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História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

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Capitulo sexto - Plat& e a Academia antiga<br />

Gran<strong>da</strong>s mitos e imagens emblematicas qua exprimem<br />

os conceitos fun<strong>da</strong>mentais do filosofia de Plat60<br />

0s rnitos plotdnicos fororn ern todos os tempos rnuito lidos a oprsciodos. Corn sfsito, sles<br />

n6o s6o corno os rnitos prd-hlosoficos, corregodos ds rnuitos rnotivos, rnos privodos ds consci$n-<br />

cia tsorhtico; oo contrdrio, s6o rnitos pos-filosoficos, rnitos criodos pora o filosofio a srn otico<br />

filosofico. Corn sfsito, o hornarn n6o penso openos rnadionts conceitos, rnos tombdm por msio<br />

ds irnogans.<br />

Poro crior irnogsns e rnitos d precis0 ssr ortisto. E Plot60 tsve o sorte ds ssr, oldrn de<br />

grondissirno psnsodor, urn grondissirno artisto, 0 por isso criou srn ssu pensomanto justornsnte<br />

concsitos e irnogens novas e extroordindrias.<br />

Rafsrimos os tr6s rnitos filosoficos rnois significotivos (larnbrsrnos que sntrs os rnais belos<br />

rnitos ds Plot60 sst6o tornbCrn os sscotologicos, corn os quois conclui o Gorgias e o F&don, s<br />

tornbdrn o rnito ds Er do Republica, qus d vsrdodsirornsnts sxtroordindrio pslo sau ports s<br />

suos irnplicogdss).<br />

0s dois prirnsiros s6o tirodos do Fedro e oprssentom o olrno corno corro olodo s o rnundo<br />

supra-ssnsivsl corno Hipsrur6n10: o olmo corno corro olodo indico rnedionta irnogans o estruturo<br />

do propria olrno; o Hipsrur6n1o indico corn irnogsrn o supro-ssnsivsl.<br />

0 ljltirno rnito que rsferirnos 6 o do coverno, contido no Republica. 6 o simbolo do vi<strong>da</strong><br />

filosofico ern dirnsnsbo justomants plot6nico.<br />

1. n imagsm <strong>da</strong> alma como carro alado<br />

SOcnnits - [. . .] Compare-se entdo a alma<br />

a uma forca conatural de um carro alado e de<br />

um auriga. 0s cavalos e os aurigas dos deuses<br />

860 todos bons e derivados de bons; os dos<br />

outros, ao contrhrio, sdo mistos. E, em pr~meiro<br />

lugar, o condutor em nos guia uma parelha; e<br />

depois, dos dois cavalos, um & belo e bom e<br />

deriva de genitores semalhantes; o outro deri-<br />

va de genitores opostos e G o oposto. D~ficil e<br />

inc6mo<strong>da</strong>, necessariamente, por aquilo qyz se<br />

refere a nos, resulta a condug30 do carro. E pre-<br />

ciso, portanto, procurar dizer em que sentido o<br />

ser vivo foi chamado de mortal e imortal.<br />

€ sempre urna alma que se preocupa com<br />

o que 8 inanimodo: elo giro por todo o c&u, ora<br />

em uma forma ora em outra. Quando i; perfeita<br />

e ala<strong>da</strong>, voa para o alto e governa o mundo<br />

todo: mas quando perdeu as asas, & transpor-<br />

ta<strong>da</strong> enquanto n6o se agarra a algo de solido,<br />

e, transferindo sua mora<strong>da</strong> nisso, toma um cor-<br />

po terreno que, pela pot&ncia dela, parece<br />

mover-se por si. Denomina-se ser vivo o con-<br />

junto, ou seja, a alma e o corpo a ela ligado, e<br />

recebeu o sobrenome de mortal. 0 imortal n6o<br />

pode ser argumentado em base apenas a dis-<br />

curso rational, mas, embora sem conhecg-lo e<br />

sem entend&-lo adequa<strong>da</strong>mente, nos no-lo re-<br />

presentamos como um deus, um ser vivo mor-<br />

tal, que tem uma alma e um corpo eternamente<br />

conaturais. Mas estas coisas sejam e delas seja<br />

dito como agra<strong>da</strong> t~ divin<strong>da</strong>de.<br />

177 "'!<br />

Procuremos, agora, compreender a causa<br />

do que<strong>da</strong> <strong>da</strong>s asas, pela qua1 elas ssparam-<br />

se do alma.<br />

Uma causa & esta. R potgncio <strong>da</strong> alma<br />

tende por sua natureza a levar para o alto as<br />

coisas pesa<strong>da</strong>s, elevando-as at& onde habita<br />

a estirpe dos deuses; e a asa, em certo senti-<br />

do mais do que to<strong>da</strong>s as coisas que se referem<br />

a0 corpo, participa do divino; a o divino & aqui-<br />

lo que & belo, s6bio e bom e to<strong>da</strong>s as outras<br />

coisas desse g&nero. Por estas coisas as asas<br />

<strong>da</strong> alma sdo alimenta<strong>da</strong>s e acresci<strong>da</strong>s em sumo<br />

grau, enquanto pela feal<strong>da</strong>de, pela mal<strong>da</strong>de<br />

e por todos os contr6rios negatives elas des-<br />

gastam-se e arruinam-se.<br />

Zeus, o grande soberano que est6 no c&u,<br />

conduzindo o carro olodo avonc;o em primeiro<br />

lugar, ordenando to<strong>da</strong>s as coisas e cui<strong>da</strong>ndo<br />

delas. € seguido por um exdrcito de deuses e<br />

demhios, ordenado em onze divisaes: com<br />

efeito, H&stia permanece sozinha na CQSCI dos<br />

deuses.<br />

0s outros deuses que, em niimero de<br />

doze, foram designados como chefes, guiam<br />

co<strong>da</strong> um sua divisdo na ordem segundo a qua1<br />

foram escolhidos.<br />

Muitos e bem-aventurados sdo, portanto,<br />

as visaes e os percursos dentro do cCu, que a<br />

estirpe dos deuses bem-aventurados realiza,<br />

co<strong>da</strong> um cumprindo a propria tarefa Rcompa-<br />

nha os deuses quem sempre quer e tem a ca-<br />

paci<strong>da</strong>de de faz&-lo, uma vez que a inveja per-<br />

manece fora do coro divino.

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