Dicionario Etimologico Da Lingua Portuguesa, de Antenor Nascentes

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Libélula 298 Lid»
tónio libellus famosus, folheto difamatorio. Aparece
em Pérsio e Horacio como sátira era verso.
Em Juvenal como denuncia, em Qumtiliano e
Plinio como queixa por escrito. Na terminología
jurídica especializou-se no sentido de
acusacáo do promotor público.
LIBÉLULA - Do lat 'libélula dim. do
Ubella, no sentido de nivel A libélula e um
inseto que paira n aor (Cledat) .
Stappers prefere
apelar para o lat. libellulu, dim. de libru,
livro porque este inseto tem as asas em contato
como ' íis fólhas de um livro.
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LIBENTISSIMO — Do lat. libcnUssimu.
LÍBER — E' o lat. líber, livro. Cliamouse
assim .porque as delgadas carnadas que o
compóem, separam-se fácilmente as vezes em
fólhas semclhantes as de um livro (Langlebert,
Histoirc Naturellc, 361)
LIBERAL Do lat. libérale.
LIBERAR — Do lat. liberare; v. Livrar.
LIBERDADE — Do lat. libértate.
LIBÉRRIMO — Do lat. liberrimu.
LIBERTICIDA — De libert, abreviatura
do lat. libértate, liberdade, e cid, raíz alterada
caedere, matar.
LIBERTINO — Do lat. UbcrUnu, filho de
liberto; tomou o sentido de individuo libertado
de preconceitos religiosos, de regras de
moral
LIBERTO — Do lat. liberiu.
LIBETENITA — De Libethcn, localidade
da Hungría na qual foi encontrada esta especie
mineral, e suf. ita.
-LIBIDINOSO — Do lat. libidiv.osu, que
significa própriamente caprichoso ; tomou accepcáo
obscena.
LIBITINA — - Do lat. Libiiina, deusa dos
funerais.
L1BITO — Do lat.. libítu, vontade.
LIBO — Do lat. libu.
LIBRA — Do lat. libra, medida de peso
(cfr. equilibrio); esp. libra, it. libbra, fr. Zurre.
Are livra; o b em vez de v se explica pela
oscilacáo habitual (Nunes, Gram. Ilist. Port.,
112, 113).
LIBRAR — Do lat. librare, por em equilibrio,
balancear.
LIBRÉ — Do fr. livree, part. jjass. de
livrer, entregar, dar (¡VE. Lübke, REW, 5013,
G. Víana, Apost., II, 73, 453). E' vocabulo
antigo na lingua pois ja aparece ern Rui de
Pina, com o sentido de trajo de cerimonia,
acomodado a certa circunstancia (Crónica de
el-rei D. Afonso V, cap. IV o cap. LXXXV).
Na idade media os reis de Franca, em días
como o de Natal, o da. Gloria o outros, clavara
roupas a seus filhos, criados e fidalgos da
Corte (robes de livrúe) . Mais tarde se restrmgiu
a denominacao ao vestuario dos ¡acasos
~
(Larousse).
LIBRETO
—* Do it. íibreíto, livnnho (A.
Coelho, Pacheco o Lameira, Gram. Port-, 22).
LIBRIPENDE — Do lat. libriper.de.
libuma.
LIBURNA Do lat.
LIBURNO — Do lat. liburnu.
LICA — M. Lübke, REW, 5084, apresen^
como étimo urna forma "listja que lhc pareco
ser alargamento de liskt; rejeita por motivos
fonéticos o ant. al. lazi,. apresentado por Diez,
Dic. 193. Deriva do prov. lisa o port. O esp.
tem lisa, que a Academia Espanhola tira cíe
¡icio, plural do lat. licium, fio, porque se
'
circundava o campo com líos. O it. tem lizza
de incerta etimología, segundo Petrocchi. O
fr. lice, para Larousse é de origem duvidosa,
talvez do alt. al. lista, bordadura; Stappers,
que também nao tem certeza da etimología,
afirma que a primeira signiíicaeáo é a do
recinto.
LICANTROPIA — Do gr. lykanthropia,
loueura em que o doente se eré transformado
em lobo (lykos)
LIGAO — Do lat. lectione, o ato de 1er;
esp. lección, it. lesione, fr. légon. Deve ter
havido urna forma "leicom (cfr. eleicáo, do
electione, o esp. ant. leycián e o prov. leissú),
que depois passou a licom (Regra de 8. Benio).
Entende Leite de Vasconcelos que, em tempos.
pre-literários, o vocabulo "leicom se pronunc;OU
com tres silabas por se ter visto nele um
substantiva verbal de leer (ler). A forca fonética,
porém, suplantou a morfológica e disso
resultou assimilacáo do e ao t e consecutiva
absorcáo (V. Leite de Vasconcelos, RL, III,
268, n. 2, XII, 143-4, XIII, 433-4, Licoes de
Filología Portuguesa, 371, Opúsculos, I, 285,
348, Cornu, Port. Spr., § 113, G. Viana, Apost.
II, 4, Nunes, Gram. Hist. Port., 77, n. 2).
LICAROL Do radical de ligo (A. Coelho).
LICENCA — Do lat. licentia, permissáo
esp. licencia, it. Ucenza, fr. licence. Are. lecenca
: . . . damos
a eles lecega (til no segunde
o) (Leis e posturas antigás, apxid, Nunes, Crest.
Are-, 5).
LICENCIOSO — Do lat. Ucentwsu, de excessiva
überdade; tomou sentido obsceno.
LICENÍDIO — Do gr. lykaina, loba, eidos,
forma, e suf. io (Figueiredo).
LICÉNIO — De Lycaena, do gr. lykaina,
loba, nome do generó típico, e. suf. io.
LICEU — Do gr. Lykeion, pelo lat. Lyceu,
nome de um antigo lugar de passeio em Atenas,
junto ao templo de Apolo Licio, ñas
margeos do Ilisso, no qual Aristóteles, passeando,
ensinava aos seus discípulos. V. Leonel
Franca, Historia da Folosofia, pg. 35. A
palavra reapareceu no século XVIII em Franga
e designava um instituto em que Da Harpe,
Chaptal e outros -homens de letras faziam
cursos públicos. Depois estendeu-se a significacao
(cfr. Academia) e hoje designa estabelecimento
de instrucao secundaria (Candido
de Figueiredo, Licúes Pláticas, II, 31).
Lechia.
LICHI — V.
LICHINO — Do lat. liciniu (A. Coelho,
M. Lübke. REW, 5018).
DICTATORIO — Do lat. liciatoriu.
LICITAR — Do lat. 'licitare por liciiari.
.
LICITO Do lat. licitu.
L1CNIS — Do gr. lychnís. pelo lat. lyrhnis,
candelaria, nianta fibrosa cujo caule o fólhas
eram empregados pelos antigos em mechas de
lanmadns IMnroau, Rae. G'-craucs, 18Í11.
LICNITIDE — Do gr. lychnltis, pelo lat.
lychnitide.
LICNITO — Do trr. lychnítcs, lat. lycnites,
mármore que se
extraía das pedreiras de Paros,
á luz de lámpadas (Figueiredo).
LICNOBIO — Do gr. lycnóbios, o que vive
á luz da candeia, troca a noite pelo día; pelo
lat. lyclmobiu.
, , .,„t„
LICNOMANCIA — Do gr.. lychnomanieía,
rdivinhacao por meio de lámpadas.
LICNOSCOPIA — Do gr. lychnos, lampada,
skop, raíz de skopéo, olhar, e suf. iffi.
LICO — Do lat. liciu, fio, trama; esp.
liso, it'. liccio. fr. lisse.
LICOPERDO — Do gr. lykos, lobo, o perd,
raíz de nórdo, peidar ; por causa do cheiro forte
e desag'radável que a ra.issa. carnuda expele
depois da maturidade (Larousse)
LICOPODIO — Do gr. lykos, lobo, pod,
raiz de poús, podós, pé, e suf. io.
LICOR-— Do lat. liquorc, líquido; esp. licor,
it. liquorc, fr. liqucur. Espccializou o sentido
para 'certa bebida alcoólica.
LICOREXIA — Do gr. lykos, lobo, úrexis,
deseio, .apetite, e suf.- ia.
LICORNE — Corruptela de unicorne, por
dissirnüacáo (G. Víana, Apost. II, 195, Nunes,
Crest. Are-, LXIV)
LIDA — De lidar (A. Coelho).
LIDAR
. Do lat. litigare; esp. lidiar.
Are. "lideiar, lidiar (Nunes, Gram. Hist. Port.,.
09). Quanto á queda do i, v. Adro. V. Cornu,
Port. Spr., §§ 113 e 21S. "Por mollcr fardada
ou por lisian entre lidiar c sahiarsse..." (Leges,
pg. 861). Cortesáo apresenta um b. lat. lititarc
(?), que teria dado um Hididare, por dissimilagáo
lidiar.
LIDE — Do lat. lite; esp. lid, it. lite.
D1DIMO — Do lat. legitimu, lofral ; esp.
lindo (Revue Hispanianc, IX, 5, apud M. Lübke,
REW, 4971). Are. leidimo (tetrassílabo), depois
com assimilacáo Zi¡di?rao, depois com a ernse
a forma atual . V. M. Lübke, Gram. I. 321,
REW, 4971, Pacheco e Lameira, Gram. Port-,
20-L Cornu. Port. Spr.. § 219, Franco de Sá,
A Lingua Portuguesa, 8G. Nunes, Gram. Hist-
Port., 65). Nunes, op. cit., 'BG, observa que é
urna forma popular, apesar de proparoxítona.
"Morreo sem semel liidima (Scriptorcs, pg.
260)".
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suf.
LIDITA — De Lidia, regiao da Asia, e
ita.
LIDITE — Do ingl. lyddite; os primeiros
ensaios déste explosivo foram feitos na aldeia.
de Lvdd. no condado de Kent (Bonnaffé)
LIDO — Do b. lat. litn .(Figueiredo)