12.05.2013 Views

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

164 Quarta parte - Pln+ao<br />

camente se divide a reali<strong>da</strong>de, isto 6, os gt-<br />

neros do ser sensivel e supra-sensivel com<br />

suas subdivis6es: as sombras <strong>da</strong> caverna sim-<br />

bolizam as apartncias sensiveis <strong>da</strong>s coisas;<br />

as estatuas, as proprias coisas sensiveis; o<br />

muro representa a linha divisoria entre as<br />

coisas sensiveis e as supra-sensiveis; as coi-<br />

sas ver<strong>da</strong>deiras situa<strong>da</strong>s do outro lado do<br />

muro siio representaq6es simb6licas do ser<br />

ver<strong>da</strong>deiro e <strong>da</strong>s Idiias, e o sol simboliza a<br />

IdCia do Bem.<br />

2) Em segundo lugar, o mito simboliza<br />

os graus do conhecimento nas duas espicies<br />

e nos dois graus em que essas espicies se<br />

dividem: a visiio <strong>da</strong>s sombras simboliza a<br />

eikasia ou imaginagiio e a visso <strong>da</strong>s estituas<br />

representa a pistis ou crenqa; a passagem <strong>da</strong><br />

visiio <strong>da</strong>s estatuas para a visiio dos objetos<br />

ver<strong>da</strong>deiros e para a visiio do sol, antes de<br />

forma mediata e posteriormente imediata,<br />

simboliza a dialitica em seus varios graus e<br />

a inteleqiio pura.<br />

3) Em terceiro lugar, o mito <strong>da</strong> caver-<br />

na simboliza o aspecto ascitico, mistico e<br />

teol6gico do platonismo: a vi<strong>da</strong> na dimen-<br />

siio dos sentidos e do sensivel 6 a vi<strong>da</strong> na<br />

caverna, assim como a vi<strong>da</strong> na pura luz C a<br />

vi<strong>da</strong> na dimensiio do espirito. 0 voltar-se<br />

do sensivel para o inteligivel C representado<br />

expressamente como "libertaqiio <strong>da</strong>s alge-<br />

mas", como conversiio, enquanto a visiio<br />

suprema do sol e <strong>da</strong> luz em si mesma e vi-<br />

siio do Bem e contemplaqiio do Divino.<br />

4) 0 mito <strong>da</strong> caverna, entretanto, ex-<br />

pressa ain<strong>da</strong> a concepqiio politica tipica-<br />

mente plat8nica. De fato, Platiio menciona<br />

tambCm um "retorno" a caverna por parte<br />

<strong>da</strong>quele que se libertara <strong>da</strong>s algemas, retor-<br />

no cuja finali<strong>da</strong>de consiste na libertaqiio <strong>da</strong>s<br />

cadeias <strong>da</strong>queles em companhia dos quais<br />

ele antes fora escravo. Tal "retorno" repre-<br />

senta certamente o retorno do filosofo-po-<br />

litico, o qual, se atendesse apenas as solici-<br />

taq6es de seu desejo, permaneceria atento ii<br />

contemplaqiio do ver<strong>da</strong>deiro. Superando,<br />

porem, seu desejo, desce a caverna na ten-<br />

a caverna? Passando <strong>da</strong> luz para a escuri<strong>da</strong>o,<br />

ele niio conseguiri enxergar enquanto<br />

niio se habituar novamente a falta de luz;<br />

teri dificul<strong>da</strong>des em se rea<strong>da</strong>ptar aos costumes<br />

dos antigos com~anheiros, se arriscari<br />

a niio ser por eles entendido e, tomado por<br />

louco, correra at6 mesmo o risco de ser assassinado,<br />

como aconteceu com Socrates e<br />

como podera acontecer a todo aquele que<br />

testemunhe em dimensiio socratica.<br />

Entretanto, o homem que "viu" o ver<strong>da</strong>deiro<br />

Bem devera e saberii correr esse "riscon,<br />

pois C isso que <strong>da</strong> sentido a sua existtncia.<br />

:;s8.8,;;b:am

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!