17.06.2016 Views

Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

.<br />

.<br />

.<br />

sementé<br />

.<br />

.<br />

Rómpante 448 — Róscido<br />

Lübke, REW, 7368, <strong>de</strong>riva do lat. romaeu, com<br />

troca <strong>de</strong> sufixo; esp., it. ant. romero, fr. ant.<br />

romeir<br />

RÓMPANTE — Em vez <strong>de</strong> roméente, <strong>de</strong><br />

rom/per (A. Coelho).<br />

ROMPÁO — De romper e suf. cío (A. Coelho)<br />

ṘOMPER. — Do lat. rumpere; esp. romper<br />

it. romperé, fr. rompre.<br />

^RONCAR — Do lat. rhonchare, calcado<br />

no gr. rhógchos, ronco; esp. roncar, it. ant.<br />

roncare, fr. ant. ronchier (A. Coelho, M. Lübke,<br />

REW, Y292). Larousse senté um qué <strong>de</strong><br />

onomatopéico no fr. ronfler.<br />

RONCEAR — A. Coelho, repelando a Diez,<br />

Dic, 484, <strong>de</strong>riva do ant. alto al. runason,<br />

zumbir. Cortesáo tirou do esn. roncear. Figueiredo<br />

tirou do it. ronzare. M. Lübke, REW,<br />

Y372, nao acha possivel o étimo germánico.<br />

RONCEIRO — De roncear e suf. eiro (A.<br />

Coelho). Cortesáo tirou do esp. roncero.<br />

RONCO — Do gr. rhógchos pelo lat. rhonchu.<br />

RONCOLHO — M. Lübke, REW, 7044, que<br />

alias apresenta a forma transmontana ranco-<br />

Iho, pren<strong>de</strong> ao franco rank, <strong>de</strong>rrengado, encuryado<br />

ṘONDA — Do fr. ron<strong>de</strong>, redonda (M.<br />

ronda percorre os lu-<br />

Lübke, REW, 7400) . A<br />

gares <strong>de</strong>signados e volta ao quartel. A Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola e Petrocchi também <strong>de</strong>rivara<br />

do fr. o esp., it. ronda..<br />

— RONDAO — Do prov. (<strong>de</strong>)randon, rápidamente,<br />

literalmente com o escudo, voc. <strong>de</strong>- origení<br />

germ. (II. Lübke, REW, 7042).<br />

RONDÓ — Do fr. ron<strong>de</strong>au (A. Coelho).<br />

O esp. e o it. tém a mesma orisem (Aca<strong>de</strong>mia<br />

Espanhola, M. Lübke, REW, 7400) .<br />

Ron<strong>de</strong>au<br />

vem <strong>de</strong> rond, redondo; no rondó há re-,<br />

petigáo dos versos ou dos temas principáis.<br />

Ch. Fontaine (1576) <strong>de</strong>finiu o rondó como peca<br />

<strong>de</strong> verso feita <strong>de</strong> modo circular (Stappers).<br />

RONHA — A. Coelho aceita o étimo <strong>de</strong><br />

Diez, Dic, 274, o lat. robigine, que M. Lübke<br />

consi<strong>de</strong>ra fonéticamente impossível. Pigueiredo<br />

da um- lat. "ronea, citando Grober. Cortesáo<br />

<strong>de</strong>riva do esp. roño, ou do it. rogna. M. Lübke,<br />

REW, 7371a, apresenta um lat. "ronia, cuja<br />

proce<strong>de</strong>ncia nao explica, ren'eita o lat. robigine,<br />

lat. radicare (Zeitschrift rom. Phü., VIII,<br />

215), pensando talvez em aranea+roúere, pois<br />

aranea tem o significado <strong>de</strong> sarna. García <strong>de</strong><br />

Diego, Contr., ñ. 25, proooe aeruglne, óxido<br />

.<br />

<strong>de</strong> cobre. Alega que a evolucáo semántica nao<br />

oferece dificulda<strong>de</strong> grave. O sentido <strong>de</strong> ronha<br />

aplicado a coisas distintas dos metáis tem também<br />

antece<strong>de</strong>ntes latinos. Assim significa sarro<br />

dos <strong>de</strong>ntes em Dioscóridcs, II, 4 (ncrugo dcntium)<br />

. Sao também freqüentes em latim outras<br />

aceepcoes aplicadas a enfermida<strong>de</strong>s das plantas,<br />

a parásitas que tém certa semelhancja ñor sua<br />

cor com os óxidos <strong>de</strong> cobre e <strong>de</strong> ferro. Sao tres<br />

pontos discutíveis nesta etimología: a. afórese<br />

do ae, o tratamento do «• o a evolucáo do<br />

sufixo -gine. Procura elucidar estes tres pontos,<br />

mas nao o faz <strong>de</strong> modo cabal. O fr.<br />

tem rogne, que Brachet e Stappers pren<strong>de</strong>m<br />

a robigine.<br />

RONROM — Onomatopéico (Pigueiredo), Em<br />

fr. existe ronrón com a mesma origem (Larousse,<br />

Staopers)<br />

ROPALOCERO — Do gr. rhópalon, maca,<br />

e kerais, <strong>de</strong> Jeeras, chitre, antena, segundo formacoes<br />

análosras.<br />

ROPALOSE — Do gr. rliópalon, maca, e<br />

suf. ose. Esta molestia engrossa a extremida<strong>de</strong><br />

dos cábelos.<br />

ROPOGRAPIA — Do gr. rhopographia, <strong>de</strong>scricao<br />

<strong>de</strong> gravetos, objetos pequeños, pequeñas<br />

1<br />

paisagens.<br />

ROOTJE — Do ár. ruleh, do malaio ruínale<br />

aravés do persa, gran<strong>de</strong> ave <strong>de</strong> rapiña<br />

(Dozy, Devic, Eguilaz, Lokotsch), elefante com<br />

abrigo <strong>Da</strong>rá archeiros, torre do jóeo <strong>de</strong> xadrez.<br />

A prática do roque foi introduzida no sáculo<br />

XVI; o nome passou da peca para o lance.<br />

Aparece com o valor etimológico na locucáo<br />

sem rei ncm roque. Cortesáo tirou do esp.<br />

roque.<br />

ROQUEIRA — De roca e suf. eirá. Os proietis<br />

désto antigo canháo eram podras.<br />

roca' e su-<br />

ROQUEIRO — 1 (subs.) : De<br />

fixo eiro. — 2 (adi): De roca"- e suf. eiro.<br />

ROQUE-ROQUE — Onomatopéia do ato <strong>de</strong><br />

roer.<br />

ROQUETE — 1 (sobrepeliz) : M.<br />

LAibke<br />

REW, 4212, tirou do fr. rochet, do ant. alto<br />

al. rocíe. A. Coelho julga conexo com o ant.<br />

-roca, golpes no estofo das mangas, do ant.<br />

nórsico hruclea, ingl. to rucie, fazer dobras. Pigueiredo<br />

<strong>de</strong>riva do b. lat. rocu. Cortesáo <strong>de</strong>rivou<br />

do esp. roquete. O it. tem roccetto e<br />

rocchetto e existe o picardo ra-quete, que sao<br />

formas mais próximas da portuguesa. — 2<br />

(aparelho) : Figueiredo <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> roca; dá movimento<br />

<strong>de</strong> rotacáo a tuna broca! — 3 (triángulo)<br />

: A Aca<strong>de</strong>mia Espanhola <strong>de</strong>riva talvez<br />

<strong>de</strong> roque o esp. roquete.<br />

ROE — Forma aferética <strong>de</strong> horror (A. Coelho,<br />

M. Lübke, REY/, 4190, Nunes, Gram. Hist-,<br />

468). Cortesáo e Celestino <strong>de</strong> Azevedo, RTi,<br />

XXVII, 104, <strong>de</strong>rivaram <strong>de</strong> rol, com nssimilacáo<br />

do l ao r e com mudanca <strong>de</strong> timbre no<br />

o por analogía com as palavras terminadas<br />

em or.<br />

RORANTE — Do lat.. roranre. orvalhado.<br />

RORARIO Do lat. rorariu.<br />

ROREJAR — Do lat. rorc, orvalho, o sufixo<br />

eiar.<br />

RORELA — A. Coelho <strong>de</strong>riva <strong>de</strong> rors,<br />

orvalho; Cortesáo e Figueiredo, do latirn -rorella.<br />

Outro nome da orvalhinha.<br />

roridu.<br />

RÓRIDO — Do lat.<br />

ROR1FERO Do lat. roriferu.<br />

ROR1FLUO — Do lat. rorifluu.<br />

RORRO — Figueiredo consi<strong>de</strong>ra, termo imitativo<br />

do som que o peáo produz, esgarabulhando<br />

no chao; cita urna cancáo popular que<br />

diz : a porta do circo, ró-ró, laranjinha, lá va%<br />

rebolindo a minha piasquinha.<br />

ROSA — Do lat. rosa, que mudou o o longo<br />

ern o breve por analogía com o participio passado<br />

<strong>de</strong>; ro<strong>de</strong>re.rosa (Diez, Gram-, I, 151, M.<br />

Lübke, Gram., I, 203, REW, 7375) ; eso., it. rosa,<br />

fr. rose. M. Lübke consi<strong>de</strong>ra emoréstimo da língua<br />

dos botánicos e poetas. Waldo <strong>de</strong>rivou o lat.<br />

do gr. Meillet consi<strong>de</strong>rou ambos provenientes<br />

dé urna língua pró-indoeuropéia do Mediterráneo<br />

e Boisacq consi<strong>de</strong>rou o gr. um empréstimo<br />

do Oriente.<br />

ROSA-ALMISCARADA — E' malvácea cu.ia<br />

tem o cheiro <strong>de</strong> almíscar (Figueiredo).<br />

ROSACEA — Do lat. ronacea, <strong>de</strong> rosa. E'<br />

urna familia <strong>de</strong> plantas á anal pertence a roseira<br />

e é urna ornato <strong>de</strong> arnuitetura em forma<br />

<strong>de</strong> rosa, ñas catedrais góticas.<br />

ROSA-CHÁ — E' urna varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> rosa<br />

caracterizada oor um aroma semelhante ao do<br />

cha (Fisrueircdo)<br />

ROSÁCICO — De roso.; é o qualificativo<br />

<strong>de</strong> urna substancia rósea, <strong>de</strong>positada pela urina<br />

<strong>de</strong>pois dos acessos <strong>de</strong> febre intermitente.<br />

ROSA-CRUZ — Do al. Rosenlcreuz (1378-<br />

1484), nome <strong>de</strong> um cavaleiro alemáo que íundou<br />

esta confraria.<br />

ROSA-DO-.IAPAO — Designacáo vulgar da<br />

camelia, q. v., que nao é alias urna rosácea.<br />

ROSALGAR — Do ár. rahj al-gar, pó das<br />

cavernas, sulfeto <strong>de</strong> arsénico, porque se obtmha<br />

o arsénico <strong>de</strong> minas (Dozy, Eguilaz, RL. XIIi,<br />

374, Lokotsch). E' vermelho e cristaliza no<br />

sistema do prisma obliquo romboidal, apresentando-se<br />

muito facetado. Exposto a luz e ao<br />

ar, altera-se e reduz-se a pó. Deve ter havido<br />

influencia <strong>de</strong> rosa, por etimología popular (Nunes,<br />

Gram. Hist., 184).<br />

ROSALÍAS — Do lat. rosalia, festas em<br />

que se levavam rosas aos sepulcros.<br />

ROSANILINA — De rosa e anilina.<br />

ROSARIO — Do lat. rosariu, <strong>de</strong> rosas. As<br />

contas gran<strong>de</strong>s chamavam-se outrora rosas, nao<br />

sendo o rosario orimitivamente senao urna corea<br />

espiritual <strong>de</strong> preces (Larousse, Moreau,<br />

Rae. Grecq., 277, <strong>Da</strong>rmesteter, Vie <strong>de</strong>s mots,<br />

58, Brachet. Stappers).<br />

. _ , . •„„<br />

ROSATO — De ras, abrcviacao <strong>de</strong> rosacico<br />

(aC<br />

ROSBIFE' — Do ingl. roastbcef, carne assada<br />

<strong>de</strong> vaca (A. Coelho, Bonnaff o)<br />

ROSCA — O esp. tem também rosca. Coinu<br />

Port Spr., § 28, tirou do lat. rusca, plural<br />

Teruscu. M. Lübke, REW, 7380, dá um verbo<br />

lat "rosicare roer, mas acrescenta que a taita<br />

déle na Península Ibérica torna duvidoso filiarme<br />

o voc; o gaulés rusca, cortica, Boletim<br />

da Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Viena, CXLI, 3, 47, é compreensível,<br />

mas geográfica o fonéticamente maceitável.<br />

Cortesáo tirou do esp.<br />

ROSCIDO — Do lat. roscidu.<br />

L

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!