História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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segun<strong>da</strong> metade do sec. I11 d.C. 0 s membros<br />
mais significativos dessa Escola foram Amilio<br />
e Porfirio (2331234-305 d.C.), este dtimo de-<br />
senvolvendo sua ativi<strong>da</strong>de tambCm na Sicilia.<br />
3) Escola <strong>da</strong> Siria, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Jgmbli-<br />
co (que nasceu entre 240 e 250 d.C. e morreu<br />
em torno de 325 d.C.) pouco depois de 300<br />
d.C., tendo seu auge durante as primeiras<br />
dCca<strong>da</strong>s do sic. IV d.C.<br />
4) Escola de Pirgamo, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Ede-<br />
sio, discipulo de Jiimblico, pouco depois <strong>da</strong><br />
morte deste ultimo. Foram expoentes dessa<br />
Escola sobretudo o imperador Juliano Apos-<br />
tata, e seu colaborador Salustio. A dissolu-<br />
gao <strong>da</strong> Escola pode coincidir com a morte<br />
de Juliano (363 d.C.).<br />
5) Escola de Atenas, fun<strong>da</strong><strong>da</strong> por Plu-<br />
tarco de Atenas entre fins do sic. lV e principios<br />
do sCc. V d.C., e consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> por Siriano. Pro-<br />
clo de Constantinopla foi seu expoente mais<br />
insigne. Outros representantes de relevo fo-<br />
ram Damiscio e Simplicio. A Escola foi fe-<br />
cha<strong>da</strong> em decorrincia de um edito de Justi-<br />
niano, em 529 d.C.<br />
6) Segun<strong>da</strong> Escola de Alexandria, en-<br />
tre cujos expoentes devemos mencionar Hi-<br />
patia, SinCsio de Cirene, HiCrocles de Ale-<br />
xandria. Essa Escola nasceu, ou melhor,<br />
renasceu contemporaneamente a Escola de<br />
Atenas, sobrevivendo at6 principios do sCc.<br />
VII d.C.<br />
No que se refere is tendtncias dessas<br />
Escolas, devemos destacar o seguinte:<br />
a) Plotino, corn sua escola (corno, tal-<br />
vez, tambCm Am6nio com seu circulo), re-<br />
presenta a tendincia metafisico-especulativa<br />
pura. Com efeito, ele mantCm sua filosofia<br />
bem distinta tanto <strong>da</strong> religi50 "positiva"<br />
como <strong>da</strong>s praticas magico-teurgicas, e sua<br />
propria religiosi<strong>da</strong>de foi de carater tipicamen-<br />
te filosofico. Embora cedendo em alguma<br />
coisa, tambCm os seguidores de Plotino nao<br />
chegaram, a niio ser de mod0 parcial e niio subs-<br />
tancial, a transformar o desempenho do mes-<br />
tre, como veremos.<br />
b) A Escola de Jiimblico e a Escola de<br />
Atenas representam como que urna sintese<br />
- ou, se preferirmos, urna combinagHo -<br />
entre a tendtncia filosofica e a tendbcia mis-<br />
tico-religioso-teurgica: alCm de especulagiio<br />
filosofica, o Neoplatonismo torna-se tambCm<br />
fun<strong>da</strong>mento e defesa apologkica <strong>da</strong> religiao<br />
politeista e assume as praticas magico-<br />
teurgicas como complemento <strong>da</strong> filosofia,<br />
quando niio ati mesmo como sua coroagiio.<br />
c) A Escola de Pirgamo representa um<br />
momento de acentua<strong>da</strong> involuqao religioso-<br />
Capitulo de'cirno sexto - VIotiuo e o jVeopIatonismo<br />
365<br />
teurgica e de clara decadincia do componente<br />
filos6fico-especulativo.<br />
d) A segun<strong>da</strong> Escola de Alexandria tem carater<br />
predominantemente erudito, tendendo<br />
i simplificaqiio do Neoplatonismo. Sua imort<br />
ti in cia historica e filosofica deve-se sobretudo<br />
aos comentirios a Aristoteles produzidos<br />
pela Escola de Am6ni0, fillho de Hirmias<br />
(AsclCpio, Olimpiodoro, Davi e Esttvao),<br />
que, em parte, chegaram at6 nos. Como dissemos,<br />
esses autores liam Arist6teles como<br />
preparagao introdutoria a Platso.<br />
Entre todos esses filosofos Proclo C o<br />
unico aue se destaca de modo decisivo. Entretanto,<br />
deve-se ressaltar a importsncia,<br />
sobretudo historica, de Porfirio e depois de<br />
Jiimblico, a quem remonta a responsabili<strong>da</strong>de<br />
pela nova orientagao filosofico-teurgica<br />
do Neoplatonismo.<br />
Parece que Porfirio procurou inovar<br />
Plotino sobretudo na metafisica. Com efeito,<br />
com base nos estudos mais recentes, parece<br />
que ele colocou no vCrtice <strong>da</strong> hierarquia<br />
urna enia<strong>da</strong>, ou seja, trEs hipostases, ca<strong>da</strong><br />
urna delas caracteriza<strong>da</strong> por urna triade, talvez<br />
influenciado ~elos Oraculos Caldeus.<br />
Jiimblico foi muito mais alCm. Parece<br />
que chegou at6 a desdobrar o Uno em um<br />
"Primeiro" e um "Segundo Uno". AlCm disso,<br />
dividiu a hipostase plotiniana do Espirito<br />
em um plano do "inteligivel", subdividido<br />
em uma triade. e num <strong>da</strong>no do "intelectual".<br />
ulteriormente disthto em forma triidica.<br />
E possivel ain<strong>da</strong> que, entre esses dois<br />
planos, ele ja tenha introduzido tambim o<br />
plano do inteligivel-e-intelectual, posteriormente<br />
dividido em triades. E tambCm distinguiu<br />
em urna triade a hipostase <strong>da</strong> Alma.<br />
AlCm de sob o aspect0 metafisico, essas hipbstases<br />
tambCm eram apresenta<strong>da</strong>s sob o<br />
aspect0 religioso, sendo considera<strong>da</strong>s deuses,<br />
de mod0 a poder justificar racionalmente o<br />
politeismo. 0s Neoplatkicos continuaram<br />
nesse caminho de disting6es hipostiticas, de<br />
Teodoro de Asine, discipulo de Jiimblico, a<br />
Proclo e Damascio. no aual esta tendincia<br />
atinge seu ponto culminante. Mas, no caso<br />
de Proclo, C necessario um estudo a parte.<br />
ProcIo: a iItima voz original<br />
<strong>da</strong> antig~i<strong>da</strong>de pag6<br />
Proclo nasceu em Constantinopla no<br />
ano de 410 e morreu em 485 d.C. Muita<br />
coisa de sua rica produg50 chegou at6 nos,