Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

i proposto
ESMOLER
'.
ESNOCAR
69,
gr.
esmolna
.
.
;
.
.
Esmaragdita — 189 —
-Espan,
•V. Pacheco e Lameira, Gram. Port., 384, Nunes,
Gram. Hist. Port., 135, Cornu, Port. Spr.,
'S 238.
ESMARAGDITA — Do gr. smaragdos, esmeralda,
e suf . ita.
BSMAKAGDOCALCITA — Do gr. smaragdos,
esmeralda, e calcita.
ESMARRIDO — A. Coelho tira do germ.
ant. alto al. marrón, impedir. Figueiredo tira
do it. smarrito, extraviado.
ESMECTICO — Do gr. smektikós, detersivo,
pelo lat. smecticu; absorve as substancias gorduras
(Roquette Pinto, Mineralogía, 143)
ESMECTITA — Do gr. smekt, de smécho;
limpar, tirar a gordura, e ' suf. ita; serve para
tirar a gordura de panos.
ESMEGMA — Do gr. smégma, sabao, pelo
lat. smégma. .
ESMAGMATITA — Do gr. smégma, smégmatos,
sabao, e suf. ita; é um sabáo natural.
ESMERALDA — Do gr. smaragdos pelo
lat. ¿maragdu. Nunes dá urna forma *smaralda
(Gram. Hist. Port., 93, 124). Cornu, Port.
Spr., §§ 35, n.?. 7, e 236, dá a forma esmerauda
como' intermedia (cfr. calma, enxalmo) . Mudou
o género por influencia de pedra (cfr. ametista',
opalá, safira) . Boisacq prende o gr. ao
Semita (hebr. oarequet, brilhar) ; no prácrito
maragada-, sánscr. marak(a)tam.
ESMERAR — Do lat. '-exmerare, purificar,
de meru, puro (M. Lübke, REWj 3024,
Diez, Dic, 398). A. Coelho, que no Dicionário
:dá reste ;étimo, no Suplemento diz que Baist o
'
íliga ao ;i smyris, esmeril. Nunes, Gram.
Hist. Port., 121, e G. Viana, Ortografía Nacional,
. aceitara a origem latina. Esp. esmerar,
it. smerare (pulir), fr. ant. esmerer.
ESMERIL — Do medio gr. smerís (da ilha
de Naxos, v. M. Lübke, Gram., I, 30, REW,
8044, Diez, Gram., I, 54, Dic, 296), substancia
encontrada nos ealcários e dolomias daquela
ilha. Provavelmente atravós do it. smerigho
ou, segundo Rebelo Goncalves, A.L.P., X, 323,
do esp. esmeril. No gr. clássico o vocábulo é
smyris.
ESMERILHÁO — - Do ant. alto al. smerl
(M. Lübke, REW, 8043). Cortesáo rejeitou o
étimo de Fr. D. Vieira, para aceitar *minllu,
por Constancio e seguido por Lacerda,
ou "smiritulone (donde smirit'lone) ;
manda ver
smerintliü na Prosodia de B. Pereira.
BSMERILHAR — De esmeril (A. Coelho)
parece antes de esmerar (ver com esmero)
ESMILACEA — Do gr. smilax, smílakos,
legacao ou trepadeira, pelo lat. smilace, e sufixo
ea.
.
ESM1RNIO — Do gr. smyrnion .pelo lat.
smyrniu.
ESMITJCAR — Do lat. "-exminutiare (C.
Michaelis de Vasconcelos, RL, III, 174). A. Coelho
tira do pref. es e minea.
ESMO — De esmar. ,
ESMOCAR — Do pref. es, moca e 'desin.
ar. M. Lübke, REW, 5706, prende ao lat. "mucedre,
';
assoar.
ESMOLA — Do gr. eleemosyne, piedade,
compaixáo (neologismo cristáo), pelo lat. eleemosyna.
Esp. limosna, it. limosina, fr. aumóne.
G. Viana, Apost., I, 409, assim estabelece
a serie de transtormacóes : elemosna, etmosna
(almosna no Livro de Alexandre), esmolna,
esmonla (cfr. monleíro, moleiro). Cornu,
Port. Spr., § 244, cita esmolna na Regrade S.
Rento. Cortesáo dá: Dixerunt que, por esta esmolna...
(Inquisitiones, p. 380). Algua cousa
offerecer quiserem in ao moesteyro
.
(Inéditos de Alcobaca, I, p. 279). Nunes, Gram.
Hist; Port., 131, apresenta a forma hipotética
"esmolina. V. C. Michaelis, RL, XXVIII, 24.
v
'
— De esmoleiro. A. Coelho tira
de estrióla e suf. er, de ario. Cortesáo ve
influencia do fr. aumonier e manda confrontar
clianceler.
ESMONDAR — Do pref. es e mondar. O
esp. tem enmondar, o prov. esmondar e o fr.
émonder, que M. Lübke, REW, 2865, tira do
; lafc&emundare.
ESMORECER — Do pref. es, mnrrer e suf.
ecer. A. Coelho dá um "morecer por «morrecer.
ESMORRACAR -— Do pref. es, *morraca„
dé morrao e desin. ar.
— O mesmo que desnocar, de
deslocar, talvez com influécia de nó (Figueiredo)
.
ESNOGA — Transformacáo de sinagoga,
através de urna forma hipotética esnaoga
(G. Viana, Apost., I, 410, Cornu, Port. Sl>r.,
§ 262) .
O vocábulo ainda é o usado pelos judeus
de Lisboa, segundo Figueiredo.
ESOCES — Do lat. esoces.
BSODESME — Do gr. éso, dentro, e dérma,
pele.
ESÓFAGO — Do gr. oisophágos, o que conduz
a comida; é um canal que vai da farin-
°"G ÍLO 6StÓH1£l
BSOFAGOMÁLACIA cr'0
— Do gr. oisophágos,
esófago, e malakía, amolecimento.
ESOFAGORRAGIA — Do gr. oisophágos,
esófago, rhag, raiz de rhégnymi, romper, e
suf. ia.
ESOFAGOSCOPIA — Do gr. oisophágos,
esófago, skop, raiz de skóneo, olhar e suf ia
BSOFAGOSTOMIA — *
Do gr. oisophágos,
esófago, stóma, boca, e suf. iaJ .
ESOFAGOTOMIA — Da gr. oisophágos,
esófago, tom, raiz alterada de témno, cortar, e
SUf. «Cí.
ESOTÉRICO — Do gr. esoterikós, peculiar
aos de dentro (éso), aos íntimos, os que Pitágoras
recebia em sua habitacáo como um
dos fiéis (Schuré, Les grands iniiiés, pg. 325).
ESPACO — Do lat. spatiu; esp. espacio, it.
spozio, fr. espace.
ESPADA — Do gr. spáthe, espada de lamina
alargada na ponta, pelo lat. spatha, espada
(diferente do gladius) ; esp. espada, it.
spada, fr. ,épée.
-
ESPADACHIM — Do it. spadaccino. Pidal
e a Academia Espanhola reeonhecem a mesm'a
origem para o esp. espadachín (Gram. Hist.
Esp., § 4). Larousse, Stappers, Brachet assim
procedem quanto ao fr. spadassin. Os esgrimistas
italianos foram célebres no século XVI.
ESPADAÑA — De espada (A. Coelho). E'
o nome de urna planta cuja fólha semelha
a fólha da espada (A. Coelho). Segundo ésto
autor é urna irídea, a Iris xyphium. Significa
também jacto de líquido que semelha urna fólha
de espada (A. Coelho). Esp. espadaña:
Confronte-se o fr. gla'ieul do lat. gladiolu, es-
Dada pequeña. Toro y Gómez traduz o esp.
espadaña por masse d'eau, planta aquática da
familia das tifáceas. Cortesáo tira do esp. o
port.
ESPADARTE — De espada' e suf. arte (A.
Coelho) ;
com seus dentes agudissimos
é um seláquio que dilacera a baleia
ESPÁDELA — Do lat. "spathella, por spathula
(A. Coelho, Leite de Vasconcelos, Licoes
de Filología portuguesa, 403) ; v. Anel,
ESPADICE — Do gr. spádix, ramo de árvo-
.
re, fólha de palmeira pelo lat. spadice.
;
ESPADICIFLORO — Do lat. spadice, espádice,
de origem grega, e flore, flor.
ESPADILHA — Do esp. espadilla (cfr. o
suf.); v. G. Viana, Apost., I, 410.
ESPADUA — Do lat. spathula, omoplata,
dim. de spatha, de origem grega, coísa chata
e larga; esp. espalda, it. spalla, fr. ant. espale,
mod. épaule. V. M. J-nibke, Introducao, §
19. V. Espalda.
ESPAGÍRIA — Do gr. spáo, arrancar, ageíro,
reunir, e suf. ia,; analisa e sintetiza os
.
corpos. Palavra usada por Paracelso e talvez
forjada por ele (A. Coelho).
ESPAIRECER — De pairar (A. Coelho).
O espirito de quem espairece, como que paira
sobre as ocupacóes habituáis, sobre as tristezas.
ESPALDA — Do lat. spaHita, forma metatética
de spathula, omoplata, dim. de spatha,
de origem grega,. coisa larga e chata; esp.
espalda, it. spalla, fr. ant. espale, mod. épaule.
V. Espddua. V. G. Viana, Apost., I, 411, M.
Lübke, Introducao, § 19. .
ESPALDEIRAR — De espalda, ombros, eos-'
tas; nada tem com espada (G. Viana, Apost.,
I, 411).
ESPALHAR — A. Coelho, dando-lhe como
significado primordial limpar de palha o trigo,
tira do pref. es e palha. Figueiredo apresenta
como étimo um lat. dispalare, fonéticamente
inadmissivel (Otoniel Motta, O meu
idioma, 229)
ESPALTO — Do al. Spalt.
BSPANAR — O sentido é sacudir o pó,
mas como para isso podemos servir-nos de um
instrumento de penas, o espanador, ou de um
paño, A. Coelho -hesita entre a derivacáo de