História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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Capitulo de'cirno quznto - i\leoceticismo, i\leo-aristotelismo, ~/\Cdio-platooismo...<br />
d) A "doutrina dos principios" do Pla-<br />
t5o esottrico, ou seja, a doutrina <strong>da</strong> M6na<strong>da</strong><br />
e <strong>da</strong> Diade, foi retoma<strong>da</strong> em parte, mas per-<br />
maneceu decidi<strong>da</strong>mente como pano de fun-<br />
do, Teve importiincia muito maior no iim-<br />
bit0 do movimento neopitagorico.<br />
e) Para os MCdio-plat6nicos, assim co-<br />
mo para os filosofos <strong>da</strong> era anterior, o pro-<br />
blema Ctico continuou proeminente, sendo,<br />
porCm, reproposto e fun<strong>da</strong>mentado de mod0<br />
novo. A palavra de ordem de to<strong>da</strong>s as esco-<br />
las helenisticas foi "segue a natureza (physis) ",<br />
entendi<strong>da</strong> de mod0 materialista-imanentista.<br />
Ao contririo, a nova palavra de ordem dos<br />
Mtdio-plat6nicos foi "segue a Deus", "assi-<br />
mila-te a Deus", "imita Deus". Logicamente,<br />
a descoberta <strong>da</strong> transcendhcia modifica-<br />
ria, pouco a pouco, to<strong>da</strong> a vis5o de vi<strong>da</strong><br />
proposta pela era helenistica. Unanimemen-<br />
te, os MCdio-plat6nicos reconheceram a<br />
marca autEntica <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> moral precisamen-<br />
te na assimilaqiio ao divino transcendente e<br />
incorporeo.<br />
Ex poentes<br />
do Nitdio-platonismo<br />
Na primeira metade do sCc. I d.C. si-<br />
tua-se a ativi<strong>da</strong>de de Trasilo, a cujo nome<br />
esti liga<strong>da</strong> a divis5o dos diilogos plat6ni-<br />
cos em tetralogias.<br />
A cavalo entre os sics. I e I1 d.C. viveu<br />
Plutarco de QueronCia, discipulo do egip-<br />
cio Am6nio HCrmias, que havia constitui-<br />
do em Atenas um circulo de Plat6nicos.<br />
Na primeira metade do sCc. I1 d.C. vi-<br />
veu Gaio, a cuja escola, ao que parece, esta-<br />
vam ligados Albino e Apuleio.<br />
Ao sic. I1 d.C. pertenceram muitos pla-<br />
t6nicos, entre os quais aparecem TCon de Es-<br />
mirna e Atico.<br />
Nessa Cpoca, o Platonismo j i se impu-<br />
sera como uma espCcie de pensamento ecu-<br />
mcnico.<br />
Por longo tempo desconheci<strong>da</strong>, hoje a<br />
importincia do Mtdio-platonismo C clara.<br />
0 Neoplatonismo seria quase inexplicivel<br />
sem o movimento midio-plat6nico. Em suas<br />
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liqoes, Plotino comentou fun<strong>da</strong>mentalmente<br />
textos mCdio-plat6nicos e textos de PeripatC-<br />
ticos influenciados pel0 MCdio-platonismo.<br />
Ademais, extraiu dos MCdio-plat6nicos al-<br />
guns problemas de fundo com as relativas<br />
soluq6es.<br />
AlCm disso, o MCdio-platonismo tam-<br />
bCm C importante para a compreensiio do<br />
primeiro pensamento cristzo, ou seja, <strong>da</strong><br />
primeira Patristica, que, antes do nascimento<br />
do Neoplatonismo, extraiu dessa corrente<br />
as categorias de pensamento com que pro-<br />
curou fun<strong>da</strong>mentar filosoficamente a fC.<br />
0 MCdio-platonismo, portanto, C um<br />
dos elos de conjunqiio essenciais na historia<br />
do pensamento ocidental.<br />
0s limites desse movimento szo cons-<br />
tituidos pel0 fato de que as tentativas de re-<br />
vis5o e sistematizaciio do Platonismo per-<br />
maneceram oscilantes e, por assim dizer, a<br />
meio caminho. Com efeito, nenhum mCdio-<br />
plat6nico conseguiu chegar a uma sintese,<br />
se n5o definitiva, ao menos exemplar. N5o<br />
faltaram homens talentosos ao Mtdio-<br />
platonismo, mas faltou-lhe o ghio criador<br />
ou recriador. E precisamente por isso per-<br />
maneceu como filosofia de transiqiio, na<br />
metade do caminho que leva de Plat20 a<br />
Plotino.