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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Sexta parte - A s escolus filusbficas do em helenistica<br />

Mas Alexandre, com seu projeto de uma<br />

monarquia divina universal, que deveria reunir<br />

n50 so as diversas Ci<strong>da</strong>des, mas tambtm<br />

paises e raqas diversos, vibrou um golpe<br />

mortal na antiga concepqio <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong>de-Estado.<br />

Alexandre niio conseguiu realizar esse<br />

projeto por causa de sua morte precoce, ocorri<strong>da</strong><br />

em 323 a.C., e talvez tambCm porque os<br />

tempos ain<strong>da</strong> niio estavam maduros para tal<br />

projeto. To<strong>da</strong>via, depois de 323 a.C., formaram-se<br />

os novos reinos no Egito, Siria,<br />

MacedGnia e PCrgamo. 0s novos monarcas<br />

concentraram o poder em suas mios e as<br />

Ci<strong>da</strong>des-Estado, perdendo pouco a pouco<br />

sua liber<strong>da</strong>de e sua autonomia, deixaram de<br />

fazer historia como no passado.<br />

Encontravam-se assim destruidos aqueles<br />

valores fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> espiritual<br />

<strong>da</strong> GrCcia classics, que constituiam o ponto<br />

de referincia do agir moral e que Platiio,<br />

na sua Republicu, e Aristoteles, na sua Politic~,<br />

n5o so teorizaram, mas tambCm su-<br />

blimaram e hipostasiaram, fazendo <strong>da</strong> Pdlis<br />

nio apenas uma forma historica, mas in-<br />

clusive a forma ideal do Estado perfeito.<br />

Como conseqiiCncia, aos olhos de quem<br />

visse a revoluqio de Alexandre, essas obras<br />

perdiam seu significado e vitali<strong>da</strong>de, apa-<br />

recendo imprevistamente em dissonhcia<br />

com os tempos e colocando-se em perspec-<br />

tiva supera<strong>da</strong>.<br />

Difus2io do ideal coslnopolitcr<br />

Ao declinio <strong>da</strong> Pdlis n5o corresponde<br />

o nascimento de organismos politicos do-<br />

tados de nova forqa moral e capazes de acen-<br />

der novos ideais. As monarquias helenis-<br />

ticas, nasci<strong>da</strong>s <strong>da</strong> dissoluqio do impCrio de<br />

Alexandre, ao qua1 nos referimos, foram or-<br />

ganismos instaveis. Entretanto, niio o foram<br />

de tal forma a provocar reaqio dos ci<strong>da</strong>-<br />

dios nem de constituir ponto de referincia<br />

para a vi<strong>da</strong> moral. De "ci<strong>da</strong>dio", no senti-<br />

do classic0 do termo, o homem grego tor-<br />

na-se "sudito". A vi<strong>da</strong> nos novos Estados<br />

se desenvolve independentemente do seu<br />

querer. As novas "habili<strong>da</strong>des" que contam<br />

nio sio mais as antigas "virtudes civis",<br />

mas s5o determinados conhecimentos ttc-<br />

nicos que niio podem ser do dominio de<br />

todos, porque requerem estudos e disposi-<br />

q6es especiais. Em todo caso, elas perdem<br />

o antigo conteudo Ctico para adquirir con-<br />

teudo propriamente profissional. 0 admi-<br />

nistrador <strong>da</strong> coisa publica torna-se funcio-<br />

nario, sol<strong>da</strong>do ou mercenario. E, ao lado<br />

deles, nasce o homem que, n5o sendo mais<br />

nem o antigo ci<strong>da</strong>dio nem o novo ttcnico,<br />

assume diante do Estado uma atitude de<br />

desinteresse neutro, quando nio de aversio.<br />

As novas filosofias teorizam essa nova rea-<br />

li<strong>da</strong>de, colocando o Estado e a politica en-<br />

tre as coisas neutras, ou seja, moralmente<br />

indiferentes ou francamente entre as coi-<br />

sas a evitar.<br />

Em 146 a.C., a GrCcia perde totalmen-<br />

te a liber<strong>da</strong>de, tornando-se provincia ro-<br />

mana. 0 que Alexandre sonhou, os roma-<br />

nos o realizaram de outra forma. E assim<br />

o pensamento grego, nio vendo uma alter-<br />

nativa positiva h Pdis, refugiou-se no ideal<br />

do "cosmopo1itismo", considerando o mun-<br />

do inteiro uma ci<strong>da</strong>de, a ponto de incluir nes-<br />

sa cosm6polis niio s6 os homens mas tam-<br />

bCm os deuses. Desse modo, dissolve-se a<br />

antiga equaqio entre homem e ci<strong>da</strong>diio e o

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