12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

76<br />

Terceira parte - A descobe~+n do hornern<br />

II. 0 s mestres:<br />

Prot6c~oras, C&rgias, Prbdico<br />

Protagoras de Abdera (nascido entre 491 e 481 a.C.) foi o fun<strong>da</strong>dor do<br />

"relativismo" ocidental, que ele expressou na celebre formula "o homem e medi<strong>da</strong><br />

de to<strong>da</strong>s as coisas", com isso entendendo que nao existe cri-<br />

Pro tagoras: terio absoluto para julgar o ver<strong>da</strong>deiro e o falso, o bem e o mal,<br />

hornern corno mas que ca<strong>da</strong> homem julga conforme o proprio mod0 de ver as<br />

rnedi<strong>da</strong> de coisas.<br />

to<strong>da</strong>s as coisas:<br />

Para ca<strong>da</strong> tese e portanto possivel trazer a baila argumen-<br />

a an tilogia tos a favor e contra (antilogia) e, por conseguinte, e possivel,<br />

e o relativisrno com tecnica apropria<strong>da</strong>, <strong>da</strong> qua1 Protagoras se dizia mestre, tor-<br />

+ s 7-3 nar mais forte o argument0 mais fraco: nisso justamente consis-<br />

tia a "virtude", ou seja, a habili<strong>da</strong>de do homem. Assim, o "ver-<br />

<strong>da</strong>deiro" e o "falso", e o " bem" e o "mal" perdem qualquer determinaqao abso-<br />

luta.<br />

To<strong>da</strong>via, nem tudo para Protagoras e relativo: com efeito, se o homem e<br />

"medi<strong>da</strong>" <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de, e "medido" pelo "util" e pelo "<strong>da</strong>noso": estes, portanto,<br />

tornam-se referencias ultimas <strong>da</strong>s quais Protagoras se proclamava mestre.<br />

Gorgias de Leontini (nascido por volta de 4851480 a.C.) her<strong>da</strong> de Parmenides<br />

a tematica ontologica (o ser existe, e o nao-ser nao existe), mas inverte os termos<br />

(o ser nao existe, e o nao-ser existe). 0s pontos-chave de seu pensamento se exprimem<br />

nas tres proposi@es seguintes:<br />

1) "0 na<strong>da</strong> existe": isto se deduz do fato de que do ser (do<br />

Gorgias: principio) os filosofos precedentes deram definisbes diversas e<br />

o niilisrno, opostas, demonstrando, com isso, que ele nao existe.<br />

a retorica<br />

2) "Mesmo que existisse, nio seria cognoscivel": o pensa-<br />

e a arte<br />

mento, com efeito, n2o se refere necessariamente ao ser - como<br />

+ 3 4-6 queria Parmenides -, mas existem coisas pensa<strong>da</strong>s que sao n2o<br />

existentes (corno, por exemplo, a Quimera).<br />

3) "Mesmo que fosse pensavel, o ser nao seria exprimivel": a palavra, sendo<br />

um som, significa quando muito um som, mas nao aquilo que deriva dos outros<br />

sentidos, como por exemplo uma cor ou um odor.<br />

Esta doutrina toma o nome de "niilismo", enquanto pbe o na<strong>da</strong> como fun<strong>da</strong>-<br />

mento de tudo.<br />

A palavra, perdendo qualquer relaqao com o ser, n2o e mais veiculo de ver<strong>da</strong>-<br />

de, mas torna-se portadora de persuasao e sugest2o: se esta a@o tem proposito<br />

pratico (por exemplo, convencer o publico em uma assembleia, os juizes em um<br />

processo), temos a retorica (oratoria); se, ao inves, tem proposito puramente este-<br />

tico, temos a arte.<br />

Prodico de Ceos (nascido por volta de 4701460) tornou-se celebre pela des-<br />

coberta <strong>da</strong> tecnica <strong>da</strong> sinonimia, ou seja, <strong>da</strong> pesquisa dos termos sinhimos e <strong>da</strong>s<br />

diferentes nuansas de seus significados. Esta permitia elabo-<br />

Prodico: rar discursos sutis e convincentes nos debates publicos e nas as-<br />

a sinonirnia sembleias.<br />

e o utilitarisrno Retomou o utilitarismo de Protagoras, ilustrando-o em uma<br />

etico reinterpretasao do mito do "Hercules na encruzilha<strong>da</strong>", que se<br />

+§7 tornou muito celebre.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!