, <strong>de</strong> provável<br />

origem provengal; morena é também a forma<br />

espanhola e a italiana, que Petrocehi<br />

tira do fr.<br />

MORENO — Do esp. moreno, <strong>de</strong>rivado<br />

<strong>de</strong> moro, mouro (G. Viana, Apost., II, 164).<br />

Os mouros, apesar <strong>de</strong> pertencerem á raga<br />

branca, nao sao alvos. A. Coelho tirou do<br />

lat. moru, amora.<br />

MORETO — A. Coelho parece tirar do esp.<br />

inoro, mouro, e suf. eto; cfr. no Suplemento'<br />

mórcela e moreío. Figueiredo tira do lat.<br />

moru, amora; é varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uva . pveta.<br />

No sentido <strong>de</strong> iguaria (Castilho, Fastos, II,<br />

145), vem do lat. moretu.<br />

MORFANHO — Para Figueiredo é o mesmo<br />

que<br />

fanhoso.<br />

MORFEIA — Do gr. morplié, forma; é<br />

urna doenca <strong>de</strong>formadora.<br />

MORFEMA — Do gr. morplié, forma, e<br />

suf. ma. — K neologismo <strong>de</strong> Baudoin <strong>de</strong> Cour-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!