12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capitdo quarto - Sbcrates e 0s Socr6ticos menores<br />

Socrates foi condenado a morte em 399 a.C., por "impie<strong>da</strong>de".<br />

Por tras <strong>da</strong>s acusac6es a~resenta<strong>da</strong>s escondiam-se ressentimentos de varios tibos e manobras boliticas.<br />

como nos diz Plat20 nu Apologia de Socrates e no prologo do Eutifron.<br />

Acima, "A morte de Socrates", oleo sobre tela de Ch. A. Dufresnoy (1 61 1-1 668).<br />

sustenta, porque nossa alma (= inteligtncia)<br />

tambim n5o se v2 e, mesmo assim, ninguim<br />

ousa afirmar que, pelo fato de a alma (= in-<br />

telig2ncia) nao ser vista, tambtm nio exis-<br />

te, e que fazemos ao acaso (= sem inteligtn-<br />

cia) tudo o que fazemos.<br />

c) Por fim, segundo Sbcrates, 6 possi-<br />

vel estabelecer, com base nos priviligios que<br />

o homem tem em relag50 a todos os outros<br />

seres (como, por exemplo, a estrutura fisica<br />

mais perfeita e, sobretudo, a posse de alma<br />

e de inteligtncia), que o artifice divino cui-<br />

dou do homem de mod0 inteiramente par-<br />

ticular.<br />

Como se vE, o argument0 gira em tor-<br />

no deste nucleo central: o mundo e o ho-<br />

mem s5o constituidos de tal mod0 (ordem,<br />

finali<strong>da</strong>de) que apenas uma causa adequa-<br />

<strong>da</strong> (ordenadora, finalizante e, portanto, inte-<br />

ligente) pode explica-10s. E, com sua ironia,<br />

Socrates lembrava iqueles que rejeitavam<br />

esse raciocinio que n6s possuimos parte de<br />

todos os elementos que est5o presentes em<br />

grandes massas no universo, coisa que nin-<br />

guim ousa negar; como entio poderiamos<br />

pretender que nos, homens, nos assenhoreas-<br />

semos de to<strong>da</strong> a inteligtncia que existe, n5o<br />

podendo havcr nenhuma outra inteligencia<br />

fora de nOs? E evidente a incongrutncia 10-<br />

gica dessa pretens50.<br />

0 Deus de Socrates, portanto, 6 a inteli-<br />

gtncia que conhece to<strong>da</strong>s as coisas sem ex-<br />

ceg50, e i ativi<strong>da</strong>de ordenadora e ProvidEn-<br />

cia. E uma Providtncia, porim, que se ocupa<br />

do mundo e dos homens em geral, como<br />

tambim do homem virtuoso em particular<br />

(para a mentali<strong>da</strong>de antiga, o semelhante<br />

tem comunhao com o semelhante, raz5o pela<br />

qua1 Deus tem comunh5o estrutural com o<br />

bom), mas n50 do homem individualmente<br />

enquanto tal (e menos ain<strong>da</strong> do homem<br />

mau). Somente no pensamento cristao 6 que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!