História da Filosofia – Volume 1 - Charlezine
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separado); ja o falso temos quando, ao contririo,<br />
com o juizo, conjugamos aquilo que<br />
niio C conjugado (ou separamos aquilo que<br />
niio C separado). A enunciagiio ou proposiqiio<br />
que expressa o juizo, portanto, expressa<br />
sempre afirma~iio ou negaqiio, sendo assim<br />
ver<strong>da</strong>deira ou falsa. (Note-se que uma frase<br />
qualquer niio C proposiqiio que interessa B<br />
logica: to<strong>da</strong>s as frases que expressam suplicas,<br />
invocaq6es, exclamaqoes e semelhantes<br />
saem do 2mbito <strong>da</strong> logics, entrando no terreno<br />
do discurso de tip0 retorico ou poCtico;<br />
s6 se inclui na 16gica o discurso apofintico<br />
ou declaratorio.)<br />
No iimbito dos juizos e <strong>da</strong>s proposiq6es,<br />
Aristoteles realiza depois uma sCrie de distin-<br />
@es, dividindo-os em afirmativos e negativos,<br />
universais, singulares e particulares. E estu<strong>da</strong><br />
tambCm as "mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>des" segundo as quais<br />
conjugamos o predicado ao sujeito (segundo<br />
simples assertiva, segundo a possibili<strong>da</strong>de ou<br />
entiio segundo a necessi<strong>da</strong>de: A C B, A C possivel<br />
que seja B, A C necessario que seja B).<br />
0 siIogisrv\o<br />
em gevaI e sua estvutura<br />
Quando nos afirmamos ou negamos al-<br />
guma coisa de alguma outra coisa, isto 6, quan-<br />
do julgamos ou formulamos proposi@es, ain-<br />
<strong>da</strong> niio estamos raciocinando. E, obviamente,<br />
tambCm niio estamos raciocinando quando<br />
formulamos uma sCrie de juizos e relacionamos<br />
uma sCrie de proposiqaes desconexas entre<br />
si. Entretanto, estamos raciocinando quan-<br />
do passamos de juizo para juizo, de proposi-<br />
q5es para proposiq6es, que tenham determi-<br />
nados nexos entre si e, de alguma forma, sejam<br />
umas causas de outras, umas antecedentes e<br />
outras consequentes. Se niio houver esse nexo<br />
e essa consequenciali<strong>da</strong>de, n%o havera racio-<br />
cinio. 0 silogismo C precisamente o racioci-<br />
nio perfeito, isto C, aquele raciocinio em que a<br />
conclus%o a que se chega C efetivamente a con-<br />
sequcncia que brota, necessariamente, do an-<br />
tecedente.<br />
Geralmente, em um raciocinio perfeito<br />
deve haver tris proposiqGes, <strong>da</strong>s quais duas<br />
funcionam como antecedentes, sendo assim<br />
chama<strong>da</strong>s de premissas, e a terceira C a con-<br />
sequente, isto 6, a conclus%o que brota <strong>da</strong>s<br />
premissas. No silogismo, sempre estiio em<br />
jogo trBs termos, dos quais um funciona<br />
como dobradiqa que une os outros dois.<br />
Vejamos o exemplo clissico de silogismo:<br />
1) Se todos os homens S ~ mortais, O<br />
2) e se Socrates C homem,<br />
3) entiio Socrates C mortal.<br />
Como se ve, o fato de Socrates ser mortal<br />
i uma consequ&ncia que brota necessariamente<br />
do fato de se ter estabelecido que todo<br />
homem C mortal e que Socrates, precisamente,<br />
C um homem. Portanto, "homem" C o termo<br />
sobre o qual se alavanca a conclusiio. A<br />
primeira <strong>da</strong>s proposiq6es do silogismo chama-se<br />
premissa maior, a segun<strong>da</strong> premissa<br />
menor e a terceira conclusiio. 0s dois termos<br />
que siio unidos na conclus%o se chamam, o<br />
primeiro (que C o sujeito, Socrates), "extremo<br />
menor", o segundo (que 6 o predicado,<br />
"mortal"), "extremo maior". E, como esses<br />
termos s%o unidos entre si atravCs de outro<br />
termo, que dissemos funcionar como dobradiqa,<br />
esse entiio chama-se "termo mCdio", ou<br />
seja, o termo que opera a "media@on.<br />
To<strong>da</strong>via, Aristoteles nio somente estabeleceu<br />
o que C silogismo: ele tambim fez<br />
uma sCrie de complexas distinc6es <strong>da</strong>s possiveis<br />
diversas "figuras" dos silogismos e<br />
dos varios "modos" validos de ca<strong>da</strong> figura.<br />
As diversas figuras (sche'mata) do silogismo<br />
siio determina<strong>da</strong>s pelas diferentes posiq6es<br />
que o termo mCdio pode ocupar em<br />
relaqiio aos extremos nas premissas. E como<br />
o termo mCdio<br />
a) pode ser sujeito na premissa maior e<br />
predicado na menor,<br />
b) ou entiio pode ser predicado tanto<br />
na premissa maior como na menor,<br />
c) ou ain<strong>da</strong> pode ser tambim sujeito<br />
em to<strong>da</strong>s as premissas,<br />
entgo siio trEs as figuras possiveis do<br />
silogismo (no interior <strong>da</strong>s quais se diio, posteriormente,<br />
varias combinaq6es possiveis, conforme<br />
as premissas do silogismo sejam universais<br />
ou particulares, afirmativas ou negativas).<br />
0 exemplo que demos acima C <strong>da</strong> primeira<br />
figura, que, segundo Aristoteles, i a<br />
figura mais perfeita, porque C a mais natural,<br />
enquanto manifesta o process0 de media@~<br />
do mod0 mais claro. Por fim, Aristoteles<br />
estudou o silogismo "mo<strong>da</strong>l, que C o<br />
silogismo que considera a "mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong>de" <strong>da</strong>s<br />
premissas, de que ja falamos no item anterior.<br />
0 silogismo cientifico<br />
OM Ndem~n~tvaG&"<br />
0 silogismo enquanto tal mostra qual<br />
i a propria essincia do raciocinar, isto C, qual