História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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0 ceticismo pirroniano<br />
como caminho<br />
para a falici<strong>da</strong>de<br />
Pirro renuncio o quolquer critQrio qua Ieve<br />
o individuor volores. fls coisos, Wro ele, ndo<br />
sbo ontologicomente "mois isto qua oquilo"<br />
e, portonto, sdo imensur6veis a indetermindveis;<br />
o homem Q Frdgil e como folho oo vento.<br />
cpreciso, pon'onto, renuncior o quolquer<br />
critdrio de ovoliogdo, permonecer sam opinido<br />
e sem agitogdo, ssm julgomentos, e o<br />
portir disso sa olcongo o imperturbabili<strong>da</strong>de.<br />
Pirro, porQm, ndo nagovo qua existisse umo<br />
noturezo eterno do divino, mos ofirmovo qua<br />
em relogdo o esto notur~zo, tudo d como que<br />
irreol e, portonto, como to1 deve sor vivido.<br />
Sou Ceticismo esM ligodo o urno dimensdo<br />
de "morolismo extremo".<br />
0 Ceticismo posterior, emboro inspirondo-se<br />
em Pirro, el~rninou esto componente de<br />
morolismo oscQtico levodo oo extremo.<br />
1. A imagem de Pirro<br />
transmiti<strong>da</strong> pelos antigos<br />
Pirro de €lido era filho de Plistarco, confor-<br />
me refere tambhm Diocles; segundo o que dlz<br />
Rpolodoro na Cronogroh, foi primeiro pintor e<br />
ouviu as aulas de Brisdo, filho de Estilpdo (como<br />
afirma Rlexandre nos Sucessbes), depois as de<br />
Anaxarco, qua seguiu em todo lugar, de rnodo<br />
que teve contatos com os gimnosofistas na India<br />
e com os magos; de onde parece ter cultivado<br />
a mais nobre filosofia, introduzindo o conceit0<br />
<strong>da</strong> ndo-apreeensibili<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> suspensdo, con-<br />
forme diz RscBnio de Rbdera: com efaito, dizia<br />
que na<strong>da</strong> & belo nem feio nem justo nem injus-<br />
to; e do mesma forma de to<strong>da</strong>s as coisas disse<br />
que nado 6 conforme 6 ver<strong>da</strong>de; e que os ho-<br />
mens agem am tudo por conveng3o e hdbito;<br />
qualquer coisa 6 ndo mais isto que aquilo.<br />
Comportava-se de modo conseqijente tam-<br />
b&m na vi<strong>da</strong>, na<strong>da</strong> evitando e de na<strong>da</strong> se pre-<br />
servando, permanecendo firme diante de tudo,<br />
carros, se acontecasse, precipicios ou cdes, de<br />
fato na<strong>da</strong> conce<strong>da</strong>ndo aos sentidos. Mas era<br />
salvo, conforme contam os que seguem Antigo-<br />
no <strong>da</strong> Caristo, plos amigos que o acompmhavam.<br />
Capitulo dtcimo segundo - 6 Ceticismo e o &stoicismo<br />
Rntigono de Caristo, no livro Sobre Pirro.<br />
conta dele o seguinte: no inicio era d+xonhe-<br />
cido, pobre e pintor; no gin6sio de Eli<strong>da</strong> con-<br />
servam-se alguns seus porta-IBmpa<strong>da</strong>s de bom<br />
feitio.<br />
Retirava-se por sua conta e procurava a<br />
soliddo, mostrando-se raramenta aos familia-<br />
res. Comportava-se assim por ter ouvido um in-<br />
diano advertir Rnaxarco qua nGo teria podido<br />
ensinar outra pessoa a ser virtuosa, frsqijsn-<br />
tando ao mesmo tempo as cortes dos reis.<br />
Conservava sempre a mama disposi@o,<br />
ds mod0 qua, ss algu6m o abandonava no<br />
meio de um discurso, ele o tsrminava igualmsn-<br />
te, embora tendo sido, na juventude, tempe-<br />
ramental.<br />
Frequentemente, conta, deixava a p6tria<br />
sem de antemdo avisar a ningu6m e acompa-<br />
nhava vagabun<strong>da</strong>ando a quem Ihe agra<strong>da</strong>sse.<br />
E quando certa vez Rnaxarco caiu em um pbn-<br />
tano, passou de lado sem o aju<strong>da</strong>r; alguns Ihe<br />
dirigiram reprova@es, mas o proprio Rnaxarco<br />
elogiou diversas vezes sua indiferenp s<br />
imperturbabili<strong>da</strong>de. Pego certa vaz falando con-<br />
sigo mesmo, a quem Ihe perguntava a razao<br />
respondeu que se exercitava para ser virtuoso.<br />
Chegou a ser tdo admirado na p6tria que<br />
foi eleito sumo sacerdota e, em homenagem a<br />
ale, estabeleceu-se por decreto que todos os<br />
fi losofos Fossem isentos <strong>da</strong>s taxas.<br />
Pirro, text. 1 fl, 6, 10 e 1 1,<br />
por Dioganss LoQrcio, Vi<strong>da</strong>s dos filosofos,<br />
IX, 61-64.<br />
2. A imperturbabili<strong>da</strong>de de Pirro<br />
Contam tambbm que, quando por causa<br />
de uma feri<strong>da</strong> se Ihe aplicarnm Mrmacos dssinfetantes,<br />
incisdes e cauterizag3esr nem piscou<br />
os olhos.<br />
PossidBnio conta sobre ele tamb6m o saguinte:<br />
certa vez, quando os que com ale navegavam<br />
foram tornados pelo terror por causa cle<br />
uma tempestads, ele, permanecendo calmo,<br />
racobrou a for~a <strong>da</strong> Bnimo, mostrando um porquinho<br />
que sobre a nave continuava a comer e<br />
dizendo que o sapiente deve manter-se em<br />
semelhante estado de impertui-babili<strong>da</strong>de.<br />
Pirro, test. 16 e 17A,<br />
por Di6c~enes la6rci0, Vidos dos fildsofos,<br />
IX 67-68.<br />
3. A precarie<strong>da</strong>de dos homens<br />
Pirro afirmava qus ndo existe nanhuma<br />
diferenp entre vi<strong>da</strong> a morte. RIguBm Ihe per-<br />
guntou: "EntGo, por que ndo morres?", e ele:<br />
"Porque ndo ha nenhuma difersnqa", res-<br />
pon<strong>da</strong>u.