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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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- 0 ser como ver<strong>da</strong>deiro se tem quando a mente reline coisas que na reali-<br />

<strong>da</strong>de estao de fato reuni<strong>da</strong>s, ou desune coisas que na reali<strong>da</strong>de estao desuni<strong>da</strong>s.<br />

Do ser como acidente nao existe ciencia, pois a ciencia existe apenas do ne-<br />

cessario e nao do casual.<br />

Do ser como ver<strong>da</strong>deiro ocupa-se a Iogica.<br />

A metafisica se ocupa dos primeiros dois grupos de significados.<br />

As categorias se referem to<strong>da</strong>s a primeira, ou seja, a substdncia, e a pres-<br />

supdem (e com efeito nao existe quali<strong>da</strong>de a nao ser <strong>da</strong> substdncia; e o mesmo<br />

se diga sobre a quanti<strong>da</strong>de e de to<strong>da</strong>s as outras categorias). I!,<br />

A teoria portanto, evidente que o estudo <strong>da</strong> substincia e fun<strong>da</strong>mental<br />

<strong>da</strong> substsncia para a metafisica.<br />

+§4 0 que e a substdncia em geral? Aristoteles formulou tam-<br />

bem neste caso, assim como para o ser, uma resposta plurifa-<br />

cetica: substdncia pode ser considera<strong>da</strong>, mas apenas em sentido bastante im-<br />

proprio, a materia (corno queriam os Naturalistas); mas em particular e no<br />

mais alto grau a forma (ou seja, a essencia de determina<strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de); e tambem<br />

o sin010 (isto e, a uniao de materia e forma, ou seja, os entes singulares indi-<br />

viduais).<br />

Para ilustrar a relagao entre a materia e a forma, a potiincia e o ato,<br />

Aristoteles recorre ao exemplo <strong>da</strong> estatua de bronze. Na estatua de bronze e<br />

facil distinguir a materia (por exemplo, o bronze) <strong>da</strong> forma<br />

M ~ forma, ~ P (por ~ exemplo, ~ ~ o deus Hermes). Mas tambem nao e dificil ligar<br />

potencia e at0 a materia a potencia: e com efeito o bronze teria tido a pos-<br />

+§5<br />

sibili<strong>da</strong>de, ou seja, a potiincia, de assumir qualquer forma,<br />

e, portanto, tambem a do deus Hermes. A forma se liga ao<br />

contrario ao ato, <strong>da</strong>do que a estatua resulta perfeita em fungi30 <strong>da</strong> atuagao<br />

<strong>da</strong> forma (e em tal sentido o ato se diz tambem entelequia, que significa<br />

atuagao).<br />

Nesta perspectiva tambem se capta o maior valor do ato em relagao a potiincia<br />

el portanto, <strong>da</strong> forma em relagao a materia: com efeito, e a potiincia que<br />

se realiza no ato, e nao vice-versa, assim como e a materia que se realiza na<br />

forma.<br />

0 problema de fundo <strong>da</strong> metafisica e o seguinte: existem apenas substdncias<br />

sensiveis, ou tambem substdncias supra-sensiveis?<br />

A resposta de Aristoteles e que as substdncias supra-sensiveis<br />

eternas existem, enquanto sem o eterno nao poderia sub-<br />

A substsncia<br />

divina<br />

sistir nem mesmo o devir.<br />

supra-sensivel Na demonstragao ele parte <strong>da</strong> analise do tempo e do mo-<br />

4 § 6 vimento. 0 tempo - e, portanto, tambem o movimento do qua1<br />

e a medi<strong>da</strong> - e eterno (com efeito, nao pode existir um momen-<br />

to de origem do tempo, porque de outro mod0 deveriamos admitir um "antes"<br />

<strong>da</strong>quele momento, mas isso seria por sua vez um tempo; nem pode existir um fim<br />

do tempo, porque posteriormente a tal fim deveria existir um "depois", que tam-<br />

bem e tempo). Contudo, se e assim, deve tambem existir uma causa adequa<strong>da</strong> ao<br />

efeito, isto el uma causa eterna, como um principio do qua1 eternamente deriva o<br />

tempo-movimento.<br />

E como deve ser esta causa eterna?<br />

Deve ser imovel, porque, se a causa fosse movel, requereria outra causa, e<br />

esta ain<strong>da</strong> outra, ao infinito. Alem disso, para ser eterna e imovel, nao deve ter<br />

nenhuma potenciali<strong>da</strong>de (de outro mod0 poderia tambem nao passar para o ato),<br />

isto e, nenhuma materia; e, portanto, sera puro ato, ou seja, pura forma imaterial<br />

(e, portanto, supra-sensivel).

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