História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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318 Sexta parte - As escolas filosbficas <strong>da</strong> era helenisiica<br />
planetas nrimero <strong>da</strong>s esferas ' nrimero <strong>da</strong>r esferas<br />
segundo Eud6xio I segundo caljpo<br />
SATURN0<br />
JUPITER<br />
MARTE<br />
VENUS<br />
MERCURIO<br />
I SOL<br />
LUA<br />
- - ----<br />
I Total<br />
deriam <strong>da</strong>r como resultado os deslocamen-<br />
tos dos astros que nos observamos.<br />
Ao todo, portanto, Eudoxio sup& vin-<br />
te e seis esferas. Nio se preocupou com as<br />
relaqoes <strong>da</strong>s esferas motrizes de ca<strong>da</strong> plane-<br />
ta com as do planeta seguinte, nem com as<br />
eventuais influtncias de umas sobre as ou-<br />
tras. Talvez pensasse o complexo sistema<br />
como hipotese geomttrico-matemitica, nio<br />
fisicizando as esferas.<br />
Seu discipulo Calipo considerou neces-<br />
sari0 aumentar o numero <strong>da</strong>s esferas em sete,<br />
transformando-as em trinta e trts. Por seu<br />
turno, introduzindo o elemento celeste do<br />
Cter, Aristoteles fisicisou o sistema, tendo<br />
conseqiientemente de introduzir esferas<br />
reativas, com movimento refluente, destina-<br />
<strong>da</strong>s a neutralizar o efeito <strong>da</strong>s esferas do pla-<br />
neta superior sobre a esfera do planeta infe-<br />
rior. E constata-se que essas esferas com<br />
movimento refluente sio tantas quantas as<br />
esferas dos movimentos supostos necessa-<br />
rios para ca<strong>da</strong> planeta, menos uma. Obte-<br />
ve-se, assim, um numero de cinqiienta e cin-<br />
co esferas. Eis um quadro sin6tico que ilustra<br />
os sistemas astronbmicos de Eudoxio, Cali-<br />
po e Aristoteles.<br />
Uma tentativa ver<strong>da</strong>deiramente nova<br />
e original foi feita por Her6clides do Ponto,<br />
contemporineo de Eudoxio, que sup6s que<br />
"a terra situa-se no centro e gira", "enquan-<br />
to que o cCu esta parado". Segundo um tes-<br />
temunho antigo (de resto, nHo completamen-<br />
te seguro), Heraclides sup6s tambCm, para<br />
explicar alguns fen6menos que a hip6tese<br />
de Eud6xio nHo explicava, que Vinus e Mer-<br />
curio girassem circularmente em torno do<br />
sol que, por seu turno, ro<strong>da</strong>va em torno <strong>da</strong><br />
terra. Mas a tese nHo teve sucesso, ao menos<br />
imediatamente.<br />
numero <strong>da</strong>s esferas<br />
segundo Arist6teles<br />
+istarco de Samos,<br />
o "Copkrni~o antigo":<br />
suds teses e as razses<br />
que obstaculizaram seu sucesso<br />
Foi na primeira metade do sic. I11 (e,<br />
portanto, na era helenistica de que nos es-<br />
tamos ocupando) que se teve a tentativa mais<br />
revolucioniiria <strong>da</strong> antigui<strong>da</strong>de, por obra de<br />
Aristarco de Samos, chamado "o Copirnico<br />
antigo". Como registra Arquimedes, ele su-<br />
p6s "que as estrelas fixas sio imutaveis e que<br />
a terra gira em torno do sol, descrevendo um<br />
circulo". Como se vG, Aristarco retoma a<br />
idCia de Heraclides do Ponto, mas vai mais<br />
alCm, sustentando que o sol C o centro em<br />
torno do qual giram todos os astros. Parece<br />
que ele concebia a ideia de um cosmo infini-<br />
to. Com efeito, dizia que a esfera <strong>da</strong>s estrelas<br />
fixas, que tem como centro o proprio centro<br />
do sol, era ti0 grande que o circulo segundo<br />
o qual a terra se movia estava a tal distincia<br />
<strong>da</strong>s estrelas fixas "como o centro de uma es-<br />
fera est6 para a sua superficie". 0 que signi-<br />
fica, precisamente, uma distiincia infinita.<br />
Um unico astr6nomo seguiu a tese de<br />
Aristarco: Seleuco de SelGucia (que teve seu<br />
auge em torno de 150 a.C.) Ao contrario,<br />
Apol6nio de Perga, o grande matematico de<br />
que j6 falamos, e sobretudo Hiparco de Ni-<br />
cCia, reprovaram a tese e reimpuseram o geo-<br />
centrismo, que resistiu at6 CopCrnico.<br />
As razdes que obstaculizaram o suces-<br />
so <strong>da</strong> tese helioctntrica sio numerosas:<br />
a) a oposiqio religiosa;<br />
6) a oposiqio <strong>da</strong>s seitas filosoficas, in-<br />
clusive as helenisticas;<br />
C) a deformi<strong>da</strong>de em relaqgo ao senso<br />
comum, que vi o geocentrismo como mui-<br />
to mais natural;