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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Terceira parte - P. descoberta do homem<br />

Eristicos e Sofistas-politicos . . ..<br />

Alguns Sofistas, abusando <strong>da</strong> tecnica de refutac;iio, sem ter qualquer<br />

ideal a realizar, perderam-se na pesquisa de jogos de conceitos e na formula-<br />

@0 de dilemas insoluveis, do tip0 dos raciocinios que ain<strong>da</strong> hoje<br />

A Eristica, chamamos de sofismas. Tais Sofistassiio chamados de "Eristicos",<br />

degeneraqso homens empenhados na briga de palavras.<br />

<strong>da</strong> Sofistica<br />

+ § I Alguns Sofistas, denominados "Sofistas politicos", aplicaram<br />

a arte dialetica a praxis politica e a forcaram a conquista<br />

do poder, pondo-se contra a moral e a fe traditional de mod0 provocativo.<br />

Critias, particularmente, dessacralizou o conceito dos deu-<br />

A Sofktica ses, reduzindo-os a "guar<strong>da</strong>s que vigiam interiores", criados pea<br />

service<br />

10s poderosos para ter o controle sobre os subalternos. Teorizou<br />

do poder<br />

49.2<br />

tambem o principio pelo qua1 o justo mais niio e do que a vontade<br />

do mais forte sobre o mais fraco.<br />

Nesta mesma ~ersoectiva Trasimaco de Calcedbnia afirmou que "o justo e a<br />

vantagem do mais'pod'eroso".<br />

Corrompendo-se, a antilogia de Prota-<br />

goras gerou a eristica, a arte <strong>da</strong> controvCr-<br />

sia com palavras que tern por fim a contro-<br />

virsia em si mesma. 0 s Eristicos cogitaram<br />

uma serie de problemas, que eram formula-<br />

dos de mod0 a prever respostas tais que fos-<br />

sem refutaveis em qualquer caso; dilemas<br />

que, mesmo sendo resolvidos, tanto em sen-<br />

tido afirmativo como negativo, levavam a<br />

respostas sempre contraditbrias; hibeis jo-<br />

gos de conceito construidos com termos que,<br />

em virtude de sua polivalencia semiintica,<br />

levavam o ouvinte sempre a uma posiqio<br />

de xeque-mate. Em resumo, os Eristicos co-<br />

gitaram todo aquele arsenal de raciocinios<br />

capciosos e enganosos chamados de "sofis-<br />

mas". Platiio representa a eristica de mod0<br />

perfeito em Eutidemo, mostrando todo o seu<br />

vazio.<br />

0s assim chamados Sofistas-politicos<br />

derivam suas armas do niilismo e <strong>da</strong> ret6ri-<br />

ca gorgiana, quando niio <strong>da</strong> contraposiqiio<br />

entre natureza e lei.<br />

Critias, na segun<strong>da</strong> metade do stc. V a.C.,<br />

dessacralizou o conceito dos deuses, consi-<br />

derando-os uma espCcie de espantalho habil-<br />

mente introduzido por um homem politico<br />

particularmente inteligente, para fazer respei-<br />

tar as leis, que, por si, niio dm forqa para se<br />

impor, sobretudo naqueles casos em que os<br />

homens nio sio vistos pelos guardi6es <strong>da</strong> lei.<br />

Trasimaco <strong>da</strong> Calcedhia, nas ultimas dC-<br />

ca<strong>da</strong>s do sic. V a.C., chegou at6 mesmo a afir-<br />

mar que "o justo C a vantagem do mais forte".<br />

E Cilicles, protagonista do Gorgias pla-<br />

t6nico - que, se nio t personagem histbri-<br />

co, pel0 menos espelha o mod0 de pensar<br />

dos Sofistas-politicos -, chegou a sustentar<br />

que C por natureza justo que o forte domine<br />

o fraco, subjugando-o inteiramente.<br />

Mas, conforme dissemos, esses sio os<br />

resultados deteriorados <strong>da</strong> Sofistica; a outra<br />

face, mais autentica e positiva, seri revela<strong>da</strong><br />

por %crates.

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