História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
-- 66 Quarta parte - Plat60<br />
A finali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Escola n5o consistia na<br />
difusiio de um saber preocupado com a erudig50,<br />
mas era a preocupaq50 de, atravCs<br />
do saber e de sua organizaq50, formar homens<br />
novos, capazes de renovar o Estado.<br />
Em suma, a Academia, enquanto Plat50 viveu,<br />
se fun<strong>da</strong>mentou no pressuposto de que<br />
o conhecimento torna os homens melhores<br />
e, conseqiientemente, aperfei~oa tambkm a<br />
socie<strong>da</strong>de e o Estado.<br />
Entretanto, embora visando sempre ii<br />
realizaq20 desse objetivo ttico-politico, a<br />
Academia abriu suas portas a personali<strong>da</strong>des<br />
de forma@o extremamente diversifica<strong>da</strong><br />
e de varias tendtncias. Ultrapassando de<br />
muito os horizontes socriticos, Plat50 providenciou<br />
para que lecionassem na Academia<br />
matemiticos, astr8nomos e mCdicos, que<br />
promoviam debates extraordinariamente fecundos.<br />
Eudoxio de Cnido, por exemplo, o<br />
mais cClebre matematico e astr6nomo <strong>da</strong>quela<br />
kpoca, chegou at6 a participar dos debates<br />
sobre a teoria <strong>da</strong>s Idtias.<br />
To<strong>da</strong>via, ja com Espeusipo, sobrinho e<br />
primeiro sucessor de Platso, que dirigiu a<br />
Academia de 3471346 a 3391338, iniciou-se<br />
a ripi<strong>da</strong> decadencia <strong>da</strong> Escola. Espeusipo<br />
neaou a existkia <strong>da</strong>s IdCias e dos Nume-<br />
roi ideais e reduziu o mundo inteligivel de<br />
Plat20 apenas aos "entes matematicos".<br />
Alim destes, admitiu os planos <strong>da</strong>s "gran-<br />
dezas", o plano <strong>da</strong> "alma" e o plano do<br />
"sensivel". embora n5o tenha sabido dedu-<br />
zir estes planos de forma orgiinica e siste-<br />
matica, de principios supremos e comuns.<br />
Espeusipo foi seguido por Xenocrates,<br />
que dirigiu a Academia de 3391338 a 3 151<br />
314 a.C. Ele corrigiu as teorias de seu an-<br />
tecessor, Espeusipo, buscando uma posiqio<br />
intermediiria entre estas e as teorias de Pla-<br />
t5o. 0 Uno e a Diade constituem os princi-<br />
pios supremos, e deles derivam to<strong>da</strong>s as ou-<br />
tras coisas. Xen6crates influiu especialmente<br />
com sua tripartiqgo <strong>da</strong> filosofia em 1) "fisi-<br />
can,, 2) "Ctica" e 3) "dialCtica". Essa tri-<br />
partiq5o teve enorme sucesso, porquanto<br />
dela se serviram tanto o pensamento hele-<br />
Xenocrates dirigiu a Academia<br />
de 339/338 a 31 5/31 4 a.C., sucedendo a Espeusipo.<br />
A ele remonta a triparti@o <strong>da</strong> filosofia<br />
em "fisica", "dtica" e "diale'tica",<br />
que tanto sucesso tera no pensamento sucessivo.<br />
nistico como o pensamento <strong>da</strong> Cpoca impe-<br />
rial para a fixaqiio dos quadros do saber fi-<br />
losofico, segundo veremos.<br />
Pblemon, Crates e Crantor<br />
Ap6s a morte de Xenocrates, no meio<br />
sCculo subseqiiente, a Academia foi domi-<br />
na<strong>da</strong> por trts figuras de pensadores, que rea-<br />
lizaram tal mu<strong>da</strong>nqa de clima espiritual que<br />
a Escola de Plat50 tornou-se quase irreco-<br />
nhecivel. Esses pensadores foram Polemon,<br />
que dirigiu a Escola; Crates, que sucedeu a<br />
Polemon por breve periodo; e Crantor, com-<br />
panheiro e discipulo de Polemon. Em seus<br />
escritos e ensinamentos, como tambCm em<br />
seu mod0 de viver, ja dominam as instincias<br />
<strong>da</strong> nova Cpoca, is quais, porCm, epicuristas,<br />
estoicos e cCticos souberam conferir expres-<br />
s5o bastante diferente, como veremos.