História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ndo est6 em algum lugar, ndo existe. Portanto,<br />
se o ente 6 eterno, ele ndo existe de modo<br />
absolute.<br />
Mas o ante ndo pode sequer ser gerado.<br />
Se, com efeito, foi gerado, certamente foi ge-<br />
rado ou pelo ente ou pelo ndo-ente; mas ndo<br />
foi gerado nern pelo ente - se, com efeito, o<br />
ente 6, ndo for gerado mas j6 existe - nern<br />
pelo n6o-ente: corn eferto, o ndo-ente 1160 pode<br />
sequer gerar a190 porque necessariamente<br />
aquilo que gera algo deve participar de algu-<br />
ma exist6ncia. Portanto, o ente ndo & sequer<br />
gerado.<br />
Pelas mesmas razOes, ndo pode ser am-<br />
bas as coisas, ao mesrno tempo eterno e gera-<br />
do. Estes termos, com efeito, se destroem reci-<br />
procamente: se o ente & eterno, ele ndo &<br />
gerado; se 6 gerado, ndo 6 eterno. Portanto,<br />
se ndo & eterno, nem gerado nern ambas as<br />
coisas ao mesmo tempo, o ente ndo ser6.<br />
De outro ponto de vista, se o ente existe,<br />
& ou um ou muitos; mas ndo 6 nem um nem<br />
muitos, como ser6 demonstrado. Portanto, o<br />
ente n6o existe.<br />
Se, com efeito & uno, d ou quanti<strong>da</strong>de<br />
discreta ou quanti<strong>da</strong>de continua ou grandeza<br />
ou corpo. Seja destes qua1 for, n60 6 uno. Se<br />
for quanti<strong>da</strong>de discreta ser6 separado, se for<br />
quanti<strong>da</strong>de continua ser6 dividido; analoga-<br />
mente, se o pensamos como grandeza ndo ser6<br />
indivisivel. Sa devessa ser corpo, seria tridi-<br />
mensional: corn efeito, teria cornprimento, lar-<br />
gura e profundi<strong>da</strong>de. Por outro lado, & absurdo<br />
dizer que o ante ndo Q nenhuma dessas coi-<br />
sas; portanto, o ente ndo 6 uno.<br />
Al6m disso, ndo & sequer muitos. Se, com<br />
efeito, ndo & uno, ndo & sequer muitos; com<br />
efeito, a multiplici<strong>da</strong>de & sintese de v6rias uni-<br />
<strong>da</strong>des, razdo pela qual, uma vez que seja eli-<br />
mina<strong>da</strong> a uni<strong>da</strong>de tambhm anula-se ao mesmo<br />
tempo a multrplici<strong>da</strong>de. Mas entdo torna-se cla-<br />
ro por estes argumentos que ndo existe nern o<br />
enta nern o n6o-ente.<br />
Por outro lado, que ndo existam sequer<br />
ambos ao mesmo tempo, o ente e o ndo-ente,<br />
& f6cil de argumentor. Se, com efeito, o ndo-<br />
ente & e o ente 6, o ndo-ente ser6 identico ao<br />
ente e tambhm ao ser; por conseguinte, nenhum<br />
dos dois existe. Corn efeito, antes concor<strong>da</strong>-<br />
mos que o ndo-ante n6o 6; depois <strong>da</strong>monstra-<br />
mos que a este 12 idhtico o ente, qua, portan-<br />
to, por sua vez, n60 existir6. Ndo so, mas se o<br />
ente & idhntico ao ndo-ente, ndo & possivel que<br />
existam ambos os termos. Com efeito, se am-<br />
bos existem, ndo h6 identi<strong>da</strong>de; se h6 identi-<br />
<strong>da</strong>de, ndo exrstem os dois termos.<br />
R partir desses argurnentos segue-se qua<br />
na<strong>da</strong> exists. Corn efeito, se ndo exists nem o<br />
Capitulo terceiro - F Soft<br />
ente nern o ndo-ante, nern arnbos<br />
tempo - ndo podemos pensar outr<br />
<strong>da</strong>de alGm destas - na<strong>da</strong> exists.<br />
€ preclso a segulr dsrnonstrar q<br />
mo que 0190 sxrsta, lsto ndo 6 cognosc<br />
pensdvel por um ser humano Corn efs~<br />
Gorglas - se os conteljdos do pan<br />
ndo sdo entes, o snte ndo & psnsado.<br />
rsto & logrcam~nte corrsto com efato, se<br />
mos aos conteljdos de pensamento a br<br />
atrrbuirnos tarnb&m b brancura a pan<br />
analogamente, se atrlbuimos nos co<br />
pensamento o ndo-ssr, nscsss<br />
bu~rernos aos entes a<br />
ISSO, a conclusdo 'se os co<br />
mento ndo sdo entes, o en<br />
torna-8s justa e corret<br />
0s contefidos de pensarnsn<br />
partlr <strong>da</strong>qul) ndo sdo entes, c<br />
remos, portanto o snte ndo 6<br />
& claro qua os conteljdos do pen<br />
sdo entes Com efelto, se os cont<br />
samento sdo entes, todos os pans<br />
tem, seja qua1 for o modo corn q<br />
mos lsso Q absurdo Nbo & porq<br />
pensa um homem qua voa ou carrua<br />
correm sobre as 6guas do mar<br />
um homem voa ou carruagsns<br />
Portanto, os conteOdos do psns<br />
entes<br />
Aln<strong>da</strong> mars se os contsljdos<br />
mento sdo entes, os ndo-entes n8o<br />
sados R realr<strong>da</strong>des contr6rras s<br />
predrcados contrClrros, e ao ents &<br />
ndo-ente Por rsto, se ao ants s<br />
pensab~lr<strong>da</strong>de, ao nbo-ants ss atr<br />
lutamente a ndo-psnsab~lr<strong>da</strong>ds<br />
absurdo com sfelto, pensarnos Clla,<br />
ra, e multos outros ndo-sntss Port<br />
ndo & pensado<br />
Como os conteudos <strong>da</strong> vrsdo s<br />
dos realr<strong>da</strong>des vrsive~s exatarnsnt<br />
porque s60 vlstos, e os contsljdos<br />
realr<strong>da</strong>des audivers exataments<br />
que sdo ouvldos, e n60 ellrnlnorn<br />
des vrs~vers pel0 fato de ndo s<br />
nern rejettarnos as reall<strong>da</strong><strong>da</strong>s apd~<br />
de ndo serem vrstas (corn sfelto, ca<br />
sar julga<strong>da</strong> pel0 propno 6rgdo d<br />
ndo pelo outro), tamb&rn os conteu<br />
samento, mesmo que ndo ssjom VI<br />
sdo nem ouvldos pela audrc;bo s<br />
sdo conceb~dos por seu proprlo crl<br />
to, se algu&m pensa carros que c<br />
as Clguas do mar, mesmo que ndo os<br />
crer que exrstem carros que corr<br />
6 absurdo Portanto, o ente nbo<br />
concebldo